Clube pede encerramento de investigação que apura eventual intervenção judicial, mas Ministério Público defende continuidade do inquérito
Foto: Raul Moura/CNNO Corinthians apresentou recurso contra a instauração do inquérito civil aberto pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que apura a necessidade de uma eventual intervenção judicial no clube. O procedimento foi instaurado a partir de uma representação que apontou desordem administrativa, fragilidade econômica e financeira, instabilidade política e indícios de irregularidades em gestões recentes.
Em resposta, a Promotoria se manifestou de forma contrária ao pedido e defendeu a manutenção da investigação. O órgão também fundamentou a ação na relevância social e cultural do Corinthians, citando a Lei Pelé e a Lei Geral do Esporte, que classificam as entidades desportivas como patrimônio cultural brasileiro e de elevado interesse social.
Em seu recurso, o Corinthians sustenta que enfrenta dificuldades, mas afirma que não há elementos que justifiquem uma intervenção judicial. A diretoria argumenta que o clube funciona regularmente, possui autonomia constitucional e que existem alternativas menos drásticas à disposição do MP.
O clube também questiona a existência de interesse público que sustentaria a investigação e afirma que não há consenso jurídico sobre a caracterização do Corinthians como patrimônio cultural brasileiro. Outro ponto levantado é que o endividamento não seria uma situação exclusiva do Timão, já que outros clubes do futebol nacional enfrentam cenário semelhante.
O Ministério Público, por sua vez, afirmou que o inquérito não implica automaticamente em intervenção judicial. De acordo com a Promotoria, a investigação tem como objetivo apurar se o clube se encontra em situação excepcional, podendo resultar em recomendações, dependendo das provas colhidas.