Apesar da derrota por 2 a 1 para o Corinthians, na noite desta quarta-feira (12), na Neo Química Arena, o técnico Pedro Caixinha avaliou o desempenho do Santos como o melhor desde sua chegada ao clube. O treinador elogiou a identidade da equipe, mas destacou que erros individuais foram determinantes para o resultado.
O português ressaltou a evolução tática do time e afirmou que o Peixe apresentou a identidade desejada, embora as falhas tenham comprometido o desempenho.
“Vou analisar o jogo, pois isso é o mais importante. Fico triste pelo resultado, mas muito satisfeito porque foi, provavelmente, a nossa melhor atuação desde que cheguei ao Santos. A equipe jogou com a identidade e a imagem que queremos. Este é o caminho. Todos os dias trabalhamos individualmente e coletivamente com nossos jogadores para aprimorar o posicionamento e a relação entre bola e adversário. O futebol, assim como a vida, tem erros individuais. Infelizmente, estamos sendo muito penalizados por eles. No entanto, seguimos trabalhando de forma contínua para corrigir isso.”
Caixinha ainda destacou que os gols do Corinthians ocorreram após perdas de bola em zonas perigosas, o que comprometeu a equipe em momentos-chave da partida.
“Fomos penalizados com dois gols oriundos de erros individuais, mas é preciso olhar o jogo como um todo. Essas falhas aconteceram após duas perdas de bola que não poderiam ocorrer naquela zona do campo. Fomos castigados justamente no momento em que fizemos 20 minutos fantásticos. Após o 2 a 0, tivemos uma queda, mas entramos no segundo tempo com muita vontade de buscar o gol que nos recolocaria na partida. Lutamos e acreditamos até o fim. Por isso, reafirmo: foi a nossa melhor atuação desde que estou no Santos. Essa é a imagem que queremos transmitir: um time competitivo, que luta, comete erros, ganha e perde, mas sempre batalha até o final.”
O treinador também avaliou que, pelo desempenho apresentado, um empate seria um placar mais condizente com o jogo.
“No primeiro tempo, faltou-nos uma melhor decisão nos últimos 20 metros, entre a área e o gol. Precisávamos abrir mais o campo na chegada a essa zona. Como o jogo em si não havia mudado, apenas o placar, a equipe entendeu que precisávamos retomar o ritmo dos primeiros 20 minutos, e foi isso que fizemos. Encerramos a partida com mais jogadores no ataque, buscando o empate, que seria o resultado mais condizente com o que foi o jogo. Sei que no futebol não há justiça, mas, pelo que apresentamos, um empate teria sido mais adequado.”
Caixinha iniciou a partida com uma linha de três zagueiros formada por Luan Peres, Zé Ivaldo e João Basso. Questionado sobre a escolha, o treinador explicou que a estratégia foi baseada no momento do adversário, que não perdia em casa há 16 partidas.
“Não, esta estrutura de hoje foi uma estrutura pensada para este jogo e, digo-lhe também, pensada em função daquilo que é o momento que o adversário vive. Você tem ideia de quantos jogos consecutivos o Corinthians não perde aqui na Arena? Fez esse trabalho de casa? Hoje foi o 17º, ok? Então, uma equipe que tem esses números… Vocês deviam fazer também esse trabalho em termos daquilo que é a preparação do jogo, não é? Isso tem muita importância naquilo que é o jogo. E, nesse sentido, uma equipe que tem essa confiança, que tinha quatro vitórias e agora tem cinco jogando aqui como mandante, é preciso pensar o jogo, é preciso saber abordar o jogo. Porque até aqui nós não vínhamos vivendo o nosso melhor momento. Então, a parte estratégica do jogo, a parte emocional do jogo, é muito importante. E, nesse sentido, tivemos que abordar o jogo desta maneira e penso que foi muito bom da forma como abordamos. A única coisa foi que não tivemos a eficácia e as melhores decisões na última zona para poder ter tido outro resultado.”
O Santos sofreu gols em oito dos nove jogos disputados no Paulistão, e a defesa segue sendo um dos pontos frágeis da equipe. Questionado sobre a possibilidade de reforços para o setor, Caixinha descartou novas contratações e afirmou que o foco deve estar na organização e concentração defensiva para evitar erros individuais.
“Nós temos cinco zagueiros, temos dois laterais-direitos, temos mais um lateral-esquerdo, temos três laterais-direitos. Tem ainda o Aderlan, que está lesionado. Então, eu não vejo essa situação. Temos que criar coordenações, sim. Temos que ser mais fortes nesse tipo de comportamento, que nos tem custado muitos gols, sim. Temos que estar mais atentos a essas questões individuais, porque somos nós que temos que controlar individualmente, sim. Mas não precisamos de mais ninguém na linha defensiva.”
Assim, Caixinha voltou a destacar a postura da equipe, que brigou até o final pelo resultado, e reforçou a necessidade de vencer as partidas restantes da fase de grupos do Paulistão.
“A equipe reagiu bem, apesar de estar a perder, com essas circunstâncias todas e com esse historial todo. A equipe reagiu bem e lutou até ao fim pelo resultado possível naquele momento, que seria o empate. Por isso, estamos contentes da forma como a equipe colocou os comportamentos, como a equipe lutou, como a equipe foi competitiva. E agora faltam esses três jogos. Muito bem, o que diz o nosso posicionamento hoje na tabela? Nada tem a ver com este jogo, tá de acordo? Nada tem a ver com este jogo, mas tem a ver essencialmente com jogos. O que é que temos que fazer nos próximos três jogos? É alcançar nove pontos, três de cada vez, voltando a ser uma equipe que tem essa vontade, tem essa paixão e que tudo vai fazer para que isso possa acontecer já no próximo jogo. Mas temos que somar, sim ou sim, nove pontos.“
Com o resultado, o Santos segue com nove pontos, na terceira colocação do Grupo B, fora da zona de classificação. O Peixe volta a campo no domingo (16), quando recebe o Água Santa, às 20h30, na Vila Belmiro, pela 10ª rodada do Paulistão.
