Carille discorre sobre segundo jogo e elogia o garoto Chermont

Por: tsp
1 ano atrás em 1 de abril de 2024
Foto: Twitter Santos FC.


Ontem (31), a noite de Páscoa do torcedor santista veio recheada de pressão e emoção, além do resultado de 1 a 0 no jogo de ida da final do Paulistão 2024.


Após a vitória, o técnico Fábio Carille concedeu uma entrevista coletiva.




  • Importância do resultado de 1×0 no jogo de ida


“Nós estamos enfrentando na final um dos melhores times do futebol brasileiro nos últimos anos. A gente tem que ter humildade, reconhecer e respeitar, nos impor e fazer por onde dentro de campo. É uma vantagem importante, aquilo que a gente sempre ouviu: nem que for mínimo, ela é importante para projetar o próximo jogo. Eu saí sim daquele jogo na terceira rodada, quando a gente perdeu de 2 a 1 para eles e falei para todos que estavam ali no vestiário, principalmente a parte diretiva, que eu queria chegar na final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras e aconteceu. Continuo aqui com humildade, com respeito, trabalhar bastante essa semana, ver o que a gente pode melhorar e tem para melhorar, para a gente confirmar lá o segundo jogo e fazer um bom jogo, um jogo consistente e quem sabe buscar o título lá dentro.”, disse.



  • Desejo de enfrentar o Palmeiras na final


“Não foi de raiva, de nada disso. É um time que está há 4 anos juntos, a gente era o terceiro jogo e enfrentar o melhor. E os dois melhores da competição chegaram na final. Não imaginava que seria o Santos, imaginava que ia classificar no primeiro momento, mas depois a gente foi crescendo até a oitava, nona rodada ali. Acho que, até a oitava, dando uma resposta muito legal. Chegamos forte, é um grupo que sabe responder quando precisa e, mais uma vez, respondeu e, repetindo, uma equipe (Palmeiras) que ganhou muito nos últimos anos.”



  • Qualidades do time que tirou a invencibilidade do Palmeiras e segundo jogo no Allianz Parque


“A partir de agora, começamos a projetar, ver os nossos problemas, saber o que aconteceu com o João Paulo ali no final, com o Furch para fazer exame, tudo para que a gente tenha todo mundo à disposição para que eu possa fazer as melhores escolhas e fazer um bom jogo lá. Nós sabemos que eles são muito fortes, é um jogo diferente lá dentro, um jogo onde a bola rola mais por ser sintético, mas a nossa equipe, na questão de pressão, acho que é uma equipe experiente que sabe suportar esses momentos, de ter cabeça fria, de tomar as melhores decisões, de acalmar o jogo na hora que tiver que acalmar. Amanhã, é um dia de folga para todo mundo, mas, a partir de terça, já começa a trazer para reuniões; começa a levar para o campo, para a gente deixar tudo organizado. Mas é isso. A partir de terça, começamos a pensar, reunir e sentar com o departamento médico para a gente fazer as melhores escolhas.”



  • Espaço deixado pelo Palmeiras no segundo tempo, que poderia ampliar o placar


“Primeiro, vamos olhar os dois lados. Se a gente tivesse caprichado um pouquinho mais, poderíamos ter feito, mas, por outro lado também, o Palmeiras criou ali no final com aquele time de bola aérea que nós já sabemos, buscando o lado, a área o tempo todo. Depois ali no final, passando do meio de campo e jogando aquela bola para brigar lá dentro, é um jogo consistente do Palmeiras o tempo todo assim, então saio satisfeito com o resultado. Palmeiras também poderia ter feito, como a gente também poderia ter feito, então 1 a 0 para nós é, em uma fase dessa da competição, é de muita importância.”



  • Preocupação no meio de campo, ocupado pelo Palmeiras no segundo tempo


“Eles trabalham muito por dentro para buscar lado e cruzamento. Acho que a equipe, se eu não me engano junto com a Red Bull, são as equipes que mais cruzaram no campeonato, que mais busca lado; o próprio gol contra o Novorizontino, foi um cruzamento que o atacante descolou para o Endrick que fez o gol. É consistente, é aquela batida o tempo todo e a gente tem que estar concentrado o tempo todo, para disputar essas bolas. Não é só subir bem de cabeça, é estar bem posicionado para que possa atacar. Muitas vezes, sobe bem de cabeça alguma coisa, só que não está em posicionado e a gente pode levar desvantagem. A gente trabalhou para esse jogo e vamos voltar a trabalhar, porque eu sei que o Palmeiras não tem muito o que fazer para o nosso jogo; já tem um jogo na quarta, lá na Argentina, e volta para a decisão.”



  • João Paulo e Joaquim, presentes desde o ano passado e preparação de JP Chermont para o clássico


“Eu acho que, o que participou do ano mesmo, foram João e Joaquim, o Felipe teve uma lesão, ficou bastante tempo fora. Não lembro quando ele machucou, mas sei que o Brasileiro, praticamente ele não jogou. Sobre o Chermont, me chamou muita atenção na taça São Paulo, é um dos jogadores que eu gostei, fui duas, três vezes no estádio e o restante assisti pela televisão. Foi para o Qatar e, quando voltou, a gente o trouxe para treinar e mostrou muita qualidade, é um jogador de seleção de base, um jogador que eu ainda quero melhorar algumas questões e esse é o meu trabalho. Durante a semana, durante esses dias, às vezes que eu já o coloquei em campo, ele deu uma segurança que, se precisasse, estaria pronto e a gente não sabe em que momento vai aparecer isso, falando diretamente para ele. Você achou ele calmo? Não estava não (risos). Nem tem como estar. Primeiro jogo como profissional, uma decisão contra um grande time, mas a resposta dele foi muito boa.”



