Nesta terça-feira (03/09), os atletas das categorias de base do Grêmio Prudente visitaram a sede da OAB em Presidente Prudente e presenciaram palestras sobre racismo. O elenco Sub-15, Sub-17 e Sub-19 estavam presentes. Assunto recorrente no momento atual e presente no futebol desde o seu princípio, o debate sobre o preconceito de raça ganhou destaque nos últimos anos, com o caso Vinícius Jr. sendo o principal expoente.
O tema oficial da roda de conversa foi: “Racismo Não Entra em Campo”. E de fato não deveria entrar. É intolerável que em 2024 ainda existam tantos casos de racismo como os registrados este ano. Cantos racistas como o da Argentina em direção a seleção francesa, atitudes dentro de campo e situações direcionadas ao indivíduo, como a torcida do Valência chamando Vini de “Mono”(macaco em espanhol) em alto e bom tom.
A palestra para os garotos ensina o que faz ou não faz parte do jogo de futebol, ensina a diferenciar o que é ofensa e o que é crime. Enquanto as organizações maiores como CBF, UEFA e FIFA não tomam medidas drásticas para punir os criminosos, os jogadores aprendem como se defender de tais situações. A orientação mais recente em caso de negligência dos oficiais da partida é simples: deixar o campo.
Opinião
É fato que grande parte dos jogadores de futebol brasileiros são negros. A seleção francesa, dominante na era recente do esporte, é formada majoritariamente por jogadores negros. A Espanha, campeã da última Eurocopa, teve em dois garotos negros seus atletas de destaque no torneio. Se em algum momento, os jogadores negros sentiram que bastava bom desempenho em campo para calar a boca dos racistas, isso já não é suficiente. O brilho incomoda e não cabe apenas aos jogadores se rebelarem, aqueles com poder tem que auxiliar no processo. Florentino Perez e Carlo Ancelotti deram bom exemplo em momentos defendendo Vinícius Jr., mas em outros compactuaram com os acontecimentos.
Que venham mais palestras e mais atitudes sobre o assunto. Diga não ao racismo.