Projeto propõe SAF com participação popular e surge em meio à crise financeira do clube
O futuro administrativo do Corinthians voltou à pauta com a apresentação do projeto SAFiel, modelo que defende a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol com participação popular. A proposta foi discutida em reunião realizada no Parque São Jorge, na última sexta-feira, com a presença do presidente Osmar Stabile, que sinalizou interesse em acompanhar o evento de lançamento no próximo dia 28 de outubro.
Diferente de outros formatos de SAF já adotados no Brasil, a SAFiel propõe que o Corinthians mantenha o controle nas mãos da torcida, e não de um único investidor. A estrutura permite que os torcedores adquiram ações acessíveis e participem das votações em diferentes conselhos: Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança. O plano ainda garante assentos no Conselho de Fiscalização para representantes das torcidas organizadas.
Executivos profissionais administram o futebol, sendo contratados ou demitidos de acordo com metas e resultados.
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O grupo responsável pelo projeto, Carlos Teixeira, Maurício Chamati e Eduardo Salusse, percorre diferentes setores do clube para apresentar a ideia. Em setembro, os idealizadores levaram a proposta ao presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. Ele afirmou que a atual reforma estatutária não comporta a mudança imediata para SAF. Porém, reconheceu que ajustes no texto podem abrir espaço para esse debate futuramente.
Os criadores da SAFiel também apresentaram o projeto às torcidas organizadas para buscar apoio político e ampliar o engajamento popular antes do lançamento oficial.
A mudança de associação para SAF ainda encontra barreiras sólidas dentro do Corinthians. Há receio de que a venda a investidores comprometa a identidade do clube, o que já levou gestões anteriores a rejeitarem sondagens de fundos estrangeiros e intermediários. O modelo da SAFiel, no entanto, se diferencia ao propor controle descentralizado e participação direta da torcida no comando.
A discussão acontece em um cenário delicado para as finanças do Timão. A dívida atual gira em torno de R$ 2,6 bilhões, e a dificuldade em manter o fluxo de caixa tem impactado diversas áreas. Para defensores da SAFiel, a transformação seria um caminho para profissionalizar a gestão e oferecer maior estabilidade, sem abrir mão da essência popular do clube.