Derrota para o Bragantino expõe os limites do elenco e reforça o desafio de Hernán Crespo em manter o São Paulo competitivo
Foto: Guilherme Dionízio/Código 19/Estadão ConteúdoO São Paulo voltou a conviver com um velho problema: as lesões. Um fantasma que parece nunca ter deixado o clube em paz. Na derrota por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino, no sábado, na Vila Belmiro, o técnico Hernán Crespo novamente se viu obrigado a improvisar e lidar com limitações no elenco.
Com opções escassas no meio de campo, Crespo montou uma trinca formada por Luiz Gustavo, Bobadilla e Lucas. A proposta era equilibrar marcação, mobilidade e criatividade — algo que até funcionou parcialmente no primeiro tempo, mas sem efetividade ofensiva. O São Paulo teve controle, mas não conseguiu criar chances reais de perigo.
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Ferreira, pela esquerda, não foi produtivo nos duelos individuais, enquanto Luciano passou boa parte do tempo isolado na frente. Ao perceber a dificuldade, o camisa 10 começou a recuar para buscar jogo e, junto de Lucas, protagonizou os lances mais promissores do Tricolor na primeira etapa.
Mesmo assim, a equipe não conseguiu sair do 0 a 0 e o panorama piorou após o intervalo. Crespo substituiu Lucas, alegando decisão tática, mas ficou evidente a preocupação com a carga física do atacante — algo que o próprio treinador já havia mencionado em entrevistas recentes. Sem o camisa 7, o time perdeu criatividade e se tornou previsível, insistindo nas jogadas pela esquerda sem sucesso.
O castigo veio em um lance isolado. Enzo Díaz cometeu pênalti em momento de desatenção, e Jhon Jhon converteu para o Bragantino. A partir daí, o São Paulo se lançou ao ataque de forma desorganizada, mas não conseguiu reagir. Luciano ainda tentou de fora da área, mas parou no goleiro adversário.
Depois da partida, Crespo voltou a destacar o desafio de se adaptar às constantes ausências:
– Falávamos de três zagueiros, dos três volantes, a gente tenta mudar, mas quando tentamos ser mais ofensivos, o time não se encontra bem. Muitas vezes não são os nomes que têm que jogar, são as características – explicou o técnico.
A fala resume o dilema do argentino. O desejo de montar um time mais agressivo esbarra nas limitações do elenco e na falta de jogadores com as mesmas funções dos titulares lesionados.
Entre os desfalques, um nome faz falta especial: Marcos Antônio. O meio-campista, consolidado como principal articulador da equipe em 2025, está fora por lesão. Sem ele, o São Paulo perde dinamismo e criatividade, repetindo o mesmo cenário da eliminação para a LDU na Libertadores e da derrota recente para o Bragantino.
Durante a pausa da Data Fifa, Crespo terá tempo para ajustar o time. Apenas Tapia, Bobadilla e Ferraresi foram convocados por suas seleções, o que permite ao treinador trabalhar com boa parte do elenco principal e tentar recuperar os lesionados.
O Tricolor volta a campo no dia 20 de novembro, às 19h30, contra o Corinthians, na Neo Química Arena. Até lá, Crespo seguirá buscando soluções para um São Paulo que ainda luta para encontrar estabilidade em meio a um calendário marcado por ausências e improvisos.