Palmeiras deve se sentir no Allianz contra Inter Miami

Por: Pedro César Lélis
4 meses atrás em 21 de junho de 2025
Foto: FRANCK FIFE / AFP


A torcida organizada do Inter Miami prepara um boicote para o confronto decisivo contra o Palmeiras, marcado para segunda-feira, 23, pela última rodada da fase de grupos do Mundial de Clubes. O motivo é a insatisfação com a diretoria do clube, que não cedeu ingressos suficientes para os membros da chamada “Barra”, formada majoritariamente por imigrantes sul-americanos, em especial argentinos.



Sem apoio oficial, grupo recusa presença parcial


A diretoria do Inter Miami ofereceu apenas 70 ingressos à torcida uniformizada, número muito abaixo do necessário para acomodar os cerca de mil membros do grupo. A proposta foi recusada, e os torcedores decidiram não comparecer de forma organizada.


“Ou vamos todos, ou não vai ninguém. Quem quiser ir, que entre sozinho”, declarou o líder do movimento, conhecido como JC. A decisão inclui a ausência de instrumentos musicais, faixas e camisetas da torcida. No jogo de abertura contra o Al Ahly, a ausência já foi notada, e o cenário deve se repetir no duelo contra o Palmeiras.



Contraste com a torcida do Palmeiras


Sem o apoio da torcida local, o Inter Miami deve ver os palmeirenses dominarem as arquibancadas do Hard Rock Stadium, mesmo jogando “em casa”. Assim como já ocorreu no MetLife Stadium, em Nova York, a torcida do Palmeiras promete ser maioria e transformar o estádio em uma extensão do Allianz Parque.


O entusiasmo dos brasileiros tem chamado a atenção nos Estados Unidos e contrasta com o desânimo da torcida local. A torcedora Agustina, argentina radicada em Miami e membro da “Barra”, criticou a política do clube. “No Boca, os diretores oferecem bilhetes. Aqui, cobram 300 dólares por ingresso”, relatou.



Raízes argentinas e cultura de apoio


Apesar de ter David Beckham como co-proprietário desde sua fundação, em 2018, o Inter Miami tem fortes vínculos com a comunidade argentina. A chegada de Messi, em 2023, e a contratação de seus antigos companheiros — como Jordi Alba, Sergio Busquets, Luis Suárez e o goleiro Ustari — reforçaram essa identidade.




A cultura das “barras bravas” argentinas inclui o financiamento de ingressos e apoio logístico por parte dos clubes, o que não ocorre no Inter Miami. A ausência desse suporte, somada ao alto custo dos ingressos, tem afastado os torcedores organizados dos jogos.