O técnico Vinicius Bergantin lamentou a eliminação da Ferroviária nas quartas de final da Série A2 do Campeonato Paulista. Após vencer o primeiro jogo em casa por 2 a 0, a equipe foi derrotada pelo Ituano por 3 a 1 no tempo normal e acabou eliminada nos pênaltis, com derrota por 3 a 2.
O treinador classificou a eliminação como dolorida e destacou a falta de competência do time para definir a classificação nos momentos decisivos.
“Uma eliminação muito dolorida pra gente. Pegando a soma dos dois jogos, acho que a gente teve ótimos momentos no jogo em Araraquara, aqui também. Muito difícil você sair atrás e conseguir manter o nível de jogo que a gente manteve no primeiro tempo, empatar o jogo. Aí, se pegar o segundo tempo e a disputa de pênaltis. Duas vezes o jogo nas nossas mãos e a gente não teve a competência de sacramentar a classificação. É uma pena, realmente uma pena. Isso é futebol, né? São detalhes. Se pegar o processo todo da Série A2, a gente tem que procurar entender para não repetir erros, porque nós vamos agora para um nível muito mais alto. É de um formato diferente, mas, conversando internamente, a gente sabe, como clube, como elenco, que cometemos erros. Não tivemos a competência de sacramentar a classificação, tanto no segundo tempo quanto na disputa dos pênaltis“, analisou Bergantin.
Com a eliminação, a Ferroviária segue pelo terceiro ano consecutivo fora da elite do futebol paulista. Em 2023, a equipe caiu para a Série A2, mas a nível nacional garantiu o acesso à Série C do Brasileiro. Em 2024, foi eliminada também nas quartas da A2, mas conquistou vaga na Série B.
Bergantin também comentou sobre o equilíbrio do torneio estadual e o nível dos adversários, destacando a força do Ituano.
“A A2 vem se mostrando, assim como a maioria dos campeonatos, cada vez mais forte. A Série B do Brasileiro, a Série C, a própria Série D… Se você olhar a Série C, são equipes que estavam até poucos anos na Série A, anos na Série B. E a Série A2, poxa… Hoje a gente acabou sendo eliminado por um time que estava há mais de 22 anos, se não me engano, na Série A1. Foram 23 anos na Série A1, anos na Série B também, quase teve acesso à Série A. Eu falei lá em Araraquara, após o jogo, que era o confronto mais técnico das quartas de final, e repito. A verdade é que a gente não teve a competência de sacramentar a classificação após ter a vantagem do primeiro jogo e na própria cobrança dos pênaltis“, declarou.
O treinador também analisou o segundo tempo da partida. O adversário voltou a vantagem logo no início da parcial, e marcou o terceiro gol já nos acréscimos. Para ele, foi uma etapa atípica.
“O segundo tempo, para mim, foi atípico no confronto. Primeiro, tomar um gol tão cedo, que foi alertado tanto pelos jogadores quanto por todos. A gente tinha que segurar um pouco mais, um a um, para gerar uma ansiedade, uma angústia, um desespero no Ituano, para eles se atirarem e a gente travar isso, buscando os espaços. Depois, a expulsão nos deixou em uma dificuldade maior e acabamos pagando no final do jogo com o empate. E aí entram os detalhes dos pênaltis. Treinamos, estudamos, fizemos, mas não soubemos aproveitar a superioridade nos pênaltis, principalmente depois dos dois primeiros erros do Ituano.“
Nos pênaltis, o Ituano desperdiçou as duas primeiras cobranças, mas a Ferroviária também falhou. Ronaldo chutou para fora e Thayllon teve seu pênalti defendido. Nas cobranças em série, Lucas Rodrigues isolou, decretando a eliminação da equipe.
“Quando veio ali o 3 a 1, a gente já começou a, lógico, faltava ali 2, 3 minutos, mas a pensar na penalidade máxima, na disputa. Já falei ali com o auxiliar nosso para começar a analisar com frieza quem a gente tinha em campo, quem a gente podia estudar. É um turbilhão ali na beira do gramado. Virou um filme que parecia ter um final feliz, mas acabou virando um filme ruim para a gente”, analisou o técnico.
Apesar da eliminação, o treinador ficou satisfeito com o desempenho do time ao longo da eliminatória.
“Na parte jogada, eu fiquei satisfeito com aquilo que a gente apresentou em Araraquara e aqui. A maturidade que a equipe demonstrou, nós conseguimos jogar, ter a posse de bola, ter controle, várias chegadas. Mas os jogos são detalhes. Isso não quer dizer que a gente iria ter um placar elástico em Araraquara e que aqui venceria quando quisesse“, declarou Bergantin.
Ao resumir o sentimento após a eliminação, Bergantin destacou a frustração por todo o esforço realizado ao longo da campanha.
“É tristeza. Tristeza porque eu sei que, por mais que seja difícil para o torcedor entender, para algumas pessoas entenderem, é um grupo que estava muito engajado. Não tem nada que eu possa reclamar desse grupo. E o futebol é isso. Às vezes, mesmo você trabalhando, fazendo as coisas certas, com a diretoria dando condição, os jogadores muito focados… A gente se cobrou muito esses dias, principalmente após a vitória lá. Colocamos um tom de cobrança, meu para com os jogadores, os jogadores entre eles, a diretoria com todos nós. E, às vezes, o resultado não vem. Isso é futebol. Então, por isso a tristeza. Porque ter feito tanta coisa certa, ter tanta atenção aos detalhes… É muito injusto a gente pensar que um erro de pênalti, um chute para fora, é o erro do processo. Não é. A gente fez muitas coisas positivas, mas que não serviram para a gente conquistar nosso objetivo, pelo menos passar para a próxima fase”, pontuou o treinador.
Agora, a Ferroviária volta as atenções para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe estreia entre os dias 4 e 6 de abril, em casa, contra o Remo-PA. Bergantin ainda confirmou que o clube está atento ao mercado em busca de reforços.
“Falando da transição da Série A2 para a Série B, com certeza, a Ferroviária está no mercado. Nós já estamos contratando jogadores para a sequência da Série B”, afirmou.
