Casares explica venda de Henrique Carmo e nega reforços

O presidente Julio Casares afirmou que o São Paulo não deve buscar reforços na janela de transferências e explicou a saída do atacante Henrique Carmo, negociado com o CSKA Moscou, da Rússia. O dirigente destacou que o clube precisa equilibrar as contas e, por isso, tem recorrido às vendas de jovens formados em Cotia.

Elenco praticamente definido

Segundo Casares, o São Paulo seguirá até o fim da temporada com o grupo atual, sem pressa para movimentações no mercado.

“Eu digo que 90% é que estamos fora de cogitação. É que o futebol às vezes oferece um fato novo. Do Marcos Leonardo foi um fato novíssimo. De repente, ele quis vir jogar, porque não foi inscrito. Essas dinâmicas podem acontecer. Não posso dizer que não vai acontecer. Não vou ficar procurando: ‘olha, esse está livre…’ Vamos contar com o elenco que temos.”

O presidente ressaltou que o departamento de análise segue atento a possíveis cenários.

“Estamos em setembro, outubro e novembro. Campeonato Brasileiro vai terminar antecipadamente. Agora, esses 10% estamos sempre com a nossa área de análise de desempenho olhando.”

Custos de reforços

Casares também frisou que jogadores livres de contrato não chegam de graça.

“O torcedor não pode se enganar. O jogador quando vem para cá ou renovamos o contrato, temos luvas, o salário que vai aumentar e intermediação. Então, já tem um custo de largada existente. Não tem essa coisa de o cara vir de graça.”

“Claro que (valor) menor do que uma compra. Mas vale a pena. Não valeu a pena renovar com o Alan Franco? Imagina se não tivéssemos renovado. Demorou, porque é assim que tem que ser quando temos responsabilidade financeira. Mas vamos ajustar os melhores caminhos.”

O mandatário ainda descartou a especulação envolvendo o atacante camaronês Vincent Aboubakar:

“Nenhuma chance. Eu ouvi conversas pela mídia, pessoas que mandavam, mas nunca conversamos.”

Venda de Henrique Carmo

O presidente também explicou a saída de Henrique Carmo, de 19 anos, que está de malas prontas para o CSKA Moscou. O acordo gira em torno de US$ 6 milhões fixos (cerca de R$ 32 milhões), com o Tricolor mantendo 25% dos direitos econômicos.

“Eu como torcedor também fico triste, também gostaria que o jogador ficasse por mais tempo aqui. No caso específico do Henrique, ele tinha sido pretendido por empréstimo para o PSV, mas nós seguramos. Estive com os pais e os empresários e eles queriam ir embora, insistiram. Chegamos até o último minuto da janela para fazer o melhor possível. Tentamos até demovê-lo dessa ideia para que ele continuasse.”

“Claro que nós gostaríamos que fosse por dois dígitos, porque vendemos por um valor e temos uma participação. Fizemos o melhor possível, com a convicção que precisamos equilibrar. O São Paulo não pode mais apostar em campeonatos para ver depois a venda, como fizemos no caso do Beraldo.”

Casares ainda reforçou que, diante da situação financeira do clube, a saída de jovens talentos é inevitável.

“É uma questão financeira difícil, que vai melhorando aos poucos. O São Paulo necessita vender jogadores. É claro que temos que manter um time competitivo, mas temos a responsabilidade de pagar salários, pagar custos operacionais, manter o gramado, o estádio, toda a preparação de infraestrutura do CT, tanto de Cotia como da Barra Funda. É responsabilidade.”

“A venda do Henrique e dos demais era extremamente necessária. Tínhamos que fazer. O torcedor fica triste, eu também fico. Tentamos segurar o Henrique até por mais tempo, mas não foi possível. Temos que focar na responsabilidade financeira e no cumprimento de metas.”

Saídas recentes

Henrique se junta a outros cinco jogadores formados em Cotia que deixaram o clube em 2025: William Gomes e Moreira, vendidos ao Porto, Luiz Henrique, ao Real Múrcia, Matheus Alves, também ao CSKA Moscou, e Lucas Ferreira, ao Shakhtar Donetsk.