Em coletiva, presidente do Santos reconhece erro na volta de Kleiton Lima às Sereias da Vila

Por: Beatriz Quintino
1 ano atrás em 18 de abril de 2024
Foto Santos FC


Durante entrevista coletiva realizada na Vila Belmiro nesta quarta-feira (17), o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, reconheceu publicamente o equívoco cometido pelo clube ao readmitir o técnico Kleiton Lima. 


 


O dirigente admitiu que a decisão foi tomada sem ter uma resolução definitiva em relação às acusações de assédio moral e sexual feitas por 19 jogadoras do clube contra ele em setembro do ano passado. 


 


Alegando inocência no caso, Kleiton foi recontratado no início do mês. Mas, diante de protestos dentro e fora de campo, ficou no cargo por apenas um jogo e solicitou afastamento.


 




Teixeira afirmou que está determinado a levar o caso “até às últimas consequências” em busca de esclarecimentos e reiterou o compromisso do clube contra “qualquer tipo de discriminação”.


 


“Vou deixar claro que foi um fato ocorrido no ano passado. O Santos errou ao trazer o profissional. O Santos assumiu uma responsabilidade pelo profissional que tem história no clube. Se tivermos a necessidade de uma decisão, que é a que foi tomada, foi tomada em comum acordo principalmente na preservação do profissional, de sua família. Estamos ao lado de qualquer campanha que seja contra preconceito e qualquer tipo de discriminação. O Santos é exemplo e referência no futebol nacional.”


 


Além disso, o presidente afirmou que, por mais que não considere uma responsabilidade do Santos, o clube irá “a fundo” com o caso.


 


“O acordo não terminará aqui pelo Santos. Não é um término, diante dos esclarecimentos que devem ser feitos. O Santos vai assumir esse protagonismo. O Santos vai a fundo. Não é responsabilidade nossa, mas nós queremos ver, até para adotar as medidas perante as atletas. Todos os que estão envolvidos. Eu não estava envolvido até agora, mas agora estou. Vou assumir essa responsabilidade pelo que eu represento no futebol feminino. Pedi ao presidente da Fpf, Reinaldo Carneiro Bastos, para que ele contribua também na área esportiva possibilitando com que ele, através do tribunal da Federação, tome a iniciativa de criar um processo interno. Ouvir todo mundo, ouvir as partes. Já que na Polícia não houve solução desse processo ainda. Não queremos acobertar o treinador e nem também fazer algo contra as jogadoras.”


 


Marcelo destacou também que jogadoras deveriam fazer “denúncias corajosas”, ao invés de anônimas ou de protestos.


 


“Queremos ser exemplo de medidas a serem tomadas no futebol feminino. Não basta ser anônimo, não vamos nos contentar com denúncias anônimas. Vamos nos contentar com denúncias e medidas corajosas, contra o profissional, contra quem quer seja. Para que a gente moralize e tenha o futebol feminino como um meio salutar.”


“O futebol feminino não precisa de protestos. Precisa de apoio. Investimento. Aproveitar as oportunidades e talentos que temos pelo Brasil. O Santos continuará trabalhando para moralizar o futebol feminino. Não basta dispensá-lo. Vamos continuar acompanhando de perto para que resulte em responsabilidade de todos. Sem ficar jogando de um lado para o outro sem entendermos o que está realmente acontecendo. Temos que ir às últimas consequências, para que se preserve a menina, a mulher, e todos os envolvidos.”


 


Gláucio Carvalho assume como o novo treinador das Sereias da Vila e comandará o time no próximo compromisso pelo Brasileirão Feminino. Pela sexta rodada do campeonato, o Santos enfrenta o Avaí/Kindermann, no domingo (20).