A reformulação reduz datas dos estaduais, amplia torneios regionais e muda formato da Copa do Brasil e da Série D
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta quarta-feira, 1º, o calendário que norteará as competições nacionais a partir de 2026. O novo formato, válido para o ciclo 2026–2029, busca conciliar dois objetivos principais: reduzir a sobrecarga de jogos dos clubes da Série A e oferecer mais oportunidades para equipes de menor expressão, que frequentemente passam meses sem competições oficiais.
Uma das mudanças mais aguardadas está nos campeonatos estaduais, que passarão a ter apenas 11 datas, mantendo três meses de duração. A estreia está prevista para 14 de janeiro e o encerramento para 15 de março. A Federação Paulista de Futebol, no entanto, tenta viabilizar 12 rodadas para o Paulistão.
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Com menos datas para os torneios regionais, a CBF antecipou o início do Campeonato Brasileiro da Série A: a primeira rodada será em 28 de janeiro e a última em 2 de dezembro. Essa decisão faz estaduais e Brasileirão dividirem as primeiras semanas da temporada.
Segundo a entidade, a antecipação facilita o gerenciamento da pausa para a Copa do Mundo de 2026, que reunirá 48 seleções. Nesse período, os clubes liberarão os jogadores por 55 dias, incluindo 15 dias de recesso.
O mata-mata nacional passará por grande reformulação. O número de participantes subirá de 92 para 126, com início em 18 de fevereiro e encerramento em 6 de dezembro. Os times da Série A só entrarão a partir da quinta fase, quando o torneio passará a ter confrontos de ida e volta.
As fases preliminares, disputadas em jogos únicos, ficarão restritas a clubes de menor ranking. A decisão, que se tornará produto comercial estratégico da CBF, será disputada em sede previamente definida e em jogo único, com cerca de um mês entre a semifinal e a final para planejamento das torcidas.
Campeões das Séries C e D, além dos vencedores da Copa Verde, da Copa do Nordeste e da nova Copa Sul-Sudeste, terão entrada garantida já na terceira fase.
A Copa do Nordeste será ampliada para 20 clubes, divididos em quatro grupos de cinco, enquanto a Copa Verde ganhará duas subdivisões: Copa Norte e Copa Centro-Oeste, com final entre os campeões de cada conferência.
A novidade é a Copa Sul-Sudeste, que reunirá 12 clubes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, desde que não participem da Libertadores ou da Sul-Americana. Serão dois representantes por estado, organizados em dois grupos de seis.
O detalhe é que clubes que optarem por jogar os torneios regionais não poderão disputar competições da CONMEBOL. Assim, por exemplo, o Bahia terá de escolher entre a Libertadores e a Copa do Nordeste.
As divisões inferiores também ganharam mudanças estruturais. A Série C passará a rebaixar apenas dois clubes, enquanto seis subirão da Série D, ampliando gradualmente o torneio até atingir 28 participantes em 2028.
Já a Série D terá um salto imediato: de 64 para 96 equipes já em 2026. O campeonato vai de 5 de abril a 13 de setembro, passando de 510 para 610 jogos, parte da estratégia para aumentar a participação de clubes pequenos no calendário nacional.
Durante o evento de apresentação no Rio de Janeiro, o presidente Samir Xaud destacou que 2026 será um ano de transição, mas que o projeto pretende equilibrar o futebol nacional.
“Essas mudanças reduzem a carga de jogos para a elite e aumentam a competitividade para clubes que passam meses sem atuar. É um passo necessário para dar justiça esportiva e ampliar oportunidades”, afirmou o dirigente.
O calendário do futebol brasileiro em 2026 começará oficialmente com a Supercopa do Brasil, ainda sem local definido.