Além disso, Danilo relembrou as origens no Paulínia e descreveu o clube como a grande escola da sua formação, tanto pela metodologia quanto pelo ambiente que permitia testar, discutir e construir identidade.
Foto: Anderson Lira/Ag.PaulistãoNo episódio 121 do quadro Exclusiva TSP, conversamos com Danilo Benjamim, treinador do Sub-20 do Capivariano, que explicou por que o clube voltou a fazer parte do seu caminho e como a relação com Elio Sizenando, treinador do profissional, influencia diretamente o seu trabalho. Além disso, Danilo relembrou as origens no Paulínia e descreveu o clube como a grande escola da sua formação, tanto pela metodologia quanto pelo ambiente que permitia testar, discutir e construir identidade.
Danilo passou pelo Capivariano anteriormente, voltou ao clube após experiências em outros lugares e, hoje, acumula funções: além de comandar o Sub-20, também integra a comissão do time profissional. Ao falar do motivo do retorno, ele deixa claro que a escolha não depende apenas de estrutura ou escudo, mas do ambiente e das pessoas com quem se trabalha no dia a dia.
“Depois de um tempo, já vai fazer mais de 10 anos que eu estou trabalhando com futebol, a gente começa a entender que os clubes são muito mais, às vezes, do que as cores ou os distintivos e muito mais as pessoas que estão ali. Então, assim, a passagem que eu tive aqui, a primeira passagem foi uma passagem muito feliz, no intuito… eu tive uma conexão muito bacana com as pessoas que trabalham aqui, está basicamente o mesmo corpo de trabalho da minha primeira passagem aqui.”
Danilo também cita a importância de sentir confiança e transparência no projeto, especialmente quando o clube não opera com grandes orçamentos e exige dedicação extra da comissão e dos atletas.
“Foram pessoas às quais a gente teve uma troca de sinceridade no olhar, no trato, nas palavras, em condição e tudo, que me dá confiança em saber: ‘não, eu sei que lá, por mais que seja um projeto, talvez, enxuto de uma estrutura física menor, mas é um projeto onde eu sei que eu vou ser bem tratado, onde eu vou ser respeitado, onde eu vou ter sinceridade plena no trato com as pessoas’.”
Ao contar como a volta se desenhou, Danilo coloca Hélio Sizenando como peça central do processo. Ele descreve o treinador como referência e parte importante do que construiu ao longo da carreira. A ligação entre os dois não nasce apenas do momento atual, mas de convivências anteriores.
“O Hélio é um treinador, o qual eu admiro muito, faz muito parte da minha formação como profissional, parte também da convivência que eu já tive com o Hélio, não só aqui no Capivariano, mas também lá atrás, no Paulínia. Então, tudo isso eu acho que deu segurança para aceitar.”
E ele reforça que trabalhar em clubes com estrutura menor também cria outro tipo de oportunidade: há mais funções, mais responsabilidades e, ao mesmo tempo, mais espaço para que o trabalho apareça.
“Às vezes, num clube de menor estrutura, tanto física quanto humana, você acaba sendo mais oportunizado, porque menos pessoas, mais gente para fazer tudo ali, então o seu trabalho acaba ficando em mais evidência.”
Antes de circular por diferentes “escolas” do futebol brasileiro e até ter experiência fora do país, Danilo se formou dentro de um ambiente pouco falado mas que considera decisivo: o Paulínia. Ele conta que entrou no futebol pela porta do estágio na faculdade de Educação Física e, a partir dali, ocupou diversas funções até se consolidar.
“Eu fui fazer faculdade de educação física e precisava fazer o estágio obrigatório na faculdade. Nisso, como já tinha o clube na cidade, culminou ali de eu estar batendo na porta do clube para pedir uma oportunidade para estagiar. Então, comecei a estagiar ali no clube, na escolinha, depois surgiu a vaga de professor na escolinha, e eu fui absorvido pelo clube para trabalhar na escolinha.”
Dentro do Paulínia, Danilo viveu uma formação “de base” também para quem trabalha com base: ambiente de discussão, margem para experimentar e pressão menor por resultado, o que, na visão dele, foi duro, mas essencial para evoluir.
“Trabalhei praticamente em todas as categorias, desde o sub-10 até o profissional, seja como treinador, auxiliar, analista… a gente ali também era um clube bem enxuto, em termos de material humano, então a gente tinha que se desdobrar ali, todo mundo fazer um pouco.”
“Eu digo até hoje, sem sombra de dúvida, depois de algum tempo rodando, que a minha grande escola ali de formação profissional, de formação como treinador, foi ali no Paulínia. Pelo privilégio… acho que a gente tinha ali a sorte também de ter tido o Alcides Scaglia ali, um professor fantástico, capitaneando todo o clube, toda a metodologia do clube, e pelo ambiente de discussão e de crescimento que foi proporcionado ali.”
Danilo ainda aponta como essa liberdade para testar e discutir ajudou o clube a formar tanto atletas quanto profissionais. Para ele, apesar dos pesares, esse tipo de ambiente é onde se constrói DNA de trabalho.
“Por ser um clube menor, um clube de praticamente pressão muito pequena por resultado, de torcida e tal, então a gente tinha muita margem de testar, de discutir, de experimentar muitas coisas assim, até desenvolver e ir criando o nosso DNA, o nosso conhecimento ali, o método que a gente ia utilizando.”
Quando Danilo conecta Capivariano, Hélio Sizenando e Paulínia, ele desenha um padrão: projetos que valorizam pessoas, coerência e processo. Na visão dele, isso fortalece o trabalho e cria um ambiente em que treinador e atleta evoluem juntos — seja no profissional, seja na base.
“Quando o Hélio me consultou para saber do meu interesse, eu não tive dúvida de saber que eu estaria vindo para mais uma vez um projeto sério, um projeto que iria também, assim como para os atletas, para nós profissionais também, gerar uma visibilidade interessante.”




