A atual gestão do Santos causou surpresa ao decidir apagar o mural “Os grandes ataques”, obra emblemática do artista Paulo Consentino, no Centro de Treinamento Rei Pelé. A pintura, que homenageava os históricos trios Pelé, Coutinho e Pepe, dos anos 1960, e Neymar, Ganso e Robinho, de 2010, foi pintada de cinza em razão de sua má conservação, conforme justificou a diretoria. O mural, além de ser uma obra de arte, também servia como estúdio para gravações da Santos TV e exibia as assinaturas de grandes ídolos do clube. A informação foi divulgada em primeira mão pelo GE.
Em resposta às críticas, a diretoria do Santos afirmou que a remoção foi necessária e que está finalizando os trâmites para a realização de uma nova pintura, prevista para começar em novembro. No entanto, a decisão gerou lamentações. Paulo Consentino destacou sua tristeza pela perda de um patrimônio que continha assinaturas de ídolos como Pelé e Coutinho, que faleceram e cujas assinaturas são insubstituíveis. “Aquele mural continha algumas assinaturas que não serão repostas”, comentou o artista em entrevista.
Além desse mural, Consentino é responsável pela identidade visual do muro externo do CT Rei Pelé, que presta tributo a grandes nomes da história do clube. Contudo, a promessa de revitalização dessa parte do CT ainda não foi cumprida, e o local continua com trechos desgastados e partes pintadas de cinza, à espera de uma renovação que homenageie novamente a rica tradição do Santos.
Essa mudança é vista por muitos como um gesto simbólico da nova gestão e levanta debates sobre como preservar a história e a memória dos grandes momentos do futebol. Torcedores e ex-jogadores questionam se o apagamento da arte não se trata de uma perda irreparável para a identidade e o espírito do clube, conhecido por sua tradição e reverência aos seus ídolos.