A noite desta quinta-feira (14) marcou um momento histórico para a Portuguesa. Em uma reunião no Salão Nobre do Canindé, o Conselho Deliberativo aprovou, por aclamação, a proposta de transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Com investimento de R$ 1 bilhão por parte de um grupo liderado pela XP Investimentos, Tauá Partners e Revee, o projeto avança para sua última etapa: a aprovação em assembleia geral de sócios, prevista para o início da próxima semana.
Sem manifestações contrárias durante a votação, o clima no Canindé foi de celebração entre os conselheiros e a torcida, que vê nesse movimento uma chance de salvar a Lusa de sua crise financeira e esportiva. Com 104 anos de história, a Portuguesa tenta se reerguer e voltar aos seus dias de glória, incluindo o objetivo de retornar à elite do futebol brasileiro até 2029.
O modelo de SAF proposto prevê a venda de 80% das ações do clube aos investidores, que assumirão diferentes responsabilidades. A XP Investimentos será responsável pela gestão financeira, a Tauá cuidará do departamento de futebol, e a Revee assumirá o comando da modernização do complexo do Canindé, incluindo a construção de uma arena multiuso.
O valor de R$ 1 bilhão será distribuído em três frentes: até R$ 450 milhões para reestruturação de dívidas, R$ 500 milhões para a revitalização do estádio e clube social, e R$ 263 milhões em investimentos diretos no futebol até 2029. Desse montante, R$ 30 milhões já serão destinados em 2025 para impulsionar áreas como categorias de base, contratações, melhorias no centro de treinamento e até mesmo o futebol feminino.
Para os dirigentes, a aprovação da SAF é essencial para garantir a sobrevivência do clube, que atualmente enfrenta graves dificuldades financeiras, como contas bloqueadas e incertezas sobre a montagem do elenco para o próximo Paulistão. Segundo o presidente Antônio Castanheira, a estrutura para a nova gestão já está encaminhada, mas o tempo é curto. Caso os associados não aprovem o projeto na assembleia, o futuro da Portuguesa pode estar em risco.
Com a confiança e apoio do Conselho Deliberativo, a Lusa agora aguarda o aval final dos sócios para dar início a um novo capítulo de sua trajetória, apostando em um modelo que promete não apenas sanar dívidas, mas também resgatar a relevância do clube no cenário esportivo nacional.