Na noite de quinta-feira (28), o Palmeiras retornou ao Allianz Parque em busca de uma vaga na final do Campeonato Paulista de 2024.
Com a vitória de 1 a 0 encima do Tigre, o Verdão visitará o Santos na Vila no domingo (31) e fará o segundo jogo em casa. Após o fim da partida, o técnico Abel Ferreira concedeu uma entrevista coletiva.
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“Sim, é um jogo difícil. Estas paragens de seleção têm coisas boas e outras menos boas, como é por exemplo, quebrar o ritmo que nós vínhamos,15 dias quase de paragem e, portanto, isto acho que beneficiou mais o Novorizontino do que nós, uma equipa muito bem organizada, muito intensa, que joga sem responsabilidade nenhuma. Isso nota-se se vocês hoje fossem analisar o nosso adversário, todos os jogadores jogaram na sua máxima força, com vontade, com intensidade. Acho que o jogo até foi bastante físico, mas acho que nós fomos capazes de superar a vontade do nosso adversário, lhes tirar toda aquela vontade para não dizer outro nome, toda aquela vontade, toda aquela ilusão, uma vez que eliminaram outro adversário e, por ventura, também forte, mas dá-lhes os parabéns. Acho que foi um adversário que se bateu muito bem, fez uma campanha muito boa, mas o Palmeiras acabou por ser mais forte, como te disse no jogo em que o Palmeiras tinha tudo a perder e o nosso adversário tudo a ganhar, como te disse; responsabilidade zero do nosso adversário e a pressão, de ter que ganhar mais uma vez, toda do nosso lado e nós fomos capazes de entrar no jogo, adaptarmos rapidamente que já não jogávamos aqui há muito tempo. Sentimos também algum nervosismo vindo de fora, os nossos torcedores também estão sempre à espera e peço paciência a eles por isso, de estarmos sempre ter que ganhar um, dois, três e quatro jogos diferentes, mas acho que hoje nós puxamos para os nossos torcedores, depois de fazer de gol. Até o gol, nós sentimos, os jogadores sentiram o nervosismo vindo de fora para dentro e o que nós precisamos, é que eles continuam a apoiar em todos os momentos como têm feito. É a primeira vez que temos aqui uma interrupção muito grande, porque tivemos a jogar fora e peço-lhes que venham com vontade de nos apoiar, como têm sido, que acreditem nesta equipa que faz aquilo que eles mais gostam que é ganhar e estar presente nas finais. Mais uma. Parece muito fácil, mas se vocês virem os nossos adversários e nos últimos 4 anos, há um denominador comum: Palmeiras chega e disputa se vai ganhar ou não. Se ganhar, é normal, mas se não ganhar, é um fracasso. Eu não vejo as coisas assim. Dar parabéns aos meus jogadores, quatro vezes seguidas em uma final, é isso que eu lhes peço, é isso que eu prometo, é ter uma equipa competitiva e chegar às finais: disputar e ganhar. É isso que nós temos feito e vamos continuar a fazer.”, relatou Abel.
“Em relação aos dois jogadores, não tenho muita informação para te dar. O Endrick, vocês sabiam tal como eu, que vinha com uma pancada da seleção, mas ele de facto é um moleque com estrelinha, com dom para o gol. Felizmente, fez o gol e estávamos com medo que ele pudesse levar uma pancada na coxa, mas a vida é feita de riscos e nós arriscamos. Acredito que vá demorar mais algum tempo, temos menos um dia para recuperar do que o nosso adversário, mas vamos rapidamente usar todos os recursos que temos para os dois. O Veiga também tem muito a ver com isso, como te disse, darem o máximo em entregar e ficamos felizes acima de tudo pelo resultado e porque estamos mais uma vez nestes últimos quatro anos presentes, em mais final”.
“Olha, estava em uma situação muito difícil para ele, na minha opinião, que se calhar é melhor guardá-la para mim, mas se os jogadores chegassem aqui e fizessem um ou dois gols, ia ser difícil para ele; se chegasse aqui e jogasse mal, que não foi o caso, ia ser difícil para ele, porque acho que era uma posição muito difícil, mas ele mostrou caráter, mostrou profissionalismo e, na minha opinião, fez um bom jogo. Como te disse, a camisa do Novorizontino não tem o mesmo peso que tem a camisa do Palmeiras. Também já vos disse, desde que cheguei a pelo menos há 2 anos, tenho um compromisso comigo mesmo de dar oportunidade a jogadores do Paulistão. Até fiquei com medo, como te disse, porque as equipas contra nós dão tudo, mas também já disse para esquecer que não vamos contratar mais ninguém, porque é isso que eu noto; pode ser que o professor se lembre que eu estou aqui, porque foi assim que os nossos jogadores também chegaram onde estão hoje. Mas parabéns, acho que fez um bom jogo e vamos esperar por ele e, agora, vai chegar uma equipa competitiva e vai ter que trabalhar muito para primeiro entrar e, depois, poder ser um titular desta equipa. Nós, simplesmente, como te disse, demos a oportunidade dele poder se juntar ao nosso grupo e agora vai depender dele, da adaptação dele, a nossa forma de jogar, mas sem grandes expectativas. Eu não crio muitas expectativas neste início, esperar e tentar ajudá-lo, mas eu acho que está à vista de toda a gente que ali tem potencial e demonstrou nesta competição. E, mais uma vez, não só parabéns a ele, mas parabéns ao Novorizontino. Acho que fizeram uma campanha extraordinária, portanto acho que estão todos de parabéns.”
