São Paulo pode perder muito dinheiro caso fique de fora da Libertadores

A luta do São Paulo por uma vaga na próxima edição da Conmebol Libertadores vai muito além do campo. O clube, que ocupa a nona posição no Campeonato Brasileiro e está oito pontos atrás do Bahia, sexto colocado e último dentro da zona de classificação, vê na competição uma oportunidade decisiva para equilibrar as finanças e impulsionar o projeto esportivo para 2026.

A diferença que pesa no caixa

A Libertadores representa, hoje, um salto financeiro gigantesco em relação à Copa Sul-Americana. Tomando como base os valores pagos pela Conmebol nesta temporada, a premiação total do torneio principal pode ser até 3,7 vezes maior.
Somente a presença na fase de grupos já garante US$ 3 milhões, enquanto na Sul-Americana o valor é de US$ 900 mil. A cada vitória, os clubes recebem US$ 330 mil, praticamente o triplo do bônus da competição secundária.

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Se chegar ao título, o campeão da Libertadores embolsa US$ 24 milhões (cerca de R$ 136 milhões), contra US$ 6,5 milhões pagos ao vencedor da Sul-Americana. Em todas as fases, o abismo financeiro entre os dois torneios é evidente: nas oitavas, por exemplo, a premiação sobe de US$ 600 mil para US$ 1,25 milhão.

Impacto direto no Morumbis

O efeito da Libertadores também é sentido fora do gramado. As rendas de bilheteria e arrecadações de jogo disparam nas noites de competição continental.
Nos anos em que o Tricolor disputou a Sul-Americana, as receitas foram modestas: R$ 12,8 milhões em 2022 e R$ 10,5 milhões em 2023. Já em 2024, com o retorno à Libertadores e uma campanha até as quartas de final, o clube arrecadou R$ 26,3 milhões em cinco partidas no Morumbis, um crescimento de 150% em relação ao ano anterior e 104% em comparação com 2022, quando chegou à decisão da Sul-Americana.

O ticket médio mais alto, a demanda por ingressos e o engajamento da torcida fazem da Libertadores um evento à parte para o torcedor são-paulino. A atmosfera no Morumbis em noites de mata-mata, aliada à visibilidade internacional, atrai patrocinadores e reforça a imagem de um clube protagonista no continente.

Competição que move o futuro

Eliminado pela LDU nas quartas de final da atual edição, o São Paulo ainda assim recebeu cerca de R$ 41 milhões apenas em premiações da Conmebol, valor que ajudou a amenizar a pressão sobre as contas do clube, marcado por atrasos salariais e direitos de imagem.

Garantir nova participação no torneio é visto internamente como essencial para 2025, tanto no aspecto esportivo quanto financeiro. A diretoria entende que voltar à Libertadores significa não só disputar o título mais prestigiado da América do Sul, mas também assegurar a sustentabilidade de um clube que busca reconstrução dentro e fora de campo.