Botafogo-SP investe em estrutura para subir talentos da base

Recém-chegado ao comando do departamento de futebol, André Leite detalhou os primeiros passos do Botafogo-SP para transformar a formação de atletas e aumentar o número de jogadores revelados no elenco profissional — algo que o clube não tem conseguido consolidar nos últimos anos. Para o dirigente, o ponto crítico está na forma como os atletas deixam o sub-20 e chegam ao time principal, etapa que hoje não entrega o desempenho necessário.

Segundo ele, essa mudança começa com uma abordagem mais completa no último estágio da base.

“O grande problema do futebol brasileiro, não só do Botafogo, é a transição da base ao profissional. É diferente para os jogadores, eles não são atletas profissionais ainda, eles continuam em processo de formação e precisam entender isso. O que vamos fazer a partir de agora com os atletas que estão no último ano [da base] é ter um complemento técnico, físico, comportamental, para entender o momento deles e consigam dar a resposta”, afirmou Leite.

Com a entrada em operação do Botafogo Academy, o clube acredita que terá condições reais de avançar nesse processo. O novo centro de treinamento, instalado na rodovia Cândido Portinari, possui 80 mil m², quatro campos — dois oficiais, um de grama natural e outro sintético —, além de academia, áreas de apoio e alojamento para quase uma centena de atletas. A estrutura permitirá que o Botafogo-SP volte a trabalhar com todas as categorias, algo inviável nos últimos anos.

“Eu não acredito em trabalho de formação quando se tem apenas uma categoria, que é o que acontece conosco hoje, com somente o sub-20. Por falta de estrutura, não tínhamos condições. Com o CT, vamos conseguir mudar esse cenário. Com todas as categorias, será um processo em que eu realmente acredito e que pode funcionar de forma consistente”, explicou.

Leite também destacou o papel das escolas de futebol e do próprio Academy na captação das primeiras idades, garantindo um fluxo contínuo de atletas desde o início da formação.

“As escolas vão fornecer atletas para o sub-11 e sub-12, e vamos entrar na escada das categorias para trabalhar a formação. Isso passa a ser um processo contínuo e estruturado”, reforçou.

Mesmo reconhecendo que a base tem potencial econômico e pode gerar receitas importantes, o dirigente deixou claro que o foco permanece no desenvolvimento esportivo.

“O clube sempre vai querer atletas da base, são ativos, podem dar condições financeiras boas ao clube, mas eles precisam estar prontos. Vamos fazer o possível para aproveitar o máximo dos atletas, mas dentro de um projeto que dê condição e que eles fiquem e deem resultado”, concluiu.