“Olha, como tu sabes, nós começamos esta época e ele nem sequer conosco estava, foi disputar a competição dele. Infelizmente, não correu nada bem, precisávamos de perceber como é que ele estava, como é que ele vinha, a perceber quanto é que ele treinou, como treinou, com que intensidade treinou. Mas, eu acho que ele de facto é um moleque com a cabeça no sítio. Eu gosto muito de lhe lembrar as duas faces da moeda; hoje, como tu disseste muito bem, seleção, gols, Real Madrid, mas também digo para não se esquecer do que aconteceu o ano passado, após nós termos ganho o Paulistão, em que passou como todos os jogadores no mundo passam, os melhores passam momentos menos bons e a quantidade de críticas, que choveram de não está preparado. Eu sempre lhe disse mantém o equilíbrio, o foco, nós vamos te ajudar a recuperar a confiança, o mesmo lhe digo exatamente agora. Cuidado com os elogios, muitas vezes os elogios são impostores, que inflamam nosso ego e que nos esquecemos daquilo que nos trouxe até aqui. Sinceramente, como disse, acho que ele é um moleque muito equilibrado, inteligente, que estuda e acho que isso é fundamental para ele sendo aqui ou no Real Madrid, ele vai ter tempo de trabalho, mas vai ter tempo para aprender e continuar a estudar. Acho que isso faz dele o melhor homem, que o torna ainda o melhor jogador e, como te disse, ter só muito cuidado pois há elogios que podem ser impostores. A coisa que eu lhe digo é manter este foco, manter esta atitude. Vocês veem que ele faz gols, corre, vai para a frente, vai para trás; se tiver que fazer de ponta direita ou lateral direito, ele faz, portanto é um jogador completo e isso temos sorte. Nós que vamos desfrutar dele agora e sorte vai ter o treinador ou o clube, que o vai ter a partir do meio do ano, mas enquanto que ele cá estiver, que desfrute como tem desfruta, que faça a todos nós sentir o prazer de poder participar naquilo, que é a evolução dele.”, elogiou.
“Vocês sabem que nós temos essa característica e temos um jogador lá na frente, que é fortíssimo que é o López e nós temos várias formas de atacar, não é só uma. Podemos jogar: mais direto, mais de apoio depende de onde está o espaço, jogar em transição. Podemos fazer gols de bola parada, de escanteio, portanto não tem a ver só com isso. É verdade, acho que é uma equipe extremamente competitiva. Eu lembro-me do ano passado e dá 3 anos jogar nesse sistema, sei muito bem como é que vocês categorizaram a nossa equipa. Éramos retranqueiros, porque não sofríamos gols. Somos retranqueiros quando não se sofre gols, pelo menos o Palmeiras foi considerado retranqueiro. É diferente ser retranqueiro ou ser organizado e eu estou atento para perceber como é que se tratam todos os clubes, se é da mesma maneira ou não é, mas de facto gosto. Acho que é inteligente da parte dele, ele fez o que, muitas vezes, eu faço que é jogar com dois laterais à direita e ele o fez, para arriscar mais um bocadinho porque é diferente tu teres uma linha de cinco composta por três zagueiros e dois laterais, como podes ter uma linha de cinco composta por dois laterais à direita, como foi contra o que eu fiz na primeira parte e que não resultou muito bem, com o Endrick a fechar o corredor, com um falso ponta. Portanto, há varias maneiras de o fazer e eu, particularmente, gosto deste treinador; acho que é um treinador inteligente, acho que ele gosta de ler livros, mas acho que é uma equipa muito bem trabalhada, orientada. Acho que fizeram um campeonato espetacular e, infelizmente, apanharam o Palmeiras que, hoje, conseguiu mais uma vez ser competitivo.”
