João Paulo Sampaio explica afastamento do sub-17 do Palmeiras

Coordenador da base detalha decisão de retirar elenco e comissão do Paulista sub-17 para conter interesses individuais e reafirmar o peso do clube

Por: Neila Gonçalves
3 horas atrás em 14 de novembro de 2025
Foto: Divulgação/Palmeiras



João Paulo Sampaio, coordenador geral das categorias de base do Palmeiras, detalhou os motivos que levaram ao afastamento completo do elenco e da comissão técnica do sub-17 na reta final do Campeonato Paulista. Segundo ele, a decisão foi um posicionamento firme contra atitudes guiadas por interesses individuais dentro de um ambiente que deveria ser exclusivamente coletivo.

Em entrevista ao Charla Podcast, Sampaio destacou que, nas categorias de base de grandes clubes, muitos jovens atletas são cercados por estafe pessoal — empresários, fisioterapeutas, consultores — criando, segundo ele, uma estrutura que funciona como “microempresas” dentro do vestiário.

— Hoje, cada jogador funciona como uma empresa. E quando cada empresa quer olhar apenas para si, quem perde é o clube. Por isso tomei essa decisão: para deixar claro que, acima de qualquer interesse individual, está o Palmeiras — afirmou.

A decisão do afastamento ocorreu em meio a relatos de atritos entre o grupo sub-17 afastado e a geração sub-16, que assumiu a disputa do Estadual. Apesar de não divulgar detalhes oficialmente, o clube confirmou que a medida tinha como objetivo preservar o ambiente e reforçar o peso da instituição sobre qualquer influência externa.

Sampaio foi enfático ao dizer que a formação humana faz parte da responsabilidade do clube:

— O Palmeiras é a base de tudo. Ninguém pode ser maior que a instituição, nem atletas, nem seus estafes. Afastamos para dar um recado, e funcionou. Espero que outros clubes tenham coragem de fazer o mesmo. Não podemos ser reféns de adolescentes que, muitas vezes, já mandam na própria família.

Ele reforçou que o processo de formação vai muito além dos resultados dentro de campo, especialmente nas categorias inferiores.

Desde o afastamento, ocorrido há cerca de um mês, o Palmeiras mantém a postura de priorizar o desenvolvimento dos atletas. O grupo punido seguiu treinando normalmente e representará o clube em dezembro, na 3ª Super Copa Capital, em Brasília.