Carille cita Giuliano e bolas paradas como as armas do Peixão na reta final do Paulistão

Por: tsp
1 ano atrás em 28 de março de 2024
Foto: Raul Baretta/ Santos FC/ge.


Na noite de quarta-feira, o Santos venceu o RB Bragantino por 3 a 1 e garantiu a vaga para a final do Campeonato Paulista 2024. Agora, o alvinegro praiano aguarda a partida de hoje entre Palmeiras x Novorizontino para descobrir seu rival, no primeiro jogo de ida na data de 31 de março.


Após o resultado na Neo Química Arena, o técnico Fábio Carille concedeu uma entrevista coletiva.




  • Giuliano, as entradas na área e o gol


“O Giuliano dispensa comentários sobre a qualidade técnica, um cara que ali atrás já foi o melhor jogador sul-americano jogando pelo Inter, de Porto Alegre; uma carreira muito bonita fora do país, aonde passou conquistou. Eu mesmo o enfrentei bastante ali na Arábia Saudita temporada 2018/2019, ele é o grande nome do Al-Nasser quando ganharam o título lá. Então, é um cara que sabe fazer gol, sabe entrar na área, que trabalha com poucos toques na bola. Infelizmente, o perdemos por um bom período, mas está voltando e a gente está tendo todo o cuidado para que ele consiga suportar o máximo possível dentro de campo.”, disse Fábio.



  • Importância da torcida


“Desde a minha apresentação dia 19 de dezembro, o que a minha assessoria passa é de muito apoio, de acreditar junto com o presidente que todos nós sabemos da seriedade que é, um cara que já foi muito vencedor dentro do Santos no período que foi presidente, desde o seu pai lá trás. Então hoje, desde quando a gente toma um gol e de começar a vaiar ali no momento difícil nosso, eles apoiaram muito, logo só tenho a agradecer essa confiança. Que eles continuem acreditando que a gente está trabalhando muito aqui, para buscar os nossos objetivos do ano.”, exaltou.



  • Final na Neo Química Arena ou na Vila Belmiro?


“Não foi falado sobre isso ainda, não deu tempo de a gente discutir sobre isso. Não só eu, como os jogadores daqui para frente, em conjunto com a diretoria, aonde decidir a gente vai honrar essa camisa o máximo possível. Então, vamos esperar a definição do finalista amanhã, para que a gente possa ir em conjunto com a comissão e diretoria e decidir o que é melhor”, pontuou.



  • Principais virtudes do Santos na eliminação do Bragantino


“Acho que o respeito ao adversário foi muito importante, a gente tinha que dar um passinho para trás, ter a humildade de reconhecer que é uma equipe que, eu só acho que perdeu o Léo Ortiz em relação ao ano passado, um time que ficou lá em cima, que foi para uma pré-libertadores e a gente montando ainda; na verdade, hoje é o 14° jogo desse grupo. Acho que o primeiro passo é respeitar as características do adversário, a forma de jogo que eles impõem desde o ano passado, é muito definida a forma de jogar e o entendimento dentro de campo, saber que tínhamos que nos ajudar e nos ajudamos, dobrando a marcação o tempo todo.”, argumentou Carille.



  • Possível revanche do jogo em Bragança


“O que me deixou chateado do jogo de Bragança não foi a questão tática e sim o nosso comportamento, talvez um comportamento ali de um time já classificado e o Red Bull ainda buscando uma classificação na primeira. Isso me deixou bastante incomodado lá, teve a cobrança do grupo, mas, por outro lado, quando precisou, o grupo deu uma resposta muito boa, que foi o início do Campeonato Paulista. Então, bastante feliz com esse momento, curti bastante e, já que estamos na final, vamos brigar por esse título.”



  • Mudança de comportamento do jogo contra Lusa e o jogo de hoje


“A Portuguesa em questão de empenho, de querer buscar o resultado, isso não faltou, mas a gente teve muita dificuldade de furar o bloqueio da Portuguesa acelerando muitas jogadas, tudo que a gente passou em relação à parte defensiva da Portuguesa aconteceu, só que a gente não teve paciência para rodar a bola, buscar os melhores caminhos para tentar chutar no gol; talvez, o jogo poderia terminar 0 a 0 mesmo, mas a gente poderia ter agredido mais, chutado mais, mas é um grupo que eu sempre falei isso, um grupo experiente, que, muitos ali resolvidos na vida, mas ainda tem fome de querer as coisas, de querer conquistar. Por isso, as contratações do Santos foram ótimas, agradeço demais, já falei isso em outras vezes ao presidente, ao Galo que teve à frente de  falar com esses jogadores, então é um grupo de homens, um grupo experiente, um grupo que sabe que ainda pode conquistar muitas coisas.”, enalteceu.



