Lesões voltam a castigar o São Paulo e preocupam Crespo

Derrota para o Bragantino expõe os limites do elenco e reforça o desafio de Hernán Crespo em manter o São Paulo competitivo

Por: Neila Gonçalves
5 minutos atrás em 10 de novembro de 2025
Foto: Guilherme Dionízio/Código 19/Estadão Conteúdo



O São Paulo voltou a conviver com um velho problema: as lesões. Um fantasma que parece nunca ter deixado o clube em paz. Na derrota por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino, no sábado, na Vila Belmiro, o técnico Hernán Crespo novamente se viu obrigado a improvisar e lidar com limitações no elenco.







Com opções escassas no meio de campo, Crespo montou uma trinca formada por Luiz Gustavo, Bobadilla e Lucas. A proposta era equilibrar marcação, mobilidade e criatividade — algo que até funcionou parcialmente no primeiro tempo, mas sem efetividade ofensiva. O São Paulo teve controle, mas não conseguiu criar chances reais de perigo.





Ferreira, pela esquerda, não foi produtivo nos duelos individuais, enquanto Luciano passou boa parte do tempo isolado na frente. Ao perceber a dificuldade, o camisa 10 começou a recuar para buscar jogo e, junto de Lucas, protagonizou os lances mais promissores do Tricolor na primeira etapa.





Mesmo assim, a equipe não conseguiu sair do 0 a 0 e o panorama piorou após o intervalo. Crespo substituiu Lucas, alegando decisão tática, mas ficou evidente a preocupação com a carga física do atacante — algo que o próprio treinador já havia mencionado em entrevistas recentes. Sem o camisa 7, o time perdeu criatividade e se tornou previsível, insistindo nas jogadas pela esquerda sem sucesso.





O castigo veio em um lance isolado. Enzo Díaz cometeu pênalti em momento de desatenção, e Jhon Jhon converteu para o Bragantino. A partir daí, o São Paulo se lançou ao ataque de forma desorganizada, mas não conseguiu reagir. Luciano ainda tentou de fora da área, mas parou no goleiro adversário.





Depois da partida, Crespo voltou a destacar o desafio de se adaptar às constantes ausências:






– Falávamos de três zagueiros, dos três volantes, a gente tenta mudar, mas quando tentamos ser mais ofensivos, o time não se encontra bem. Muitas vezes não são os nomes que têm que jogar, são as características – explicou o técnico.






A fala resume o dilema do argentino. O desejo de montar um time mais agressivo esbarra nas limitações do elenco e na falta de jogadores com as mesmas funções dos titulares lesionados.





Entre os desfalques, um nome faz falta especial: Marcos Antônio. O meio-campista, consolidado como principal articulador da equipe em 2025, está fora por lesão. Sem ele, o São Paulo perde dinamismo e criatividade, repetindo o mesmo cenário da eliminação para a LDU na Libertadores e da derrota recente para o Bragantino.





Durante a pausa da Data Fifa, Crespo terá tempo para ajustar o time. Apenas Tapia, Bobadilla e Ferraresi foram convocados por suas seleções, o que permite ao treinador trabalhar com boa parte do elenco principal e tentar recuperar os lesionados.





O Tricolor volta a campo no dia 20 de novembro, às 19h30, contra o Corinthians, na Neo Química Arena. Até lá, Crespo seguirá buscando soluções para um São Paulo que ainda luta para encontrar estabilidade em meio a um calendário marcado por ausências e improvisos.