O treinador Márcio Zanardi analisou o empate sem gols do Botafogo-SP contra os reservas do São Paulo nesta segunda-feira (20), em Ribeirão Preto. Apesar do resultado, ele abordou a falta de ritmo da equipe, os ajustes necessários e o desempenho apresentado, destacando especialmente a evolução do Pantera no segundo tempo.
Diante da melhora na segunda etapa, Zanardi ainda lamentou o empate, que faz com que o Tricolor siga sem vencer na temporada.
“No primeiro tempo, a gente veio um pouco no escuro, porque, apesar de sabermos a escalação do São Paulo, não tínhamos certeza da estratégia deles, já que eles jogaram pouco. Ficamos um pouco no escuro, e, quando o Toró e o Silvinho não renderam bem, as coisas não estavam fluindo como queríamos. Ficamos presos na criação, e eu cobrei mais deles em relação a isso. O Bispo, que estava posicionado mais atrás, também não estava construindo bem, o que nos deixou ainda mais limitados.
O segundo tempo foi a cara que eu quero, com jogadores se entregando. Saímos com um sentimento de frustração, pois tivemos chances e poderíamos ter vencido. Ainda assim, coisas boas ficam, e é assim que vamos construindo. É importante não mexer no que deu certo. No segundo tempo, evoluímos e melhoramos tanto tecnicamente quanto no comportamento, e isso foi o mais importante. Precisamos dar sequência. O Campeonato Paulista é um torneio difícil”, comentou.
Sobre a utilização de Douglas Baggio, que veio do banco pela segunda vez na temporada, Zanardi explicou sua escolha e destacou a mudança que o jogador trouxe ao time. Apesar disso, considerando que o atleta foi titular quase absoluto na temporada passada, o treinador ressaltou que Baggio ainda precisa trabalhar para melhorar a intensidade.
“O Baggio precisa ter intensidade para poder sustentar o jogo todo. A gente quer os jogadores intensos o jogo todo. A gente precisa mudar comportamentos. E eu sempre falo que não adianta ser muito bom tecnicamente só com a bola nos pés. A gente precisa se entregar bastante, e o Baggio está se entregando, está tentando. Ele é uma opção. A gente queria um pouco mais de força com o Toró, que tinha feito uma pré-temporada boa. Não deu certo no primeiro tempo, e aí, quando a gente faz as trocas, conseguimos agredir mais o São Paulo no segundo tempo”, comentou Zanardi.
Assim como na estreia contra o Guarani, Jonas Toró foi o escolhido para ser titular. No entanto, o meio-campista, alvo de criticas pela torcida, não teve um bom desempenho.
Questionado pelo repórter Thiago Barbalho, do Tudo Sobre Paulista, sobre a escolha do jogador, Zanardi optou por elogiar a dedicação de Toró durante a pré-temporada, mas reconheceu que nenhum jogador tem vaga garantida no time.
“O Toró chegou muito bem fisicamente na pré-temporada comigo. Foi o jogador que mais se dedicou. No meu ponto de vista, ele foi um dos poucos que jogaram bem contra o Guarani. Por isso, acho que foi merecimento dele continuar nesta partida. E, quando ele caiu e não rendeu, aí eu fiz a substituição. Aqui, ninguém tem cadeira cativa. Eu vou tirar quem tiver que tirar. Mas ele se dedicou. O Toró sempre esteve muito bem. Ele é um cara que se dedicou em dois períodos. Se ele errou tecnicamente, é uma outra questão. Mas, fisicamente, ele é importante. A gente precisa ter propriedade nessa situação”, rebateu o treinador.
O empate rendeu o primeiro ponto ao Botafogo-SP no Paulistão. No entanto, o time ainda é o lanterna do grupo A. Ainda em busca de seu primeiro gol na competição, a equipe volta a campo nesta quinta-feira (23), às 18h30, em Bauru, para enfrentar o Noroeste.
“O Botafogo ainda precisa de muitas coisas, mas mostramos entrega. Enfrentar um São Paulo jovem, mas muito competitivo, não é fácil. Estamos no caminho certo. Aqui a gente está construindo um trabalho. Quando eu chego para a Série B, o que eu não pude fazer foi introduzir o que eu pensava. A partir de agora, a gente está construindo também um trabalho. O torcedor quer vencer, o torcedor quer ver aquele time que joga em transição, que marca gols, e eu também. A maior frustração minha é o quanto a gente trabalha esse último terço para fazer gols, finalizar, e quando as coisas não acontecem, você sai frustrado. Mas, amanhã, a gente já tem trabalho. Já temos que pegar as coisas ruins, melhorar e trabalhar bastante”, concluiu Zanardi.