Canal do TSP no TelegramCanal do TSP no Telegram

MP analisa possível ligação entre Corinthians e facção

Investigação analisa uso de cartões corporativos, imóveis ligados à facção e cobra explicações de jogadores e dirigentes do clube

Por: Pedro César Lélis
4 horas atrás em 16 de setembro de 2025
Meu Timão


O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) segue ampliando a apuração sobre as finanças e a gestão do Corinthians e agora analisa uma possível relação do clube com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O inquérito, que começou para investigar o uso de cartões corporativos, ganhou novos elementos depois de declarações de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, que afirmou em agosto que “o crime organizado se infiltrou” no Timão e relatou estar sofrendo ameaças. A informação é do GE.


O promotor Cássio Roberto Conserino pediu esclarecimentos a três atletas. O ponto em análise é se eles chegaram a morar em um apartamento no bairro Anália Franco, em São Paulo, ligado a José Carlos Gonçalves, o “Alemão”, apontado em outras investigações como integrante de destaque da facção criminosa.


Segundo o MP, os jogadores não são suspeitos de nenhum crime e foram convocados apenas como testemunhas. A promotoria busca entender se o Corinthians teve algum papel na intermediação do imóvel e os motivos da escolha do local.


Entrega de documentos e novos depoimentos


O clube informou ter começado a repassar a documentação solicitada pelo MP, que abrange o período de 2018 a 2025. Inicialmente, foram entregues apenas faturas de cartões de crédito corporativos, e depois relatórios de despesas da presidência. Até a última segunda-feira, a promotoria ainda não havia confirmado a checagem completa do material.


O Ministério Público marcou para a semana passada o depoimento de João Clóvis, dono de um restaurante acusado de emitir notas frias para o Corinthians na gestão de Duilio Monteiro Alves, mas a defesa conseguiu um habeas corpus e adiou a oitiva. O promotor convocou o vice-presidente Armando Mendonça para prestar esclarecimentos na próxima segunda-feira.


O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), instaurado em 30 de julho, apura indícios de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa no clube. Inicialmente focado no suposto uso irregular de cartões nas gestões de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, o inquérito também passou a incluir os gastos do mandato de Augusto Melo.




No dia 21 de agosto, o MP pediu à Justiça o afastamento dos três últimos presidentes do Corinthians. O tribunal ainda não decidiu sobre o pedido, assim como sobre a quebra de sigilo dos cartões corporativos do clube.