Julio Casares fala de elenco, finanças e base do São Paulo

Presidente do São Paulo fala sobre equilíbrio financeiro, reforços para a Libertadores, orçamento e negociações com Evangelos Marinakis em entrevista exclusiva

Por: Pedro César Lélis
4 semanas atrás em 21 de agosto de 2025
Foto: Arquibancada Tricolor


O presidente do São Paulo, Julio Casares, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Gabriel Sá, do portal Arquibancada Tricolor, abordando temas centrais para o futuro do clube. Entre os assuntos tratados estiveram o novo MorumBIS, a montagem do elenco para a temporada, a execução orçamentária, negociações com o empresário grego Evangelos Marinakis e a possibilidade de um modelo de SAF no Tricolor.



Elenco e quartas de final da Libertadores


Questionado sobre a necessidade de reforços para as quartas de final, Casares ressaltou a busca por equilíbrio entre competitividade esportiva e responsabilidade financeira:



“O São Paulo tem um grande desafio econômico e a nossa missão maior é tentar equilibrar essa sintonia de recuperação financeira com o time competitivo. Não é um grande elenco, não é um grande com grandes atletas, etc. Então essa equação é que é difícil. Mas o time que tem jogado é um time competitivo, de grandes atletas, jogadores com personalidade, desde o goleiro até o último que joga antigamente na ponta esquerda. Desde o número um ao 11. E você tem uma combinação boa. E como você falou, temos agora um tempo para a volta do Arboleda, do Wendell se recuperando o Oscar. Quem sabe o Calleri não numa eventualidade mais para o fim do ano. Então é um desafio e que nós não vamos enganar ninguém. Nós precisamos conter o custo e a despesa sem comprometer a competitividade”.




Orçamento e dificuldades de execução


Casares também foi questionado sobre a execução orçamentária do clube, já que em anos anteriores as metas estipuladas não foram alcançadas. O dirigente destacou os impactos das lesões e a necessidade de repensar o modelo de receitas:



“O futebol é muito dinâmico. Você começa um exercício, principalmente elencos que não têm 40 jogadores, que tem, às vezes 32, que é o nosso caso. Mesmo assim, com os meninos da base. Ou seja, nós temos que acreditar na experiência, na pouca experiência, na maturidade desses meninos que vão evoluindo. Então, o futebol, quando há uma contusão como a do Calleri, como a do Oscar, como a do Lucas, isso desmonta bastante. Por exemplo, nós esperávamos o Ryan. Logo, logo está a gente dentro do time principal e ele vai ficar fora. Então esse orçamento, às vezes ele não tem essa compreensão. Esse é um trabalho cultural que nós estamos usando. Teremos que mudar aquela coisa, dizer o seguinte: ‘Olha, vai faltar 180 milhões para empatar isso aí. Então põe lá na rubrica venda de atletas, vamos vender 180’. E nem sempre isso é possível”.




Negociações com Marinakis


As conversas com o empresário grego Evangelos Marinakis, iniciadas em dezembro de 2024, também foram tema da entrevista. O objetivo é viabilizar um acordo operacional que fortaleça os investimentos nas categorias de base do São Paulo.



“Eu já tive duas vezes com ele. Falamos sempre. O problema é que é algo tão complexo que tem que ser feito com muito critério. O Alan Franco demorou a renovação. Demorou. Tem que ser feito com critério. Tudo ainda mais uma parceria, um acordo operacional. O que eu posso garantir a você e eu quero aproveitar todo. O São Paulo jamais vai vender a base. É um acordo operacional. Aliás, é um acordo muito inteligente. O São Paulo, nesse projeto, vai ser talvez a grande redenção do futuro do São Paulo. Então, o que nós estamos falando? Como vamos avançar no acordo operacional? Mas teremos algo mais forte ainda para que a nossa gente possa ser representada nesse investimento”.