Em sua primeira entrevista após o retorno à Ferroviária, o técnico Vinícius Bergantin comentou a importância de conhecer o elenco e pontuou os ajustes necessários para a recuperação da equipe na Série A2 do Campeonato Paulista. O treinador reassume o comando do time menos de sete meses após sua saída, substituindo Júnior Rocha, demitido no último domingo.
Bergantin iniciou os trabalhos nesta segunda-feira e já reestreia nesta quarta, contra o XV de Piracicaba, às 20h, fora de casa. Apesar do pouco tempo de preparação, ele destacou a necessidade de trabalhar dentro do que já conhece do grupo.
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“É claro que a gente quer colocar algumas coisas, mas o tempo não te deixa ter um volume de treino. Então, por conhecer a maioria do elenco e ter trabalhado com alguns jogadores que chegaram depois, a gente ajusta um ou dois detalhes de parte defensiva e de parte ofensiva também, um posicionamento de um ou outro jogador. Mas não tem como você fazer uma mudança drástica de sistema ou de modelo, não tem tempo hábil para isso. Essa vivência que eu tive com os atletas até julho do ano passado com certeza vai facilitar, mas depende muito mais dessa atenção minha de passar o que a gente pretende mudar para eles da forma mais clara e simples possível, para que coloquem em prática dentro daquilo que a gente acredita e para que possamos vencer o jogo amanhã”, declarou o técnico.
Na sua primeira passagem pela Ferroviária, Bergantin comandou o time na campanha da A2 de 2024, levando a equipe até as quartas de final, além de iniciar a trajetória que garantiu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Agora, ele assume a Locomotiva com a missão de reverter o momento irregular e recolocar o time na briga pelo acesso à elite estadual.
A Ferroviária ocupa atualmente a 11ª posição na Série A2, com 12 pontos, apenas dois atrás da zona de classificação para o mata-mata. O técnico ressaltou que a equipe ainda tem totais condições de se recuperar.
“Sempre numa situação dessas, precisamos fazer o simples bem feito, porque esse grupo tem qualidade para retomar, para classificar, para subir. De acordo com o mercado, fazer uma Série B sólida. Mas é o momento em que, como falei ontem na apresentação, escapou um pé do trilho, escapou um lado aqui. Ainda não tem nada perdido”, analisou.
Com a pior defesa da competição, tendo sofrido 16 gols em 10 jogos, a AFE atravessa uma sequência de cinco partidas sem vitória. Apesar disso, Bergantin preferiu destacar a força ofensiva do time, buscando encontrar uma harmonia.
“Fala-se dos gols sofridos, mas se não me engano, a equipe tem o primeiro ou segundo melhor ataque da competição. O Quirino tem seis gols, o Ronaldo tem quatro. É muito importante que os camisas nove estejam marcando. Então, é pouca coisa, não é nada de outro mundo, mas requer alguns ajustes que acredito e espero que eles coloquem em prática. O ideal é que a gente tenha resultado. Isso depende muito de conversas com o elenco, conversas individuais para trazer cada um para o seu melhor, lembrá-los do que fazem de melhor. Precisamos buscar uma harmonia em campo que traga segurança para eles nesse momento, tanto para marcar quanto para jogar, para que não se sintam ilhados no campo”, afirmou o treinador.
Durante sua primeira passagem por Araraquara, Bergantin comandou a equipe em 26 partidas, somando 12 vitórias, 13 empates e apenas uma derrota. Relembrando o momento de sua saída, o treinador destacou a oportunidade profissional de integrar a comissão técnica de Tite no Flamengo, mas reforçou que sempre manteve o respeito pelo clube e comemorou seu retorno.
“Não saí da Ferroviária e deixei para trás. O pessoal sabe o quanto mantivemos contato e respeito. Entendo perfeitamente quem se sentiu chateado, mas minha admiração pelo Tite e o aprendizado que tive com ele pesaram muito. Espero retomar o trabalho. Tivemos uma campanha incrível, perdemos um jogo em 27 ou 25, não lembro exatamente. Foi um sonho, com algumas vitórias importantes, principalmente no início da Série C, quando havia desconfiança. Hoje, me sinto mais preparado, mais confiante e com uma responsabilidade maior para dar sequência ao trabalho iniciado na Ferroviária. Não há receita para nada, mas não vou mudar como pessoa nem como treinador. Houve um acréscimo de conhecimento, e espero que isso se some às minhas convicções sobre trabalho e gestão de grupo. Praticamente 90% das coisas que eu acreditava se confirmaram. O objetivo agora é manter o respeito e o trabalho nos detalhes, para que possamos enfrentar os desafios do ano e dar a resposta que a equipe merece”, concluiu.