Quem foi Mario Kempes, jogador que nomeou estádio de adversário do São Paulo na Libertadores

O lendário ex-atacante é um dos maiores expoentes da história do futebol argentino, sendo considerado o grande jogador da equipe que conquistou a Copa do Mundo FIFA de 1978, na própria Argentina. Nascido no município de Bel Ville, na província de Córdoba, Kempes chegou a atuar pelo Talleres, rival de hoje do Tricolor, apenas nas categorias de base, mas atuou por várias equipes da região e tem grande reconhecimento e influência na segunda cidade mais populosa do país.

 

O estádio

 

Os feitos do craque no futebol mundial motivaram o time a homenagear a figura dando seu nome ao seu grandioso estádio. Originalmente conhecido como Estádio Olímpico Chateau Carreras, o palco foi construído em 1976 visando a sua utilização na Copa do Mundo de 1978. Com capacidade para pouco mais de 60.000 pessoas, o  Estádio Córdoba (nome oficial) foi renomeado para Estádio Mario Alberto Kempes, como é chamado até hoje.

No seu campo, foram disputadas partidas das Copas Américas de 1987 e 2011, além de duas edições de Final da Copa Sul-Americana, em 2020 e 2022. Na segunda, o São Paulo foi derrotado pelo Independiente Del Valle e amargou o vice-campeonato da competição.

 

Início de carreira

 

Aos 16 anos, Mario foi promovido aos profissionais do Instituto, pequeno clube de Córdoba, onde permaneceu até 1973. Neste ano, foi transferido para o Rosário Central, onde começou a demonstrar que seria um dos melhores atletas do mundo, anotando 93 gols em 123 jogos, conquistando duas artilharias da primeira divisão argentina (1974 e 1976). 

Três anos após se juntar ao time de Rosário, foi negociado com o futebol europeu para atuar no Valência, da Espanha. Lá, se destacou de imediato como um dos principais nomes do campeonato espanhol, acumulando mais duas artilharias da liga, contribuindo com 24 e 28 gols, em 1977 e 1978, respectivamente.

 

A Copa do Mundo de 1978

 

Na Copa do Mundo de 1978, sediada na Argentina, Mario Kempes teve uma campanha notável como o principal jogador da seleção. Durante a fase de grupos, já demonstrou sua habilidade marcando gols importantes. Ele anotou dois na vitória por 2 a 1 sobre a Hungria e outro na vitória por 6 a 0 sobre o Peru, ajudando os ‘hermanos’ a avançar para a fase seguinte como líder do grupo.

Nas etapas eliminatórias, manteve seu desempenho impressionante. Nas quartas de final contra a Polônia, marcou novamente na vitória por 2 a 0. Mas foi nas semifinais, em novo contronto com a seleção peruana que ele teve uma atuação excepcional, marcando dois gols e contribuindo significativamente para a vitória por 6 a 0.

Na final contra a Holanda, Kempes brilhou ainda mais. Ele marcou o primeiro gol da Argentina no empate por 1 a 1 no tempo regulamentar e depois acrescentou outro na prorrogação, selando a vitória por 3 a 1 e garantindo o primeiro título mundial da Argentina.

Mario Kempes terminou como artilheiro do torneio, com seis gols, e foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1978. Sua habilidade, determinação e desempenho crucial em momentos-chave fizeram dele uma lenda do futebol argentino e uma figura icônica na história das Copas do Mundo.

 

 

Carreira pós – Copa

 

Após receber toda a sua notoriedade como um dos grandes atacantes do planeta, Kempes se manteve em alto nível e finalmente levou o seu clube à conquistar títulos. Batendo o Real Madrid com gol na final, o argentino cravou seu nome na história da Copa do Rei em 1979. Na sequência, ajudou o Valência a faturar a Recopa Europeia da UEFA e a Supercopa da Europa em 1980.

Em 1981, aos 26 anos, no auge do seu físico, o craque foi contratado pelo River Plate como resposta à contratação de Diego Armando Maradona por parte do Boca Juniors. Naquele ano, os ‘milionários’ foram eliminados precocemente nas oitavas de final da Copa Libertadores, mas foram campeões do Campeonato Argentino. No ano seguinte, Kempes retornou ao clube espanhol, já sem tanto brilho.

Sem muito sucesso na Copa do Mundo de 1982, o ponta-de-lança iniciou um período de queda na carreira, indo para o Hércules, clube recém promovido ao grupo de elite do futebol espanhol. A equipe viria a ser rebaixada na temporada 1985-1986. Depois do rebaixamento, se tranferiu para o futebol austríaco, atuando por First Vienna, Sankt Polten e Kremser, antes de retornar à América do Sul em 1995, para jogar no Chile.

Se aposentou oficialmente em 1996, aos 45 anos, no time chileno do Pelita Jaya, onde iniciou sua trajetória como treinador.

Ao todo, na carreira, Mario Alberto Kempes disputou 689 jogos oficiais e marcou 365 gols.