Saídas de Wanderson e Artur expõem atrasos salariais, FGTS pendente e incertezas políticas que travam o planejamento para 2026
Foto: PontePressEm meio a atrasos salariais, pendências de FGTS e indefinições políticas internas, a Ponte Preta tem visto ruir aos poucos a espinha dorsal da equipe que conquistou a Série C em 2025. Em menos de uma semana, dois titulares deixaram o clube por motivos semelhantes, evidenciando a fragilidade financeira que tem marcado o segundo semestre.
A saída mais recente foi a do zagueiro Wanderson Camelo Viana, que teve a rescisão indireta reconhecida pela Justiça do Trabalho após comprovar salários de agosto e setembro em atraso, além de FGTS não recolhido por três meses. A decisão libera o defensor para assinar com qualquer equipe, e o Náutico, que já monitorava a situação, aparece como possível destino.
Poucos dias antes, o lateral-esquerdo Artur, um dos líderes do elenco, optou por rescindir em comum acordo com o clube. Aos 31 anos, e após 129 partidas em sua terceira passagem, o jogador encerrou sua trajetória na Macaca citando respeito, gratidão e o peso emocional do ciclo encerrado. Problemas salariais também influenciaram diretamente na decisão. Agora, ele desperta interesse de equipes da Série B, como Náutico, Londrina e América-MG.
As duas baixas, ambas entre os titulares da campanha do acesso, expõem a dificuldade da Ponte em manter a base campeã de 2025. Com Artur fora e Wanderson liberado judicialmente, o elenco tem lacunas evidentes em setores estratégicos, forçando a diretoria á ir ao mercado.
Com orçamento reduzido e a necessidade de priorizar a regularização dos débitos internos, o clube passou a mirar reforços com bom custo-benefício. O atacante Hebert, destaque do América-RN na temporada, é o nome mais próximo de um acerto. O jogador, que marcou sete gols em 27 partidas, está livre no mercado e se encaixa no perfil buscado pela comissão técnica.
Outro nome avaliado é o meia Cristiano, de 38 anos, que enfrentou a Ponte na final da Série C defendendo o Londrina. Com 11 gols e três assistências em 36 partidas no ano, o experiente armador pertence à Portuguesa e trata conversas com o clube campineiro.
No próximo domingo, 30, a eleição da diretoria executiva deve definir os rumos administrativos e financeiros da Macaca. A expectativa interna é de que, com a nova gestão, salários atrasados sejam regularizados e o clube consiga avançar de forma mais firme nas movimentações do mercado ao longo de dezembro.