A 11ª conquista do Corinthians na Copa São Paulo teve como protagonista o jovem atacante Kayke. Aos 19 anos, o número 11 do Timão marcou um belo gol de fora da área para garantir a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, na Neo Química Arena. Essa vitória não apenas selou o título, mas também representou a culminação de uma jornada marcada por superações, iniciada em 2019, quando uma dispensa ameaçou seus planos.
Kayke, que antes jogava no Palmeiras, o arquirrival do Corinthians, deixou o clube após uma avaliação técnica. Seu físico mais franzino levantou dúvidas e quase encerrou sua carreira prematuramente.
Após meses sem atuar, Kayke encontrou uma oportunidade no futsal do Corinthians, onde começou a trabalhar para ganhar massa muscular e se adaptar ao ritmo físico do futebol de campo. Do futsal, ele fez a transição para o campo e passou dois anos fortalecendo seu físico.
– Na pandemia, ele estava sem clube. No sub-15, ele teve uma passagem pequena no São Caetano e dispensaram. Ele jogava na várzea, treinando para ter uma oportunidade – conta Rone Peterson Guimarães Lima, pai de Kayke, ao ge.
– O Kayke também estava no futsal do Corinthians, mas fora do campo. Foi esse pessoal do futsal fez a ponte para ele voltar para o campo – acrescenta o pai.
No Palmeiras, Kayke jogou dos 11 aos 14 anos, alternando entre campo e futsal. Embora sua família tenha negociado um contrato de formação aos 14 anos, ele acabou sendo dispensado.
– Ele teve contrato de formação, mas não tinha crescido, ainda era pequeno, e Palmeiras resolveu dispensar – diz o pai do jogador.
A virada na carreira de Kayke começou com um gol marcado contra o Palmeiras na final do Paulista sub-17 de 2021, no Allianz Parque. Este gol marcou o início de sua trajetória de sucesso, culminando com seu gol decisivo na final da Copa São Paulo de 2024.
– Independentemente do Palmeiras, se fosse desse jeito seria especial. É o maior campeão da Copinha, poder fazer o gol na final e entrar para a história não tem preço – destacou Kayke, segundo membro da família a levantar o troféu da Copa São Paulo.
Apesar de seu passado no rival Corinthians, Kayke prefere manter discrição sobre o assunto. Seu tio, Emerson Guimarães Lima, foi parte do elenco da Portuguesa campeã de 1991, o mesmo ano em que Dener se destacou como grande revelação.
Antes mesmo da final contra o Cruzeiro, Kayke já se destacava na competição. Com três gols e seis assistências ao longo da Copinha, o número 11 foi peça-chave na campanha vitoriosa do Corinthians.
Seu terceiro gol, marcado na final contra o Cruzeiro, veio em um momento crucial, quando o Corinthians estava enfrentando dificuldades. Kayke descreveu o gol como uma jogada improvisada que resultou no título.
– Estava sendo bem marcado pela defesa do Cruzeiro. Na hora foi o que veio, tirei da cartola, felizmente pude acertar um belo chute – declarou.
Kayke agora almeja aproveitar o momento e buscar oportunidades na equipe profissional do Corinthians ainda este ano. Em 2022, ele teve a chance de treinar com o time principal sob o comando do técnico português Vitor Pereira.
– Se o Mano (Menezes) quiser chamar, estou preparado, não quero férias não – destacou o grande heroí corintiano da Copinha.