  • Bola aérea como grande arma para a final


“Hoje, não só no Brasil, mas falando do mundo, se fecha muito o centro. O próprio Red Bull é o time que mais cruza na competição, é o time que mais trabalha a bola longa e o que tem mais cruzamento na competição. Então, como eu fecho muito por dentro, é normal das equipes não deixarem essa bola estourar na linha defensiva, logo o jogo se torna muito por fora e, com isso, a gente tem jogadores que gostam da área. Agora, é melhorar nossos cruzamentos para que a gente possa finalizar mais ainda no gol adversário e aumentar esses números.”



  • O fator brigador desde o começo da partida


“Chegamos numa semifinal sendo a equipe mais nova, vamos dizer assim, o elenco mais novo, a formação mais nova. Novorizontino por um ponto não subiu para Série A do Brasileiro, Red Bull chegou numa pré-libertadores e o Palmeiras ganhando tudo. Hoje, fizemos o 14° jogo na competição, então vamos ter que usar nossas armas. Vai faltar conjunto, vai faltar alguns detalhes que só o tempo dá para uma equipe e a gente vai ter que brigar muito para suprir isso e incomodar os adversários, mas entra também muito no perfil, nas características do elenco, um grupo que não vai aceitar. E, para ganhar de nós, vão ter que correr para caramba, essa é a verdade, vão ter que suar bastante para bater essa equipe e a gente chega muito confiante para essa final.”



  • Jogo foi mais fácil e o desempenho do Bragantino corresponderam às expectativas?


“Acho que parte muito do respeito da equipe, que a gente enfrentou. A gente sabia que tinha que trazer dificuldades, uma equipe que triangula muito bem, que aproxima jogadores, que traz o Juninho Capixaba para fazer um terceiro e tem muita qualidade de saída. Se tornou um jogo mais fácil pela nossa atitude, mas não foi fácil, os caras tiveram que se desdobrar dobrando a marcação, para a gente conseguir eliminar os pontos fortes. O Red Bull começou a finalizar de longe, isso para nós era importante não finalizar tanto de perto da área, igual aconteceu o gol e, isso era algo que a gente meio que planejou, de não deixar muitos cruzamentos. Uma equipe que tem o Sasha, que não tem uma altura tão grande, mas que cabeceia muito e, repetindo, era a equipe que mais cruza na competição. Então, sem dúvida nenhuma, foi o respeito e saber o que a gente tinha que fazer para dificultar o adversário.”



  • Volta de Aderlan e trabalho do Chermont


“Aderlan já voltou para o campo. Segunda-feira, eu acompanhei o trabalho dele à tarde, um trabalho bem forte, mas eu estou muito satisfeito com o Cherrmont. Vamos ver como será a recuperação do Aderlan, mesmo que seja uma final, é um jovem que esta mostrando potencial e, se acontecer de ser o Chermont, a gente dará todo o suporte para que ele possa fazer um grande jogo.”



  • Experiência Japão x Brasil e a projeção dele para a final do Paulista


“Começando pela segunda pergunta, não projetei nada ainda, sem chance, projetei o Red Bull até hoje. Amanhã, a gente começa a pensar no nosso próximo adversário. Em relação ao Japão, não é que não tem tanta pressão, não tem pressão, não existe lá. É uma cultura, é um respeito, é algo que eu queria ter vivido como jogador e não consegui. Apareceu a oportunidade como técnico e não pensei duas vezes para aceitar, vivi lá 1 ano e meio. Aquilo, é um absurdo. Falo para todo o profissional que, se tiver a oportunidade de ir para lá, tem que ir, independente da parte financeira. Tem que viver aquilo em todos os aspectos, é totalmente fora da nossa realidade. Eu já falei isso em outros momentos e vou voltar a falar: não sei se eu sou bom técnico, mas sei que eu sou abençoado; isso, eu sei, eu tenho certeza com o que aconteceu na minha vida até agora, eu não tenho dúvidas disso. O importante é que a gente está em mais uma final e vamos trabalhar bastante para tentar conquistar.”



