“No primeiro tempo, insistimos bastante no jogo interior, com muitas conexões e associações por dentro. Esse é um ponto que precisamos melhorar: a capacidade de jogar tanto por dentro quanto por fora. No segundo tempo, o adversário adotou um esquema 3-3, povoando mais o meio-campo. Nossas ligações internas com Neymar e Soteldo ficaram mais difíceis, então tivemos que buscar o jogo pelos lados. O terceiro gol surgiu justamente de uma jogada construída pelas laterais, com chegada e presença na área", explicou.
“Tivemos a infelicidade do lance do 2 a 1, onde não poderíamos ter dividido aquela bola. Depois, eles encontraram um gol de outro mundo. A equipe teve serenidade para enfrentar o segundo tempo, mas há aspectos na recomposição que precisamos melhorar. Nos momentos certos, conseguimos formar um 4+2 para estancar e defender a profundidade, além de criar superioridade numérica defensiva no meio-campo.”
“O Thaciano é um jogador diferente. Não é um jogador de referência nem alguém que joga de costas para o gol, mas tem um primeiro toque que pode se associar bem. Além disso, tem a capacidade de atacar de forma mais aguda, com infiltrações curtas ou médias no espaço entre os zagueiros. Identificamos essa fragilidade no adversário. Como o Soteldo vinha de fora para dentro e o JP avançava mais pelo corredor, o Thaciano tinha a missão de fazer diagonais entre o zagueiro esquerdo e o lateral", detalhou.
“A questão do Tiquinho hoje teve a ver com a sobrecarga. Ele vinha demonstrando um desgaste, então optamos por retirar um pouco da minutagem dele, dar um descanso, mas sem deixar de contar com ele, tanto que entrou no jogo”, completou Caixinha.
“Aos 80 minutos, ele fez uma pressão no goleiro que eu nunca tinha visto antes. Um jogador com a qualidade dele, demonstrando essa intensidade e envolvimento no jogo, faz toda a diferença.”
“O Neymar tem tarefas defensivas. Se repararem, ele é normalmente o primeiro gatilho de pressão. Quando a equipe já está num bloco mais médio ou baixo, não queremos sacrificá-lo em tarefas defensivas. Perguntei a ele como era no Barcelona, quando jogava com Messi e Suárez, e ele disse: ‘Eu defendia pela esquerda, e os três médios formavam duas linhas de quatro.’ Foi isso que definimos aqui. Ele fica mais à frente, com o avançado, e às vezes divide essa função com Soteldo e Guilherme.”
“Eu não tenho redes sociais, então sou uma voz anônima e muito menos decido em função do que falam. Mas uma coisa eu digo: defendo todos os meus jogadores por igual. Tive conversas individuais com João e Godoy, que merecem todo o respeito. Vou continuar a contar com eles, vou continuar a defendê-los e não tenho a menor dúvida de que, quando tiverem que entrar em campo, vão dar uma grande resposta”, declarou o treinador.
“Queremos que a equipe seja intensa, agressiva e dinâmica. Nos primeiros 30 minutos, fomos muito disso. Quando a equipe tem essa postura, a parte física acompanha e nos permite repetir esses comportamentos com mais frequência. Ainda há diferentes fisicalidades dentro do time. Neymar tem um ritmo, Tiquinho tem outro. Os dois jogadores do meio, por terem menos minutos, também estão em um nível diferente. Mas a equipe tem dado uma grande resposta e evoluído bastante”, afirmou.
“Nunca olhei para a tabela, mas sabia que, em determinados momentos, as coisas não estavam fáceis. Agora só dependemos de nós, porque estamos em primeiro. Quem joga em uma equipe grande, como o Santos, não sente a pressão, mas sim a responsabilidade de fazer as coisas do nosso jeito. Tendo nossos comportamentos em campo, estaremos sempre mais próximos de ganhar”, concluiu.