Bebidas alcoólicas podem voltar aos estádios de São Paulo

Governo de SP negocia projeto com órgãos de segurança e clubes para liberar venda de álcool durante jogos, com regras de horário e quantidade

Por: Pedro César Lélis
1 semana atrás em 30 de setembro de 2025
Cerveja pode voltar a ser consumida nos estádios de São Paulo - Foto: Leo Patrizi/Getty Images


O governo estadual firmou um entendimento com o Ministério Público Estadual, a Polícia Militar e a Defensoria Pública para viabilizar a comercialização de bebidas alcoólicas durante partidas de futebol. A medida, no entanto, depende da aprovação de um novo projeto de lei na Assembleia Legislativa (Alesp).


Na audiência pública desta segunda-feira (29), o deputado Delegado Olim (PP), que também preside o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da FPF, informou ter recebido uma minuta do projeto, elaborada com participação de órgãos de segurança por meio da Casa Civil.


O documento traz detalhes sobre a regulamentação da venda, incluindo horários, tipos de bebida e quantidades permitidas. Segundo Olim, a proposta pode ser discutida de forma coletiva na Alesp e conta com apoio de clubes, principalmente do interior do estado.


“O texto já define tudo, desde o copo adequado até o momento de encerramento da venda. Dá para organizar de forma segura e eficiente”, destacou o parlamentar.


Histórico da proibição


O governo de São Paulo proibiu a comercialização de bebidas em estádios em 1997, dois anos depois dos confrontos entre torcedores de São Paulo e Palmeiras no Pacaembu. Além do álcool, a legislação estadual restringiu também o uso de fogos de artifício e hastes de bandeiras.


O Estatuto do Torcedor consolidou a proibição em todo o país em 2003. A Copa do Mundo de 2014 foi a única exceção, quando a cerveja voltou temporariamente aos estádios. Tentativas posteriores de liberar a venda, como em 2019, não avançaram porque o então governador João Doria vetou o projeto, alegando questões de constitucionalidade.




Decisões do Supremo Tribunal Federal, em 2020, validaram normas semelhantes em outros estados, como Mato Grosso, Espírito Santo e Paraná. Atualmente, a Alesp pode aprovar um novo projeto ou derrubar o veto anterior, mas a gestão Tarcísio prefere a criação de uma nova lei.


Olim afirmou que conversou com o presidente da Alesp, André do Prado (PL), e que há disposição política para aprovar a medida. Ele reforçou que a venda deve seguir regras claras sobre horário, quantidade e responsabilidade, evitando problemas para torcedores e familiares.



“Com organização, é possível implementar a venda de bebidas nos estádios de forma segura e eficiente. Todos saem ganhando”, concluiu.