O técnico Pedro Caixinha iniciou a coletiva após a eliminação do Santos para o Corinthians por 2 a 1, neste domingo (9), na semifinal do Campeonato Paulista, explicando a ausência de Neymar na partida. O camisa 10 iniciou no banco e sequer entrou em campo.
De acordo com o treinador, o jogador apresentou um desconforto antes do jogo e não teve condições de atuar.
“Bem, o Neymar apresentou um desconforto que nós todos achamos que era importante não ter contribuição no jogo. É apenas um desconforto, mas levou a que não tivesse podido ter participação. Foi um pedido meu, e ele aceitou claramente poder estar com o grupo, sabendo que não podia participar. Ele é um jogador diferenciado, um jogador que tem uma energia fantástica e que hoje sofreu muito por não poder participar do jogo”, explicou.
Quanto a partida, Caixinha elogiou a atuação do time, principalmente no primeiro tempo, e destacou a postura ofensiva da equipe.
“Acho que nós fomos uma equipe que teve que ir sempre atrás do jogo, mas mostrou sempre uma personalidade muito forte para buscar o resultado em qualquer circunstância. Mais uma vez, fizemos um grande primeiro tempo. No segundo tempo, depois do 2 a 1, com as alterações que foram feitas, a equipe voltou a dar uma resposta muito positiva. Depois, já foi muito mais com o coração do que com a cabeça. Após a expulsão, tentamos arriscar tudo, mas era muito difícil poder ligar o jogo, chegar por fora e colocar a bola na área, que era o que nós pretendíamos naquele momento.”
“Há que reforçar muito aquilo que esta equipe tem vindo a fazer, essencialmente nos últimos 25 dias, porque foi precisamente há 25 dias que jogamos aqui contra este mesmo Corinthians, em circunstâncias totalmente diferentes. Hoje, a equipe mostrou aquilo que é sua identidade competitiva em termos de querer jogar o nosso jogo, independentemente do adversário que tem pela frente”, analisou.
O treinador lamentou a eliminação, mas reforçou a confiança na evolução do time.
“Vamos tristes porque queríamos disputar esta final, queríamos passar essa última barreira para poder disputar um título. Infelizmente, isso não aconteceu, mas estamos seguros de que esta equipe vai continuar a crescer, vai continuar a jogar um bom futebol e vai continuar a deixar orgulhosos a nós mesmos, bem como todos aqueles que têm o Santos como equipe, que acompanham, que amam e que apoiam em todos os momentos”, falou Caixinha.
Além disso, Caixinha comentou sobre as expulsões de Zé Ivaldo e Escobar no segundo tempo e destacou a necessidade de mais equilíbrio emocional.
“Os jogadores são competitivos, mas é verdade que precisamos ter um controle emocional acima de tudo. Não acredito que o Zé Ivaldo tenha tido a intenção de levar um cartão vermelho da forma como aconteceu. Ele é muito combativo na maneira como divide todas as jogadas, e queremos que ele continue assim, pois tem essa capacidade defensiva e também contribui muito na construção do nosso jogo desde trás. Os jogos têm que ser vividos com paixão, e as situações acontecem de parte a parte. Concordo que a equipe adversária soube acalmar o ritmo competitivo do jogo com jogadores indo ao chão e provocando momentos de discussão. Isso é algo que também precisamos saber controlar um pouco mais. No entanto, não creio que esse tenha sido o fator primordial para o desfecho da partida”, explicou.
O técnico ainda assumiu a responsabilidade pelo resultado, comentando que o time entrou lutando por Neymar.
“Hoje, assumo toda a responsabilidade. Sempre que a equipe não vence, independente das circunstâncias, sou eu quem carrego essa responsabilidade. Mas, ao contrário do que pode parecer, hoje todos entraram com muita determinação e dentro da dinâmica que apresentamos no jogo contra o São Paulo. O futebol é assim. Hoje, não tivemos a sorte ou a felicidade do jogo ao nosso lado. Mas pode acreditar: todos estavam se entregando ao máximo e jogando também por Neymar, que não pôde estar em campo conosco. Era um time confiante, determinado e com uma grande vontade de vencer para garantir Neymar na final do próximo fim de semana. O grupo está muito unido, com um ambiente de trabalho positivo. Tenho certeza de que vamos superar isso, olhar para frente e continuar trabalhando forte para crescer como equipe e sermos ainda mais competitivos”, declarou Caixinha.
Com a eliminação no Paulistão, o Santos agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro. A estreia será contra o Vasco, no dia 30 de março, um domingo, às 18h30, em São Januário.
“Fica de lição o crescimento da equipe. Hoje, temos um time que está convencido daquilo que são os seus próprios comportamentos e que se orgulha deles. E, mais do que isso, é uma equipe que quer mais. Agora, temos cerca de três semanas, com uma pausa FIFA no meio, para preparar aquilo que será o nosso primeiro jogo no Campeonato Brasileiro, que será no Rio de Janeiro”, concluiu.
