Corinthians cai para o Santos e auxiliar critica postura da equipe

Lucas Silvestre avalia desempenho do time e explica limitações físicas e táticas após derrota por 3 a 1 na Vila Belmiro

Por: Pedro César Lélis
5 horas atrás em 16 de outubro de 2025
Lucas Silvestre, auxiliar técnico do Corinthians / Reprodução Corinthians TV



O Corinthians saiu da Vila Belmiro derrotado pelo Santos por 3 a 1, nesta quarta-feira, 15, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. O auxiliar Lucas Silvestre, que substituiu o técnico Dorival Júnior, suspenso, lamentou a atuação do time, especialmente no primeiro tempo, e destacou que a equipe não conseguiu impor intensidade durante o clássico. Thiago Maia marcou para o Santos, enquanto Raniele descontou para o Timão.





A derrota mantém o Corinthians com 33 pontos, na 12ª colocação, mas o time ainda corre risco de ser ultrapassado na tabela e ficar fora da zona de classificação para a Copa Sul-Americana de 2026.





Lucas Silvestre comenta postura da equipe





Lucas Silvestre admitiu que a postura do time ficou abaixo do esperado:






“Nossa postura desde o princípio do jogo, principalmente no primeiro tempo, foi muito abaixo do que a gente vem produzindo, de como estamos atuando. O resultado passa menos pela postura tática do jogo, passa pela energia, disposição, pontos em que deixamos a desejar. É dolorido o momento, mas temos que entender e conviver com o que aconteceu.”






Ele ressaltou que a preparação foi realizada conforme planejado, mas não teve efeito em campo:






“A preparação para o jogo foi feita, por isso dói ainda mais explicar. A preparação foi toda realizada como tinha que ser. Os jogadores foram alertados para o que o Santos levaria, para um jogo de duelo, de entrega, de energia. Mostramos para eles os dados que o primeiro tempo do Santos é de pressão intensa, que a gente teria pouco tempo e espaço.”






Limitações físicas influenciaram desempenho





Lucas explicou que a participação limitada de Rodrigo Garro e Memphis Depay, ambos entrando no segundo tempo, dificultou a reação do Corinthians:






“O Garro vem de um tempo parado, foi acordado juntamente com o atleta, fisiologia, departamento médico e físico que ele estaria disponível por 25 ou 30 minutos. A mesma coisa do Memphis, que conversou com todas essas áreas, foi decidido em função do que aconteceu na Data Fifa anterior que o Memphis teria 25 ou 30 minutos de jogo. Temos que pensar na sequência, para que eles tenham uma sequência maior, pensar em recuperação, lesão.”






Avaliação de desempenho individual





Sobre Gui Negão, Lucas comentou:








“O Gui não fez um bom primeiro tempo, a alteração foi técnica. E taticamente a gente precisava de um homem mais de flutuação, o Kayke poderia nos dar isso, ora pelo lado, ora por dentro. Infelizmente, não saiu da maneira que a gente planejou o jogo. A gente confia muito nele. Colocamos o Gui para jogar sem nenhuma dúvida, o professor (Dorival) desde o início apostou no Gui e nos meninos. Nosso banco hoje era praticamente sub-20. André entrou bem no jogo, Kayke entrou bem no jogo. Dentre tudo de ruim que aconteceu hoje, também é importante valorizar o que deu certo.”






Sobre as dificuldades na saída de bola:






“Valorizar e parabenizar o adversário, que fez um grande jogo. Tecnicamente a gente não foi assertivo como nos últimos jogos, isso dificultou nossa saída, a gente não conseguia encontrar os homens livres. A pressão que o Santos exerceu dificultou para a gente, foi nos tirando do jogo com o passar do tempo. Infelizmente, a gente não conseguiu encontrar os espaços que o jogo vinha desenhando. Quando a energia tá baixa e você não tá assertivo, tem difivuldade para construir e encontrar as melhores opções. Dificultou também o posicionamento dos nossos homens de frente, em cima da última linha, nao so Gui e Yuri, também o Breno, isso dificultou a construção. Tentamos acertar no segundo tempo, mas logo toma o gol, que acaba condicionando.”






Estratégia e decisões no jogo





Questionado sobre a demora para realizar alterações:






“Essa pergunta é importane porque no banco a gente tinha um elenco jovem e quem eu tinha de mais experiente eu não podia usar por um longo período. A ideia era se organizar com os atletas que estavam em campo. E, se não tivesse resposta, colocar os meninos no segundo tempo. É difícil colocar toda a responsabilidade nos meninos que estão subindo agora, como Dieguinho, André… A ideia era se reorganizar com o time que estava em campo. Tentamos adiantar o Hugo para a linha da frente, fazendo duas linhas de quatro. O Igor Vinicius vinha baixando muito e causando dificuldades para nós. Optamos por adiantar o Hugo e tentar pressiona-los de uma maneira melhor, mas esbarramos na energia e acabou nos dificultando o jogo.”






Sobre possíveis sanções a Martínez:






“A partir de amanhã vamos entender, Martínez chegou hoje, vamos conversar com ele, entender o que aconteceu, para depois definir qualquer situação.”






Avaliação sobre desempenho defensivo e postura





Lucas comentou sobre os gols sofridos e dificuldades defensivas:






“Defesa que não tomou gols contra o Mirassol, tomou gol do Inter da maneira como aconteceu. Acredito que o jogo contra o Flamengo, os primeiros 50 ou 60 minutos foram bons defensivamente falando, não deixamos o adversário criar. Hoje foi um jogo atípico, a gente deixou muito a desejar, mas não posso responsabilizar somente a última linha. Todo o nosso sistema defensivo atuou da maneira como deveríamos ter atuado. A nossa taxa de duelos ganhos foi baixa. Quando você tem essa taxa baixa em um clássico, você acaba oferecendo o jogo ao seu adversário.”






Questionado sobre a baixa energia em campo:






“Você tocou num ponto fundamental no jogo de hoje. O Santos encarou como uma final, e foi como preparamos a equipe, para jogar uma final, essa era a ideia do jogo. Não consigo te responder dessa maneira porque vínhamos de grande jogos fora de casa, vencemos Fluminense, Vasco, Ceará. Não consigo entender dessa forma. Após alguns momentos bons, a gente acaba não entrando no jogo da maneira que deveria ter entrado, aí entra no ponto do Juventude, Sport, São Paulo. É muito mais entender no por que dessa ‘barrigada’ para baixo. A gente precisa trazer essa constância maior para dar essa confiança ao torcedor, que espera uma sequência de vitórias.”






Próximo compromisso





O Corinthians volta a campo no sábado, às 18h30, na Neo Química Arena, diante do Atlético-MG, com o retorno de Dorival Júnior ao comando da equipe.