  • O que se deve ou não repetir no jogo da volta?


“Ter bastante atenção, que nem teve hoje, procurar segurar muito bem os primeiros minutos para que não venha aquela pressão; tentar jogar com tranquilidade e começar a incomodar com eles, em relação a estar bem posicionado, a não deixá-los entrarem. Isso, eu não posso falar agora da questão ofensiva, aquilo que a gente sabe e imagina do Palmeiras, é um time que sabemos como eles atacam e também a gente sabe o que pode explorar do sistema ofensivo deles. Nessa batida que a gente continua essa semana, para fazer um bom jogo lá.”



  • Recorde na Vila Belmiro, com quase 16.000 torcedores


“As vezes que eu vim aqui, as poucas vezes que eu vim como jogador e as vezes como auxiliar técnico, é um peso, mas falar da torcida do Santos nesse ano, lembro que lotaram lá em Mirassol, fizeram uma festa legal; em Ribeirão Preto, muita gente no primeiro jogo; os dois jogos em São Paulo, uma resposta muito legal, uma festa muito legal; os jogos em casa contra Ponte Preta, Guarani, a torcida compareceu, empurrou, comprou a ideia e que eles continuem assim. A gente sabe que tem muito que melhorar, mas sabe também que, com o apoio deles, nos tornamos mais fortes.”, exaltou.



  • Mudança tática devido ao gramado sintético do Allianz


“É muito difícil, porque chegamos aqui assim e fazer algo diferente, para um último jogo e sem ter participado de um jogo durante o campeonato, eu acho muito arriscado. Eu acho melhor a gente melhorar a parte ofensiva e defensiva, em cima disso que a gente está fazendo, em cima do adversário que a gente vai pegar, do que eu mudar sistema. É muito arriscado. Os jogadores podem se sentir desconfortáveis e isso não é bom para nós.”



  • Presenças de Neymar Jr Pepe e Clodoaldo


“É o seguinte: é um nome muito grande no futebol mundial. Muito se fala, muito se critica, mas não adianta. É craque, é diferente. Fazer o que ele fez aqui no Santos, Barcelona, no Paris Saint-Gerrmain , lá na Arábia jogou pouco e eu também não acompanhei, é diferente. Quando eu fiquei sabendo disso, eu gostei da ideia principalmente para incendiar ainda mais o estádio. Infelizmente, eu não o vi entrando ali com a taça, mas imagino que deva ter sido uma festa muito grande, passou muito rápido pelo meu vestiário e eu preferi assim. Eu tive uma experiência em 2017: primeiro jogo contra a Ponte Preta, em Campinas, o Ronaldo apareceu só na hora da reza, fechou e foi embora. Eu acho que pode muito ‘oba oba’, é um cara que mexe com as pessoas, é um cara que é ídolo, cara de Copa do Mundo, um cara vencedor, mas é muito importante a presença. Acho que dentro do campo, estava Pepe e Clodolado. Que gerações, que histórias e isso só engrandece ainda mais a festa e é claro que motiva sim, motiva muito, não só nós aqui, como incendiar também o torcedor.”, enalteceu.



  • Decisão no Allianz é semelhante ao cenário de 2018?


“Na decisão de 2018, a gente perde em casa de 1 a 0, o Corinthians perde em casa e depois reverte lá. Então, são outros técnicos, são outras características de jogadores, são outras formas, são outras ideias. Eu acho que, do Palmeiras, talvez só o Marcos Rocha não mudou bastante, mas a gente sabe a pressão que vai ser lá e não tem como ser diferente, como a gente tentou pressionar aqui junto ao nosso torcedor. Que a gente tenha bastante sabedoria lá, para conduzir a partida.”



  • Atuação da dupla de zaga Gil e Joaquim


“Jogaram a maioria dos jogos, jogaram 14 jogos, só contra o Mirassol que não. Acho que se completam; um, que é muito rápido, tem velocidade e, outro jogador, bastante experiente. Os últimos anos do Gil foram muito pesados e, daqui um pouquinho, talvez ele mude, mas está com muito isso na cabeça, então vamos deixar passar, vamos deixá-lo tomar a decisão. É um cara experiente, que eu penso no futebol. Daqui um pouquinho, está tanto com isso na cabeça, que é bom a gente respeitar a decisão do cara, mas não é momento disso. Ele está falando até o final , tem mais 7, 8 meses até o final do ano para que ele possa repensar e tomar a melhor decisão para a vida dele e, se ele continuar no futebol, que continue com a gente para a carreira dele também.”



  • Sistema defensivo pensado para anular o Endrick


“Eu gosto muito de fechar espaços e não uma marcação determinada no atleta. Eu não gosto disso. Daqui a pouquinho, você coloca o atleta para fazer uma marcação individual, por exemplo, começa a sair do lugar, começa a te tirar o volante do lugar ali ou lateral, e isso é para que eles possam tirar proveito dessa situação, então que eu gosto de trabalhar. São as duas balançando bastante juntas, fazendo os jogadores de lado, no caso hoje Otero, Guilherme, Pedrinho, que foi participar sem bola, estamos naquela batida e naquela ideia de que, com bola, todo mundo vai jogar e, sem bola, todos vão marcar. É assim que eu tenho trabalhado com eles, desde janeiro, e a resposta está sendo bem legal, mas assim nada específico para nenhum atleta.”, explicou.