“Em relação ao Mayke, eu acho que, sinceramente, a Seleção Brasileira tem o treinador certo e ele sabe que, quando olha para a equipa de Palmeiras, pode escolher para onde quiser, tem um leque de opções. Se me perguntas se ele tem condições, claro que tem , mas essa não é a minha função, é função do selecionador; por isso, é que ele lá está a escolher os nossos jogadores e eu tenho dois sentimentos, quando eles vão para a Seleção: eu fico contente, porque é uma valorização deles e, por outro lado, fico triste porque vou deixar de tê-los para trabalhar, como foi agora o Murilo, mas merece porque é um campeão. O Veiga acredito que, mais cedo ou mais tarde, o Dorival vai convocar também e, como disseste bem, o Mayke está ai para quem quiser ver; é um jogador, que trabalha muito e bem, todos gostamos dele e ficamos felizes por ele estar no nosso elenco. De resto, o selecionador é quem sabe. Muitos jogadores do Palmeiras tem ido, pelo menos nos últimos anos, às suas seleções não só a brasileira, como por exemplo vemos agora o Ríos. É um jogador espetacular, que nós demos a oportunidade vindo em um Paulistão, de uma segunda linha. Chegou e adaptou-se, todo mundo gosta dele. Bom para ele, bom para nós e bom para a Seleção.”
“Vocês sabem que nós nem no CT treinamos no sintético, foi a primeira vez depois de tanto tempo ficar sem o sintético. Foi a primeira vez com 40.000, estávamos todos um pouquinho nervosos. É normal querer ter um bom desempenho perante o nosso público, queríamos ter entrado no jogo e fazer logo um, dois ou três. Não deu. O adversário também tem os seus méritos. Sentimos também esse nervosinho vindo de fora, porque também, tal como nós, queria muito ganhar e mais uma vez na final e foi isso que eu disse aos jogadores no intervalo: calma. Acho que está a passar um bocadinho de ansiedade dos nossos torcedores para nós, tenham calma, vamos nos puxar por eles. E, sim, depois de fazermos o gol, voltamos a sentir os nossos torcedores, mas com carinho, lhes aos nossos torcedores, nós precisamos deles nesse momento para não vir aquele do “uh”, falhamos um passo “uh”. Não é isso. Se nos querem ajudar e digo esta crítica com carinho, puxem por nós, cantem, pois, no final, podem descontar o que vocês quiserem, mas, durante o jogo, ajudem-nos e nós nesse momento, a que o adversário nos pressionou na primeira fase de construção, nos meteu para trás, nos criou dificuldades, não rematou ao gol, teve oportunidades para fazer o gol e deu-nos aquela que nós precisamos do 12° jogador que são eles, como já o fizeram, mas lá está. Foi a primeira vez que nos reunimos aqui outra vez, pelo menos com um gramado em condições e estamos aí. Agradecer também o apoio deles, é sempre bom ver este estádio cheio, é ótimo jogar aqui e, aos pouquinhos, também nós vamos adaptando à velocidade. Mas, como disse, entre jogar em um gramado ruim, eu prefiro sempre um sintético top e aquilo que nós vemos aqui, os meus jogadores gostam, eu gostei. Por acaso, ontem fiz questão de jogar com eles para eu próprio ver como é que os meus joelhos iam reagir (risos), no final do treino, mas, como eu sou velho, tive que, no final do treino, ir rapidamente fazer gelo (risos) que os meus joelhos já não aguentam.”
“Vocês já me ouviram falar sobre qualidade, que a qualidade se paga. Vieram buscar aqui o Endrick e pagaram pelo Endrick. É impossível substituir o Endrick, quando ele for embora. Agora, isso tem muito a ver com o feeling dele; nós, ao contrário dos outros anos, agora temos jogado com dois centroavantes, o López e o Endrick. O Endrick depois saiu, entrou o Rony que dá-nos sempre mais presença na área e equilibramos um bocadinho por trás com o Mayke, metemos mais um centroavante, mas temos mais um também a ajudar a defender e o Endrick tem essa característica de tentar ver, onde é que está o espaço. Ele, no primeiro tempo, achou que devia jogar um bocadinho mais a ajudar o Mayke e o Rocha, para esses três poderem fazer tabelas e poder furar a linha do adversário no corredor direito, quando a bola está no corredor direito, mas quando a bola está no corredor esquerdo, ele é mais um centroavante, não tem que estar aberto, tem que chegar na área, como chegou.”
