Caixinha avalia derrota do Santos no clássico

O técnico do Santos, Pedro Caixinha, fez uma análise detalhada da derrota de sua equipe no clássico contra o Palmeiras, por 2 a 1, de virada, nesta quarta-feira (22), na Vila Belmiro. A partida foi válida pela terceira rodada do Paulistão. 

Em sua coletiva, o treinador destacou pontos cruciais do confronto, abordando tanto aspectos táticos quanto emocionais que influenciaram o resultado. De acordo com Caixinha, o início do Peixe foi abaixo do esperado, com erros no posicionamento e falta de intensidade na marcação.

“Eu acredito que a equipe não entrou bem no jogo. No primeiro lance, a saída da nossa primeira linha para pressionar a saída, a nossa defesa ficou. Criou um desequilíbrio e o Palmeiras com 10, 15 segundos tem uma chegada no nosso gol. Queríamos criar momentos de pressão. Não tem a ver com linhas, mas conhecer o momento de chegar e pressionar na frente. Fizemos algumas vezes no primeiro tempo, não tão agressivo e competitivo como eu quero que façam. Mas conseguimos fazer a defesa da profundidade. No primeiro tempo em particular, o que falhamos foi na defesa depois da segunda bola, que era ganho pelo Palmeiras e ficavam de frente para a nossa última linha”, analisou.

“Hoje, em termos gerais, resumo o jogo de uma maneira: jogar com uma equipe contra o Palmeiras requer que nós sejamos muito competitivos. Eles marcaram no último minuto. Faltou intensidade e o fulgor que queremos e que vamos ter. Mas o jogo pedia que fossemos muito mais competitivos. Não tem a ver com blocos, mas tem a ver com competir o jogo. Teve momentos que não fizemos. Isso nos penalizou muito”, comentou.

Caixinha também comentou sobre as mudanças realizadas durante o jogo, justificando suas decisões com base nas opções disponíveis no elenco. A saída precoce de Thaciano com dores musculares ainda no primeiro tempo, por exemplo, seria um fator limitante para o desempenho ofensivo do time. O treinador optou por colocar Lucas Braga no lugar.

“Limitou muito a saída precoce do Thaciano. Tínhamos uma saída muito boa pela direita. Quando ele esteve em campo, a equipe tinha mais ou menos uma ligação. Depois entrou o Lucas, que entendo que é um ponta, que é o temos para entrar. Miguelito poderia ser uma opção, com outras características. Hayner entrou porque não tínhamos mais opções de pontas e de verticalidade. E por ser um jogador com capacidade física, poder atacar na frente e ajudar a fechar o corredor. Essa foi mais ou menos a história do jogo”, analisou.

Lucas Braga, no entanto, foi substituído por Rincón, logo no início do segundo tempo. Diante dessa troca, Caixinha ressaltou que foi uma opção técnica pela necessidade de equilibrar o time.

“Foi parte técnica. Temos que continuar com as opções e dinâmicas que temos. Sabemos do risco de lesões e desgaste. Mas não temos outra opção e temos que seguir em frente. Não há nenhuma regra no futebol em qual período tenho que mexer e nem que um jogador que entra não pode sair. Naquele momento estávamos desequilibrados no meio de campo. Soteldo é muito bom jogador, mas indisciplinado taticamente. Quando isso acontece, temos que ter soluções no banco para manter os jogadores com criatividade e equilibrar a equipe. Nesse momento era ter um meio com mais presença. Não tem a ver com o Lucas, mas com tomada de decisão para ajudar a equipe. Conseguimos equilibrar o que tínhamos de desequilíbrio no meio de campo, fruto da criatividade de um jogador e indisciplina tática ao mesmo tempo”, comentou.

O técnico também apontou questões emocionais como fatores que impactaram o desempenho do Santos. Segundo ele, a ansiedade da equipe influenciou no comportamento dos jogadores em campo

“Notei hoje uma ligação com o passado que quero cortar o mais rápido possível. Em termos da relação da tribuna para o campo. A equipe estava ansiosa, estava presa, receosa. Isso notou-se naquilo que foi o jogar da equipe. Em particular alguns jogadores sentiram muito mais a pressão. Estou aqui para apoiá-los. Venho aqui pois Acredito nesse projeto e no processo. Estar a representar uma equipe como o Santos, aqueles que os apoiam, é muito triste sair com derrota no clássico, no último minuto. Mas acreditem que nós vamos colocar o clube no lugar que merece. Precisamos de tempo, do esforço para ter outras opções dentro da equipe”, lamentou.

Questionado sobre a necessidade de reforços, Caixinha foi claro ao indicar as posições que precisam ser fortalecidas.

“Pontas claramente é uma delas. Tem jogadores indo no sacrifício, ficando até o final mesmo sem condições físicas. Deixamos de ter profundidade, criatividade e capacidade de agredir o adversário por fora. No meio-campo temos três jogadores nesse momento. É outra situação. E depois avaliar, por exemplo, a posição do 9. Começamos hoje com o Luca, que sentiu emocionalmente o jogo. Ele é mais do que aquilo. Também esperamos mais do Wendel. Já temos praticamente as posições claras. Pontas, reforço forte no meio de campo e na parte central do ataque”, analisou.

Nesse sentido, o técnico também atualizou a situação de dois reforços ainda não oficializados: Tiquinho e Álvaro Barreal. Sobre Tiquinho, ele citou entraves burocráticos, enquanto Barreal passa por recuperação de uma cirurgia.

“Falei do centroavante, sim temos o Tiquinho e muito provavelmente podemos ter mais uma ou duas peças. Um dessa função e um que pode fazer por dentro e por fora. Esperamos que isso aconteça. Há questões burocráticas que nos ultrapassam na questão do Tiquinho. Não temos controle. Trabalhamos nisso todos os dias, o jogador quer participar. O Álvaro [Barreal] foi submetido a uma cirurgia dupla de hérnia inguinal. Faltam mais uns 10 dias para trabalhar com o grupo. Está no final da recuperação. Quando isso acontecer, será uma opção para jogar por fora e faz todo triângulo mais pela esquerda. O conhecimento que temos dele, intensidade, garra argentina. Faz três funções”, completou.

Assim, o Santos volta a campo contra o Velo Clube, no sábado (25), às 18h30, fora de casa.

Confira a coletiva do treinador completa:

https://www.youtube.com/watch?v=PUHH6td207I&t=4s&ab_channel=SantosFutebolClube