O São Paulo venceu o Red Bull Bragantino por 3 a 0, nesta quinta-feira (15), pela segunda rodada do Paulistão Feminino de 2025. Apesar do resultado em campo, uma denúncia de machismo envolvendo a arbitragem marcou o duelo.
A zagueira Stella Terra, do Bragantino, afirmou que o árbitro Juliano José Alves Rodrigues proferiu falas machistas durante a partida. Em entrevista à TNT Sports após o apito final, ela relatou o ocorrido e destacou que seguiu o protocolo oficial para denunciar atitudes discriminatórias, colocando os braços cruzados acima da cabeça.
“O meu episódio foi um dos que aconteceu. Eu me manifestei. Ele virou para mim e disse: ‘na hora certa, eu vou te pegar’. Trouxe a Aline aqui porque elas viram e ouviram. Não é questão de ‘ah, estava perdendo’. Todo mundo ouviu falas preconceituosas, machistas, com o Red Bull Bragantino, com as jogadoras do São Paulo. Eu fiz o sinal. A Federação adotou o protocolo de, em qualquer momento de algum tipo de preconceito, fazer o sinal. Nada aconteceu. Ele não ia parar. Uma situação muito triste. Medidas têm que ser tomadas”, declarou Stella.
Ao lado da jogadora do Red Bull Bragantino, a meia Aline Milene, do São Paulo, reforçou o relato.
“Não pode isso acontecer mais no futebol feminino. Acho que quando os homens vêm apitar, acham que podem falar como bem entendem. Tem que ter um respeito. Sofri a mesma coisa ali. Ele falou que iria dar falta quando quiser. Não é assim. Quando a Stella faz esse gesto, falei para parar. Não é dessa forma que tem que ser. A Federação faz um trabalho muito grande para uma coisa dessa acontecer num jogo desse. O ambiente tem que ser respeitoso”, completou Aline.
Diante da repercussão, a Federação Paulista de Futebol emitiu nota afirmando que recebeu com atenção e seriedade os relatos das jogadoras e anunciou a abertura de uma apuração detalhada.
“A Federação Paulista de Futebol informa que recebeu com atenção e seriedade os relatos das atletas Stella, do Red Bull Bragantino, e Aline Milene, do São Paulo, após a partida entre as duas equipes realizada nesta quinta-feira (15), pelo Paulistão Feminino Sicredi. A FPF não tolera, sob nenhuma circunstância, atitudes preconceituosas, discriminatórias ou desrespeitosas dentro ou fora de campo. Toda manifestação contrária aos valores de igualdade, respeito e integridade será apurada com rigor. Acolhemos as manifestações das atletas com o devido respeito e já iniciamos uma apuração detalhada dos fatos. O futebol paulista é e deve ser um espaço seguro, inclusivo e respeitoso para todas as pessoas envolvidas“, afirmou a entidade em comunicado.