” A adaptação dele é fácil, acho que nós aqui conseguimos receber muito bem os jogadores e as ideias estão muito claras. Ele, rapidamente, se adaptou à dinâmica do clube, a como tudo funciona dentro do clube, pois há uma coisa que eu não dou aos jogadores. Eu não consigo dar qualidade aos jogadores: ou tem ou não tem. Eu consigo ajudar nas movimentações. Eu consigo, como tem sido com um trabalho que nós fizemos com o López, sobretudo a ele aprender a esconder-se da marcação, dos zagueiros. Isso, é uma coisa que demora tempo, sempre há um processo de aprendizagem a tempo, que é preciso, mas estamos a falar do Aníbal, um jogador que já jogava em equipas top, já jogava Libertadores e custou-nos dinheiro, não custou 15 milhões de euros, nem 10, mas custou muito perto e, na outra vez, quando eu falei que o Palmeiras não tem 20 milhões de euros para comprar um jogador, mas, felizmente, o clube fez um esforço. Agradecer à nossa presidente, ao Barros e toda a estrutura, que escolheu este jogador, porque acho que encaixa no nosso time. Não deu para vir um ano mais cedo, veio um ano mais tarde, mas mais tarde do que nunca e acho que vem a tempo de nos ajudar e dar mais soluções à equipa.”
“Sim, é verdade. O Santos tem esta ambição, o treinador dele já disse que já que estamos, vamos lutar, mas acho, sinceramente, que o Santos tem um ano longo pela frente, um ano em que vai ter quer ser protagonista na segunda divisão, vai ter que assumir toda responsabilidade e eu também já o disse aqui, na primeira vez que os defrontamos, uma equipa, na minha opinião, que foi muito bem montada , tem bons jogadores, jogadores experientes. Cheguei vos a dizer, inclusive, que acho que a equipa é mais consistente e melhor do que o ano passado, eu acho que disse isto aqui na conferência de imprensa. O treinador dele já disse: estamos na final, vamos competir para ganhar. É normal quem chega a uma final, como o Palmeiras chega, a ambição é essa. É uma final a dois jogos, vamos jogar agora na casa deles, perceber se tem todas as condições reunidas e, depois, é disputar nós contra eles, eles contra nós; eles vão dar o melhor, nós também e bem acredito que o Santos vem com essa vontade toda, porque é normal, tem sido assim e nós vamos procurar superar, fazer um bom jogo lá para depois poder fechar em nossa casa, mas sabendo que, do outro lado, como te disse, está uma equipa muito bem organizada, focada, preparada. Ainda ontem, tive a oportunidade de estar em casa e poder ver o jogo, acho que fizeram um jogo muito consistente, tem dois belíssimos médios centros experientes e que conhecem o Santos, conhecem o futebol brasileiro com muita tarimba. É uma boa equipa, sim senhor. Como te disse, tem a vantagem de não ter competição ao meio da semana e isso é vantagem muito grande, mas vamos olhar para as coisas positivas. Temos um jogo da Libertadores mais uma vez ao meio da semana, felizmente que a viagem é perto. Vamos a partir de agora, perceber como é que vamos preparar essa final com um jogo da Libertadores a meio. Se me perguntas, eu não acho piada nenhuma a isso, acho que devemos realmente pensar os quadros competitivos de longe. Acabar com o Paulistão, porque acho que é uma competição extremamente forte e isso é prova dos 4 anos, é verdade que o Palmeiras tem chegado, mas tem feito muito por isso, mas os finalista têm sido diferentes. Temos que sim, reduzir quadros competitivos para poder chegar frescos, não só a Libertadores, como também ao Brasileirão e temos que não reduzir muito, mas três, quatro datas é preciso reduzir nos estaduais. Não há como, doa a quem doer. Eu costumo dizer que decisões difíceis, nos fazem a vida mais fácil e, quem está à frente tem que tomar essas decisões, porque se nós queremos finais, que elas sejam bem disputadas e com igualdade para os dois. Vamos ter que fazer aqui ajustes, mas vamos, claro, continuar a competir, porque acho que, de facto, o Paulistão é, sem dúvida nenhuma, um Estadual extremamente competitivo com grandes equipas e vocês veem: o Corinthians não conseguiu passar a fase seguinte, o São Paulo foi eliminado por este Novorizontino e o Palmeiras fez um belíssimo jogo no último, este com dificuldade, porque nós não jogamos sozinhos, os adversários também se preparam, são bem treinados e pronto. O importante é que nós, mais uma vez, quero também deixar aqui bem evidente, voltamos a estar em uma decisão. Para ganhar e para perder, é preciso chegar lá e o Palmeiras fez o que tem feito para chegar. Se vamos ganhar ou perder, eu não sei. Queremos ganhar, vamos apanhar um adversário, como disseste muito bem, muito bem organizado, bem treinado e que tem o mesmo desejo que o Palmeiras, de ganhar esta competição.”, finalizou Ferreira.