Revisão orçamentária aprovada pelo Conselho Deliberativo estima R$ 83 milhões de déficit em 2025 e destaca queda em receitas e aumento de gastos
Parque São Jorge / Divulgação CorinthiansO Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou, na noite de segunda-feira, 06, a revisão do orçamento para 2025, estimando um déficit de R$ 83 milhões até o final do ano. O valor representa uma diferença de R$ 121 milhões em relação ao superávit de R$ 34 milhões projetado pela gestão anterior. A decisão foi tomada por aclamação durante assembleia com 136 conselheiros presentes, enquanto 26 solicitaram que o documento fosse reanalisado antes da aprovação final.
A diretoria presidida por Osmar Stabile, que assumiu o clube em maio após afastar Augusto Melo, propôs a revisão. O Conselho de Orientação (CORI) e o Conselho Fiscal aprovaram a nova estimativa, enquanto a previsão anterior tinha sido elaborada sob a gestão de Melo.
Entre as alterações mais expressivas estão:
Vendas de atletas: a antiga gestão projetou R$ 180,5 milhões, enquanto a atual contabilizou apenas R$ 73,6 milhões, queda de 59,2%.
Despesas com pessoal: os gastos passaram de R$ 345,8 milhões para R$ 492,7 milhões, aumento de 42,5%.
Patrocínios: a receita estimada caiu de R$ 211,6 milhões para R$ 174,4 milhões.
Direitos de TV e bilheteria: após eliminações na Pré-Libertadores e Sul-Americana, a arrecadação de direitos de transmissão caiu de R$ 339,8 milhões para R$ 332,5 milhões, e a receita com bilheteria passou de R$ 113,8 milhões para R$ 105,7 milhões.
O déficit projetado, se confirmado, contribuirá para o aumento da dívida do Corinthians, que já somava R$ 2,6 bilhões no primeiro semestre de 2025. Internamente, parte da diretoria e conselheiros defende a implementação de restrições e sanções para garantir cumprimento de prazos e controle rigoroso sobre balanços e orçamentos futuros.
O CORI recomendou auditorias trimestrais para monitorar a execução do orçamento, reforçando a necessidade de maior transparência e acompanhamento contínuo das finanças do clube diante do cenário desafiador.
O Corinthians agora segue com o desafio de equilibrar receitas e despesas para evitar que o déficit impacte ainda mais a saúde financeira do clube.