Árbitro relata xingamentos e ameaças de dirigentes do Santos na súmula

O clima foi de tensão e revolta santista no Estádio Nilton Santos, no domingo (26), durante o empate entre Botafogo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Inconformado com as decisões da arbitragem, o diretor de futebol do Peixe, Alexandre Mattos, invadiu o gramado no intervalo da partida para cobrar o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima. O episódio rendeu um relato pesado na súmula, com acusações de xingamentos e até ameaças por parte dos dirigentes santistas.

De acordo com o árbitro, Alexandre Mattos deixou o banco de reservas e foi em direção à equipe de arbitragem “de forma grosseira, ofensiva, aos gritos e com dedo em riste”, proferindo as palavras: “Você tem que marcar falta, é uma vergonha, safado!”. Ainda segundo o documento, o dirigente teria puxado a camisa do árbitro de forma ameaçadora, sendo contido pelos policiais presentes.

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O clima hostil se estendeu até a zona mista. Ao deixar o campo em direção ao vestiário, o trio de arbitragem foi novamente abordado, desta vez, pelo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, e pelo gerente de futebol, Gustavo Ferreira. No relatório, Rodrigo José Pereira de Lima descreveu novas ofensas:

“Gustavo Ferreira proferiu as seguintes palavras: ‘Seu ladrão, vai tomar no c*, vocês não apitam mais jogo do Santos’. Já o senhor Marcelo Teixeira disse: ‘Safado, você nos prejudicou’. Informo ainda que as narrativas citadas foram repetitivas, abusivas e com intuito de intimidação.”

No retorno para o segundo tempo, o árbitro afirmou ter sido novamente abordado por Alexandre Mattos, que teria dito: “Uma coisa é certa: você nunca mais apita jogo do Santos”.

O estopim para toda a confusão foi o segundo gol do Botafogo, marcado por Joaquín Correa, em lance em que Lautaro Díaz foi puxado e caiu no início da jogada. Após a partida, Mattos também procurou a imprensa para desabafar, criticando duramente o uso do VAR no futebol brasileiro: “Foi falta clara. Como o árbitro dá vantagem num lance desses? Contra o Vitória não marcaram um pênalti, e agora ignoram uma infração evidente. O VAR no Brasil é catastrófico, não mostram nem as câmeras. Está ficando impossível.”