“Zagueiro relembra a caminhada desde 2022, as campanhas que bateram na trave e a conquista histórica da vaga na Série B com o Tigre do ABC.”
Reginaldo Júnior | @messiasphotoEm entrevista ao quadro Exclusiva TSP, no canal do Tudo Sobre Paulista no YouTube, o zagueiro Matheus Salustiano falou sobre o tão sonhado acesso do São Bernardo à Série B do Campeonato Brasileiro. Peça importante na trajetória recente do Tigre, ele relembrou o início no clube em 2022, as campanhas que “bateram na trave” na Série C e a sensação de, enfim, colocar o time do ABC na segunda divisão nacional.
Logo no começo da conversa, Salustiano resumiu o sentimento de viver mais um acesso com o clube:
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“Cara, é um sentimento único, porque você está desde o começo.”
O defensor recordou a chegada ao São Bernardo para a disputa do Paulistão de 2022. Também falou sobre como o projeto apresentado pelo clube o convenceu a ficar para a disputa do Brasileiro.
“Cheguei para disputar o Paulistão de 2022, não tinha expectativa nenhuma de permanecer. Tive propostas para jogar a Série B, mas o clube me apresentou um projeto muito interessante, que iria montar um time forte para poder subir naquele ano de 2022. Foi onde a gente conseguiu o acesso da Série D para a Série C, logo no primeiro ano da gestão da Magno, em divisões de campeonato brasileiro.”
Em 2023, o Tigre parou por pouco no sonho de subir mais uma vez:
“Se você for pegar, acho que as campanhas foram um pouco iguais desse ano do acesso. Nós fizemos sete pontos, subimos por saldo de gols e naquele ano a gente ficou fora por causa de um gol também. Fizemos sete e ficamos fora por isso.”
Mesmo ausente na temporada anterior, ele acompanhou de perto o crescimento do clube e a insistência pelo acesso:
“Ano passado eu não estava, mas acompanhei. O clube acabou não conseguindo o objetivo, mas acho que a gente conseguiu, com esse acesso, colocar o São Bernardo num cenário maior ainda nacional. Tanto para nós atletas como para o clube, é muito importante esse acesso.”

Durante a segunda fase da Série C, o São Bernardo conviveu com uma sequência sem vitórias que aumentou a pressão externa. Dentro do vestiário, porém, o discurso foi outro.
“Eu creio que não, em nenhum momento a gente deixou de acreditar. Acho que, a cada vitória que não vinha, isso fortalecia cada vez mais o nosso grupo. A gente é um grupo muito unido, eu falo isso, a gente se fechou e falou: ‘cara, uma vaga é nossa, a gente vai subir’.”
A derrota para o Floresta em casa poderia ter abalado o ambiente, mas virou ponto de virada:
“Quando a gente perde pro Floresta em casa, a gente trabalha, é uma semana difícil, mas a gente recolhe os cacos, se junta, se fecha, e falou: ‘cara, a gente só tem um jogo, é só o Caxias, a gente tem que ganhar do Caxias, para a gente poder ir para o último jogo, brigar pelo acesso’.”
A vitória contra o Caxias fora de casa e o duelo decisivo em Londrina, na última rodada, marcaram a história recente do Tigre.
“Quando a gente ganha do Caxias, aquilo dá uma energia tão positiva para o grupo, porque a gente tem uma semana maravilhosa, a gente vai para Londrina dois dias antes, a gente vai de avião, aí vai a comissão toda, nosso staff, estava todo mundo lá junto, e isso foi diferente, foi gratificante. Tivemos a emoção do torcedor no final do jogo, de nós jogadores, porque a gente tirou um peso, porque são dois anos batendo na trave. (…) A gente procurou apagar o que aconteceu no passado, nos últimos dois anos, e focar só nesse ano, botar o nosso nome na história, botar o clube lá em cima, colocar o São Bernardo para disputar a primeira Série B da história do clube. (…) Em nenhum momento a gente pensou assim: ‘cara, não dá mais’. A gente tinha chance, e felizmente só dependíamos de nós.”

Outro ponto destacado por Salustiano foi o trabalho do técnico Ricardo Catalá e a filosofia do São Bernardo de manter projetos, algo cada vez mais raro no futebol brasileiro.
“Antes de eu chegar no São Bernardo, muitas pessoas vieram falar para mim sobre o Catalá, tomar cuidado, isso e aquilo. Eu acho que encontrei outra pessoa, porque ele é um cara competitivo. Vocês falam que ele é um cara rígido, ele é um cara que cobra muito da gente, como ele mesmo fala no vestiário para nós, o tempo todo ele vai deixar a corda esticada.”
“Ele é um cara sério no que ele propõe para nós. E algo bom do São Bernardo é que eles mantêm trabalho, muito difícil você ver alguém ser mandado embora no clube. Acho que o grande sucesso do clube está nisso aí.”
Mesmo terminando a Série C sem a titularidade absoluta, o zagueiro fez questão de ressaltar que o acesso está acima de qualquer vaidade individual.
“Independente de eu jogar ou não, o clube tinha um objetivo maior, que era o acesso. Se eu joguei ou não, se eu estivesse jogando ou não, o acesso era o que mais importava. (…) O time que começa o campeonato não é o mesmo que termina, então sempre tem trocas, e a gente tem que respeitar as decisões do treinador.”
Confira a entrevista na íntegra!