Volante rompe silêncio após 6 a 0 no Maracanã e cobra direção por falta de comando: “As pessoas têm que assumir responsabilidade”
Foto: ReproduçãoO São Paulo atravessou, no Maracanã, uma das noites mais traumáticas de sua história recente. A goleada por 6 a 0 para o Fluminense, válida pela 36ª rodada do Brasileirão, não foi apenas um resultado negativo: foi o estopim de uma crise que já dava sinais há meses.
E quem verbalizou o que o torcedor sentia foi Luiz Gustavo, 38 anos, um dos líderes do elenco. Em um desabafo raro, forte e de impacto imediato, o volante apontou falhas estruturais, cobrou a direção e afirmou que o vexame não foi acidente — foi consequência.
Ainda no gramado, Luiz Gustavo foi direto ao que considera o problema central do São Paulo: ausência de direção clara.
“Desde que nasci aprendi a ser honesto, nada é por acaso. Hoje não foi por acaso. O São Paulo é uma instituição que eu aprendi a amar, mas a gente tem que começar a falar a verdade.”
O volante não falava apenas do placar, mas da sensação de desorganização interna que se arrasta ao longo de 2025. Para ele, faltam comando, plano, eixo e responsabilidade.
Luiz Gustavo não poupou o elenco, assumindo os erros em campo — mas sem aliviar o restante da estrutura.
“A culpa é nossa, claro, dos jogadores, que fizemos a merda que foi hoje.”
A frase sintetiza a frustração de um veterano que já passou por Bayern, Wolfsburg e seleção brasileira.
Mas o que mais chamou a atenção foi o recado indireto — porém claro — à direção:
“As pessoas têm que vir e assumir algumas situações. Nós estamos aqui fora botando a cara.”
A crítica foi vista pelos bastidores como o início de um desgaste que pode se estender para além de dezembro.
O volante ainda expôs dúvidas sobre sua continuidade e sobre o próprio rumo do clube:
“Eu não sei o que eu vou fazer da minha vida ano que vem, pouco me importa, mas vou sair de cabeça erguida.”
A frase, vinda de um dos mais experientes do elenco, revela o nível de instabilidade emocional após a goleada.
Luiz Gustavo fez questão de terminar pedindo perdão ao torcedor, mas reforçando que o clube precisa de responsabilidade, não de discursos vazios.
O São Paulo não perdeu apenas por 6 a 0.
Perdeu referências, perdeu rumo e viu um dos seus líderes escancarar ao país que a crise é maior que o placar.
A fala de Luiz Gustavo marca um divisor:
o São Paulo deixou de ter apenas um problema esportivo — e passou a ter um problema institucional.