Ferroviária pede efeito suspensivo para liberar Micaelly

Por: Beatriz Quintino
11 meses atrás em 6 de novembro de 2024
Fotos: Rafael Zocco/Ferroviária


A Ferroviária informou nesta terça-feira que protocolou um pedido de efeito suspensivo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) para reverter a suspensão da meia Micaelly. A jogadora foi expulsa aos 41 minutos do primeiro tempo na partida de ida da semifinal do Campeonato Paulista Feminino contra o Palmeiras.


Segundo a súmula, o árbitro Hermínio Henrique justificou o cartão vermelho alegando que a jogadora o xingou em uma reclamação por falta. De acordo com o árbitro, depois da camisa 10 ser derrubada em uma disputa de bola, ao se levantar, Micaelly teria proferido ofensas contra ele.


“Expulsa por, após uma disputa de bola, a mesma passa correndo pelas minhas costas e profere as seguintes palavras direcionado a mim ‘foi falta caralho. Ah vai se foder’”, informa a súmula divulgada pela FPF.


No entanto, a Ferroviária alega que, ao rever as imagens, é possível observar que a atleta do Palmeiras faz um gesto com a mão indicando que a jogada não foi falta e sugerindo que Micaelly se levantasse. Em resposta a essa atitude, a jogadora grená teria direcionado o xingamento à adversária. E não ao árbitro, que, de costas, interpretou que as palavras eram para ele.


Em nota, o clube ainda escreveu:


“Para nós, é preocupante que reações verbais em um ambiente de emoção intensa, como o futebol, sejam punidas com rigor extremo, especialmente no futebol feminino, enquanto episódios similares – e até mais graves – são recorrentes no futebol masculino sem resultar em expulsões. Essa disparidade levanta um questionamento fundamental: quais são os critérios de aplicação de tais penalidades?


Afirmar que a fala foi direcionada a ele, estando de costas, e tomar como ofensa é uma interpretação extremamente relativa e abstrata. Infelizmente, a decisão do árbitro pode ser entendida como um reflexo de um tratamento excessivamente rigoroso ou, possivelmente, de um viés discriminatório, dado que o mesmo rigor não é observado em situações semelhantes no futebol masculino.


Como instituição que valoriza o respeito e a igualdade de gênero no esporte, reafirmamos nosso compromisso em lutar por um futebol mais justo e equilibrado. Confiamos que o TJD analisará o caso com imparcialidade e que a proporcionalidade será respeitada, garantindo à nossa atleta o direito de defesa e uma análise justa do ocorrido.”


Dessa forma, agora, a Ferroviária aguarda uma decisão do TJD para a partida de volta da semifinal. O duelo acontece no próximo sábado (9), às 15h30, no Allianz Parque, em São Paulo. O primeiro jogo terminou em um empate por 1 a 1.