  • Diferenças das 1° e 2 passagens pelo clube


“A questão da minha primeira passagem, em relação a campo, foi legal dentro das expectativas. O clube sofria um transfer ban naquele momento, não podia contratar e eu chego para o segundo turno com o time lá embaixo. E o segundo, em 2022, eu estava classificado em segundo ainda, depois o clube nem classificou para as quartas do Campeonato Paulista, então vinha caminhando numa montagem dentro da dificuldade. É uma pré-temporada que 18 jogadores tiveram COVID em 2022 e a gente não conseguiu trabalhar, então o começo foi enroscado e, depois, a gente consegue ganhar do Corinthians, empatar com o Guarani, ganha do São Bernardo em casa e a gente foi somando pontos, nos classificando naquele momento. A minha volta para os Santos é porque, apesar de todos os poucos problemas que eu tive, foi um lugar que eu gosto demais, que eu me sinto bem com as pessoas que trabalham no clube. É claro que a gente hoje, é muito fácil tirar informações a respeito do presidente na hora que surgiu as primeiras conversas ali, liga para um, liga para outro e todo mundo muito firme na questão de falar quem é o presidente, a forma de agir, de conduzir o dia a dia e o grupo. Isso só fortaleceu para que a gente acertasse mesmo todos os detalhes ali, falando com o Galo direto e bastante, até depois fechando algumas contratações que faltavam, isso assim me deu a convicção de sair daquela tranquilidade lá e vim para um clube, que eu tenho um carinho e que sou muito feliz.”



  • Torcida solta: “Carille, #nuncacritiquei”


“Que nem eu falei no início, a torcida apoiou muito já em 2021/22 no meu período. Eu lembro que, em um jogo contra o São Paulo, um monte de torcedores foram para frente do CT para nos apoiar, na saída para São Paulo e, esse ano até agora, muito feliz e que, assim, a única que eu peço é que eles continuem acreditando, porque aqui dentro a gente esta trabalhando bastante. Vão ter dificuldades, é um grupo novo, mas a gente está pronto aqui para estar melhor sempre.”



  • Relação de Carille com o Campeonato Paulista


“Eu sou da época ainda que o Campeonato Paulista era muito mais valorizado. Eu sou nascido aqui na Vila Ema, em São Paulo, fui para Sertãozinho com a minha família com 12 anos e eu lembro que o Paulista era o campeonato. Tinham muitas equipes que não se preocupavam nem com o Brasileiro, nem com nada e muito com o Paulista. Na verdade, eu gosto de todas as competições, apesar desse curto tempo que eu tenho como técnico. Fiquei muito fora, foram 2 anos e 3 meses na Arábia Saudita, 1 ano e meio no Japão e o restante aqui no Brasil, então eu gosto de todas as competições, gosto de achar alternativas quando a gente não está na dificuldade, respeitar as limitações e as características do meu grupo e procurar passar toda a confiança, para que eles posam ir a campo e desenvolver o melhor futebol.”



  • O que mudou do trabalho no Corinthians para o Santos e qual o pensamento para conquistar títulos?


“Chegamos por ser um início e pelas equipes que estavam no Campeonato Paulista, sabendo da dificuldade de um Mirassol, Novorizontino, que temos ali uma Ponte Preta, um Guarani. Chego muito feliz, estou muito feliz mesmo por esse momento e agora preparação total a partir de amanhã, já primeiro olhando para nós e esperar a definição à noite de quem vai ser o outro finalista, para a gente projetar, trazer informações aos nosso atletas que a gente não vai ter muito tempo, mas quem jogar amanhã também não tem muito tempo de preparação. Então, nessa hora, vídeos, conversas, reuniões, passam a ser muito importantes para que nós possamos fazer um grande jogo, esse primeiro jogo da final e, depois sim, pensar no segundo jogo.”



  • Titularidade do jogador Pedrinho


“São oportunidades que aparecem, eu acho que o grupo é bastante equilibrado respeitando as suas características. O Otero é um cara que busca gol, que chuta, que tem a bola parada boa . O Pedrinho já é esse driblador, eu o acompanho já há muito tempo desde o Oeste de Tápolis, depois América MG, onde ele se destacou, tem esse um contra um. Estamos trabalhando bastante na questão de marcação dele, de fechar espaços e tem entendido hoje. Hoje, ele fez uma partida muito legal nessa questão do sem bola, mas o que a gente espera do Pedrinho é isso: terminar as jogadas. Ele tem a preferência de jogar pela esquerda, mas o Guilherme está ali; está trabalhando, está construindo, tem seu espaço e, às vezes, eu usei mais o Pedrinho pela direita. Então, estou muito feliz também com ele e que bom que ele cresceu no momento importante da equipe, temos o Otero voltando que é mais uma opção que a gente tem para essas decisões.”, finalizou o treinador.