Treinador destaca evolução do time e defende paciência no processo de reconstrução da equipe tricolor
Divulgação SPFC PlayO São Paulo empatou com o Flamengo em 2 a 2, na Vila Belmiro, em uma noite de emoções divididas. O time de Hernán Crespo começou melhor, abriu o placar, sofreu a virada e, com um a mais em campo, buscou o empate na reta final. O resultado refletiu bem o discurso do treinador após a partida: um time em evolução, mas ainda em fase de consolidação.
Na coletiva, Crespo fez questão de valorizar o desempenho diante de um adversário que, segundo ele, “nunca é fácil de enfrentar”. O argentino relembrou o início do trabalho no clube e destacou como o grupo assimilou melhor as ideias ao longo dos meses.
“Nunca é fácil jogar com o Flamengo, muita qualidade, o time se encontrou bem, o empate está bem, vou lastimar o final, achávamos que podíamos virar, mas acabar o jogo com essa sensação é bem legal, pelo momento atual do Flamengo.”
O técnico apontou que o São Paulo vive agora uma fase mais sólida, com uma base definida e uma identidade de jogo. Mas ponderou que a principal meta é manter o nível competitivo.
“Temos uma boa base. O que acontece é manter. Não fazer assim, bom jogo, ruim, chato, bom… Temos que manter um nível competitivo, o que não é fácil. Há quatro meses, falavam em rebaixamento. Agora é lutar para cima…. Calma, step by step, saber construir. Muito difícil construir e muito fácil destruir.”
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Um dos destaques do jogo foi Ferreira, que atuou improvisado como ala-esquerdo devido às ausências de Enzo Díaz e Wendell. A mudança, segundo Crespo, foi pensada especificamente para o confronto, e pode ser repetida conforme o contexto dos jogos.
“Depende do jogo. A ideia não é jogar 3 ou 4 zagueiros. Ferreira tinha de defender e atacar. Você pode fazer essas coisas, quando a identidade é muito forte. Tentamos, hoje deu certo, Ferreira foi o melhor do jogo, ganhou prêmio, fez gol.”
Crespo também falou sobre o uso dos garotos de Cotia e pediu paciência ao torcedor. Ele citou o caso de Maik, autor de uma assistência, para explicar a importância de os jovens alternarem entre a base e o profissional.
“Tem que manter, a vida muda… Não só eles, em torno deles. Importante ter pés no chão, saber que a comissão acredita neles. Mas não há garantia que vão jogar. Se tem de voltar ao sub-20, é porque achamos bom ter sequência. Maik pode jogar, já demonstrou.”
Ao ser questionado sobre a distância entre o São Paulo e os principais rivais do país, o treinador foi direto. Ele elogiou o trabalho de clubes como Flamengo e Palmeiras, mas destacou que o Tricolor vive outro momento financeiro.
“Com dinheiro você encurta os tempos. Há quanto tempo Palmeiras e Flamengo são competitivos? Temos de ter ideias com calma e brigar pelo o que a gente pode brigar. Hoje, Flamengo e Palmeiras estão em outra situação na América do Sul. Calma, humildade, trabalhar e tentar reduzir esse gap.”
Crespo evitou falar sobre a próxima temporada, dizendo que o foco ainda é o Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, deixou clara a satisfação por ver o time longe do risco de rebaixamento e disputando posição na parte de cima da tabela.
“Fico muito feliz, quando chegamos, se falava em rebaixamento. Hoje falamos que estamos lutando a chegar na pré-Libertadores. A construção foi muito grande.”
Para o treinador, o empate com o Flamengo foi mais do que um ponto conquistado: foi um retrato de um São Paulo que começa a reencontrar confiança e identidade em meio às dificuldades.