Após a vitória de virada por 2 a 1 sobre o Coritiba, pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico da Ferroviária, Vinícius Bergantin, fez um forte desabafo sobre o que considera o excesso de cobrança sobre os treinadores no futebol brasileiro. Em entrevista coletiva, ele abordou temas como saúde mental, pressão da torcida e da imprensa, e a sobrecarga emocional da profissão.
Ex-auxiliar de Tite no Flamengo, Bergantin comentou a pausa na carreira do ex-técnico da Seleção Brasileira, que recusou o convite para assumir o Corinthians após sofrer uma crise de ansiedade. Segundo o treinador da Ferroviária, o caso serve como alerta para os desafios emocionais enfrentados pelos profissionais da área.
— Conversei com o Matheus [Bachi], filho do Tite, logo após o ocorrido. Ele já estava medicado e dormindo melhor, mas a pressão é muito grande. Falam que em outras profissões também há pressão, mas a exposição e a cobrança pelo resultado imediato tornam tudo mais difícil — disse Bergantin.
O técnico destacou ainda a complexidade do cargo, que vai além do trabalho tático e técnico.
— O treinador precisa montar um time com identidade ofensiva e defensiva, lidar com lesões, problemas internos e ainda transmitir tudo isso ao torcedor. É uma hiper cobrança. A responsabilidade é grande, mas muitas variáveis não estão sob nosso controle. Isso é desleal com todos os profissionais da área — completou.