Da Série D à Série B: o 2024 intenso de Júnior Rocha

O treinador Júnior Rocha comandou a Ferroviária na campanha histórica que levou a Locomotiva para a Série B do Brasileirão pela primeira vez desde 1995. Foi um ano movimentado para o técnico de 43 anos, que iniciou a temporada atuando na Inter de Limeira, passou pelo Guarani na segunda divisão e por fim liderou a AFE no tão sonhado acesso para a competição.

Início do ano pela Inter de Limeira 

Após passagens menores por equipes de diferentes estados, chegou na Inter de Limeira para a Série D de 2023. Com campanha mediana, atingiu a segunda fase do torneio nacional, mas caiu diante do Caxias-RS. O trabalho agradou a diretoria alvinegra, que renovou o contrato de Júnior para o Campeonato Paulista de 2024.

No torneio estadual, grande desempenho. Num grupo com dois times de Série A do Brasileirão (Corinthians e RB Bragantino) e um de Série B (Mirassol), Rocha liderou a Inter de Limeira para as quartas de final do Paulistão. No mata-mata, a equipe perdeu por 3 a 0 para o Bragantino, mas conquistou a vaga na Série D de 2025 pela sua campanha. Júnior cumpriu o objetivo que lhe foi dado.

Ascensão e queda no Guarani

A boa campanha chamou atenção do cenário nacional, rendendo a sua ida para o Guarani, onde disputou a Série B pela primeira vez depois de sua passagem no Luverdense. No Brinco de Ouro, comandou o Bugre em 7 jogos na Série B, com começo conturbado. Foram 5 derrotas, 1 empate e apenas 1 vitória, diante do Botafogo-SP. Impacientes, os executivos do clube de campinas demitiram Júnior, que assinou com a Ferroviária 50 dias depois.

Hoje, o Guarani é lanterna da Série B, com 25 pontos em 29 jogos.

História feita na Ferroviária 

Júnior Rocha substituiu Vinícius Bergantin, que assinou com o Flamengo para o cargo de auxiliar técnico, enquanto estava invicto junto à AFE depois de 14 rodadas da Série C. Nos cinco jogos finais da primeira fase, o técnico acumulou duas vitórias, dois empates e uma derrota, a primeira do clube na competição, na última rodada, diante do líder Botafogo-PB.

Se com Bergantin a Ferroviária levava e fazia poucos gols, com Júnior Rocha os jogos ficaram mais eletrizantes. O time de Araraquara teve o melhor ataque e a pior defesa da segunda fase, com 12 gols pró e 12 gols contra. No quadrangular final, já com os reforços feitos pela diretoria afeana, a equipe começou muito bem, mas sofreu para conquistar o acesso. No 1º turno, por duas vezes a equipe ficou atrás do placar na Fonte Luminosa, mas o técnico fez trocas que mudaram a partida e a AFE conquistou a vitória até o fim do jogo.

Depois de duas derrotas consecutivas como visitante contra Athletic-MG e Londrina-PR, foi na última rodada que Júnior e seu plantel decidiram o sucesso do seu ano. Diante do torcedor, sofreu o primeiro gol novamente, mas o time manteve a calma e virou a partida para 4 a 2, com três gols de Carlão, que chegou a ficar no banco de reservas por opção técnica.

O acesso foi um dos grandes feitos da carreira do jovem treinador, que foi campeão mato-grossense em 2016 e da Copa Verde em 2017. A torcida pede a sua renovação para a Série A2 do Paulistão em 2025, mas o treinador deve receber propostas da elite do estado.