Eduardo Baptista sobre enfrentar o pai: “Me sinto vencedor”

Neste sábado, Eduardo Baptista comandou o Novorizontino em um feito inédito na sua carreira. O treinador enfrentou seu pai, Nelsinho Baptista, técnico da Ponte Preta, em uma partida de futebol pela primeira vez em sua carreira.

No entanto, o treinador viu seu pai levar a melhor no Moisés Lucarelli. A Macaca venceu o Tigre do Vale, por 1 a 0, pela 10ª rodada da Série B. Em entrevista coletiva após o jogo, Eduardo falou sobre o sentimento nesse duelo familiar.

“É meu ídolo. Independentemente do resultado, eu fui vencedor. Você poder estar lado a lado do cara que você aprendeu, que você admira. E isso apenas do lado profissional. Me sinto um vencedor. Foi um grande jogo, estratégia dali, estratégia daqui. Ele me conhece, conhece a equipe do Novorizontino a fundo. Conversávamos bastante e eu também conheço o que ele pensa. Pena que a expulsão que tirou um pouco da essência do jogo e limitou um pouco a gente, mas foi um grande dia”, comentou.

Analisando a partida, o técnico do Novorizontino exaltou o confronto independentemente do resultado. O Tigre jogou desde os 22 minutos com um jogador a menos devido a expulsão de Patrick.

 “A gente sabia que ia ter dificuldades aqui, a Ponte Preta vem crescendo, sendo trabalhada, acho que até os 22 minutos, a expulsão, o Novorizontino vinha bem, controlando a Ponte Preta, conseguindo chegar, achar os espaços que a gente queria, mas depois da expulsão, jogar com um a menos aqui é muito difícil. Tentamos ajustar algumas situações, mas infelizmente levamos o gol. No segundo tempo tentamos buscar um ajuste, equilibramos o jogo em algumas situações, mas infelizmente não conseguimos chegar ao gol. Saímos com uma derrota, mas tem maneiras e maneiras de se perder, nós brigamos, lutamos, com um a menos não é fácil, os atletas foram nos seus limites. Agora temos de descansar que terça tem outro embate, temos perdas novamente e temos de pensar nas soluções”, analisou Eduardo.

Ainda sobre o pai, Eduardo Baptista comentou sobre a trajetória dos dois juntos. Até então, Nelsinho e ele só tinham estado em campo juntos do mesmo lado. 

Eduardo começou sua carreira como preparador físico na própria Ponte Preta, trabalhando ao lado do pai no início dos anos 2000.

“Às vezes acordo de manhã, me olho no espelho, dependendo do perfil que eu olho, vejo meu pai. Para mim é uma honra. O dia de hoje vai ser inesquecível, as fotos que eu tiver ao lado dele trabalhando vão ser guardadas. Ele é um dos maiores treinadores do futebol brasileiro, um estrategista. Poucos treinadores, e até mesmo essa nova safra de estrangeiros, você vê durante a partida ele alterar o jogo. Hoje ele alterou umas quatro vezes. Aí eu conhecendo ele um pouquinho, sabia o que vinha e nos preparamos bastante. Ele é um cara que está em outra prateleira. Ele fez a carreira no Japão e hoje é um Deus no Japão. Mas ele estar aqui hoje, e principalmente na Ponte Preta, é um bem para o nosso futebol.”

 

“Primeiro eu cresci e queria ser jogador como ele. As coisas não aconteceram para mim. Aí ele já me mandava estudar e fui estudar. Depois de alguns anos, ele me dá a oportunidade de estar ao lado dele. Eu aprendo, mas começo com ele como preparador físico. Ele me deu os insights da parte técnica, ele falou ‘a parte física tem que ser atrelada à parte técnica’. E eu comecei a estudar a parte tática. Quando ele me dá confiança no Japão, ele diz: ‘você vai cuidar da área física, mas você vai me auxiliar e vai me ajudar no campo’. Tudo isso me traz aqui hoje. Passou um filme pela minha cabeça hoje de que ele foi responsável por tudo isso que aconteceu na minha vida. Como lidar com as vitórias, como lidar com as derrotas, como respeitar o staff. A Ponte Preta vai sentir isso, como ele respeita cada funcionário. É sensacional sentar do lado dele e estar em um nível igual”, completou.

O próximo jogo do Novorizontino acontece já nesta terça-feira. O Tigre do Vale recebe o Amazonas, às 21h, no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte.

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