Casares planeja estabilizar as dívidas do São Paulo até 2030

Em entrevista, o presidente detalha planos de modernização, redução da dívida e separação jurídica do futebol

Por: Pedro César Lélis
1 mês atrás em 1 de outubro de 2025
Foto: Pedro França/Agência Senado


Em entrevista ao N Sports, o presidente do São Paulo, Julio Casares, revelou uma série de medidas que visam modernizar a gestão do clube. Em meio às críticas por resultados ruins e à pressão da torcida, o dirigente reforçou que os investimentos pesados nos últimos anos foram feitos para reconquistar a confiança dos são-paulinos, mesmo com o aumento da dívida.




Casares admitiu que os altos gastos impactaram diretamente as finanças, mas sustentou que o risco foi necessário. Segundo ele, a estratégia resultou em conquistas como a inédita Copa do Brasil, o que ajudou a reaproximar o torcedor da equipe. O presidente, porém, afirma que a fase atual da gestão prioriza ajuste de contas e redução do endividamento. A meta é entregar o clube com equilíbrio financeiro até o centenário em 2030.



Reformulação da base


Um dos pilares do plano é transformar Cotia em um fundo de investimentos com participação externa. Pelo modelo, o São Paulo ficaria com 70% dos lucros e os investidores com 30%. Casares rejeita a ideia de que isso signifique “venda da base”, e afirma que se trata de uma estratégia para potencializar receitas sem abrir mão do controle.



Separação do futebol e clube social


Outra medida em estudo é a criação de uma empresa exclusiva para administrar o departamento de futebol, separando-o juridicamente do clube social. O formato lembra o das SAFs, mas sem abrir espaço para compra por investidores: o São Paulo manteria 100% do controle. O objetivo é dar mais autonomia à gestão esportiva, sem comprometer as demais áreas.



Críticas e cenário político


Enquanto o futebol acumula déficits, o clube social fechou 2024 com superavit de R$ 700 mil. Mesmo assim, a pressão aumentou após eliminações e derrotas recentes, com protestos contra Casares e o diretor Carlos Belmonte. Ainda assim, o mandatário afirma que pretende deixar como legado até 2026 a consolidação desses projetos, que dependem da aprovação do Conselho.