Texto será votado pelo Conselho e prevê fim do Comitê de Gestão, nova estrutura administrativa e possibilidade de remuneração a dirigentes
O Conselho Deliberativo do Santos vai analisar na próxima quinta-feira a proposta de um novo Estatuto Social. O texto reformula pontos centrais da gestão do clube, altera regras sobre a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e redefine o modelo de governança interna.
Atualmente, o Estatuto exige que o Santos mantenha, no mínimo, 51% das ações em uma eventual sociedade de futebol profissional. A nova versão reduz esse percentual para 10%, permitindo que o clube participe de forma minoritária em uma possível operação societária.
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O projeto também detalha o trâmite para implementar a transformação. Após o envio da proposta de SAF, o Conselho Deliberativo deve se reunir em até 30 dias. Os conselheiros precisam aprovar a proposta com dois terços dos votos. Caso rejeitem o texto ou solicitem ajustes, a diretoria executiva terá 30 dias para reapresentá-lo. Se os conselheiros aprovarem, o clube submete o tema à votação dos sócios.
O novo Estatuto extingue o atual Comitê de Gestão e cria três novas instâncias administrativas: Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Assessores Especiais da Presidência.
A Diretoria Executiva inclui o presidente, o vice-presidente e sete diretores estatutários — Administrativo, Financeiro, Jurídico, Futebol Profissional, Futebol de Base, Marketing e Comunicação — todos nomeados pelo presidente.
O presidente indica três integrantes para compor o Conselho de Administração, de caráter consultivo e estratégico. O grupo emite pareceres sobre governança e finanças e acompanha o desempenho econômico do clube. Os membros recebem remuneração quando aplicável.
O presidente também nomeia até três assessores especiais e define se serão remunerados. Se os assessores forem conselheiros, eles se licenciariam enquanto ocuparem o cargo.
A proposta permite que o clube pague salários ao presidente e ao vice-presidente. O Conselho Deliberativo limita o valor máximo a 70% do teto do funcionalismo público federal, atualmente R$ 46.366,19, e estabelece que o vice pode receber até metade do salário do presidente. O Conselho Deliberativo também decide sobre a aprovação da remuneração.
O texto também eleva as exigências para candidatura à presidência do Santos. O interessado deverá ter mais de 30 anos, ser sócio há pelo menos dez anos e ter cumprido três mandatos completos como conselheiro.
Outras mudanças incluem a redução do número de conselheiros eleitos para 100 e o aumento do tempo mínimo de associação para exercer o direito de voto, que passaria a ser de cinco anos.