O técnico Luis Zubeldía analisou o desempenho do São Paulo após o empate sem gols contra o Sport, na estreia do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva, o argentino destacou a importância do meia Oscar, lamentou o pênalti desperdiçado por Calleri e comentou sobre as vaias da torcida, além dos pedidos por Dorival Júnior.
Após o apito final, parte da torcida no Morumbis demonstrou insatisfação com o resultado e chegou a pedir o retorno de Dorival Júnior, ex-técnico do Tricolor. Questionado sobre a pressão, Zubeldía reconheceu o carinho do torcedor pelo antigo treinador, mas reforçou seu compromisso com o clube.
“Estamos falando de um técnico que saiu da seleção brasileira e é querido aqui. É normal as emoções que podem aparecer por parte do torcedor. O sentimento por Dorival é compreensível, afinal, ele conquistou a Copa do Brasil com o São Paulo. Mas estou aqui para trabalhar e fazer o melhor pelo clube”, afirmou o argentino.
Sobre as vaias recebidas no estádio, o treinador também demonstrou tranquilidade. “Hoje tivemos 37 mil pessoas aqui. Se não conseguimos dar uma vitória, é normal que saíamos desaprovados, tanto eu quanto os jogadores. Mas sempre vamos precisar do apoio deles. Temos muitos jovens e, pouco a pouco, vamos melhorar”, completou.
Um dos pontos mais citados por Zubeldía na coletiva foi a falta que Oscar fez ao time. O meia, que vinha sendo peça fundamental na armação das jogadas, não conseguiu se recuperar a tempo para a partida, o que alterou o planejamento da equipe.
“Na quarta-feira já estávamos pensando no sistema e organização que apresentamos hoje. Mas Oscar não se recuperou e tivemos que adaptar. Lucas já sabíamos que não poderia estar, então tentamos duas formações diferentes. Quando ficou claro que Oscar não poderia jogar, optamos por uma estratégia mais equilibrada no primeiro tempo, para depois buscar mais agressividade no decorrer do jogo”, explicou o treinador.
O São Paulo teve dificuldades na criação durante a primeira etapa e desperdiçou uma grande chance logo no início, quando Calleri perdeu um pênalti. Zubeldía reconheceu que o time foi mais vertical na segunda metade do jogo, mas não conseguiu transformar a superioridade em gols.
“No segundo tempo, tivemos mais atitude, dribles, cruzamentos e chutes, mas foi insuficiente. Está claro que o empate não era o que buscávamos. A primeira etapa teve o peso do pênalti perdido, e na segunda fomos melhores, mas nos faltou o gol”, avaliou.
O treinador destacou ainda que evitou mudar drasticamente a estrutura do time para manter segurança na equipe, especialmente sem Oscar em campo. “A organização estava pensada de uma maneira, mas não quisemos alterar completamente. No segundo tempo, com as mudanças, todos responderam bem e estivemos melhores”, acrescentou.
Após a estreia no Brasileirão, o São Paulo agora foca na Conmebol Libertadores. Na próxima quarta-feira, o Tricolor enfrenta o Talleres, na Argentina, às 21h30 (de Brasília). Pelo campeonato nacional, volta a campo no domingo para encarar o Atlético-MG, fora de casa, na Arena MRV.