Foto: Érico LeonanO São Paulo realizará uma eleição nesta sexta-feira (08) à noite, em que o atual presidente, Julio Casares, será reeleito para mais um mandato de três anos. O processo eleitoral não conta com oposição, o que fortalece a posição de Casares dentro do clube.
As eleições no São Paulo seguem um sistema indireto, em que os sócios elegem 100 conselheiros. Na última assembleia, a chapa liderada por Casares conquistou a maioria dos assentos, com 88 membros eleitos, deixando a chapa opositora com apenas 12.
Embora não seja surpreendente no São Paulo, o domínio de um grupo sobre o outro chama a atenção. Nos últimos três anos, Casares demonstrou força e consolidação de poder, superando até mesmo as projeções mais otimistas.
Durante seu primeiro mandato, o presidente trabalhou para aprovar a possibilidade de reeleição, que anteriormente era vetada pelo estatuto. Após uma primeira tentativa frustrada no início de 2022, a proposta foi retomada e aprovada em setembro, permitindo que Casares disputasse a eleição novamente.
Nesse período, Casares ampliou sua base de apoio no Conselho Deliberativo. Na última eleição, a chapa opositora elegeu 26 membros, sendo que oito deles foram reeleitos e agora fazem parte do grupo de Casares. Um exemplo emblemático é o empresário Vinicius Pinotti, que na última eleição foi o candidato mais votado da chapa opositora e agora é consultor especial da presidência.
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A falta de organização da oposição resultou na ausência de um adversário para Casares nesta eleição. A desorganização chegou ao ápice quando o grupo marcou uma reunião para escolher um candidato após o prazo de inscrições de chapas. Os resultados esportivos também favorecem Casares, com a conquista do Campeonato Paulista de 2021 e, neste ano, a vitória na Copa do Brasil, o título mais importante do clube desde o tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008.
Apesar dos feitos em campo, o clube ainda enfrenta dificuldades financeiras, com atrasos salariais e uma dívida considerável. Mesmo com recordes de arrecadação, há risco de déficit em 2023.
A falta de transparência da administração atual e o sistema eleitoral do clube também são criticados por membros da oposição, que consideram o processo antidemocrático e dificultam a eleição de uma chapa opositora. Nos últimos anos, o São Paulo tem sido comandado por um mesmo grupo político. A última mudança de liderança ocorreu em 2002, quando Marcelo Portugal Gouvêa foi eleito presidente, derrotando Paulo Amaral por uma diferença de apenas dois votos (118 a 116) no Conselho.
Como diretor de futebol de Portugal Gouvêa, Juvenal Juvêncio assumiu a presidência em 2006 e dominou o clube no início do século XXI. Ele foi reeleito por três mandatos consecutivos e introduziu mudanças no estatuto do clube, o que gerou contestações judiciais sobre o processo eleitoral.
Em 2014, Juvenal escolheu o advogado Carlos Miguel Aidar como seu sucessor em uma eleição na qual o opositor Kalil Rocha Abdalla retirou sua candidatura horas antes do pleito. Aidar renunciou no ano seguinte devido a denúncias de corrupção. Carlos Augusto de Barros e Silva, conhecido como Leco, assumiu interinamente a presidência e posteriormente foi eleito em 2015 e 2017.
Em 2020, houve uma divisão no grupo político, resultando em dois candidatos. Casares, que fazia parte do mesmo partido de Leco e tentou se distanciar do então presidente, e Roberto Natel, vice-presidente de Leco, que se afastou da gestão do mandatário. Casares, que já havia ocupado os cargos de diretor de marketing durante a gestão de Juvenal e vice-presidente durante a gestão de Aidar, foi eleito com uma margem significativa de votos, obtendo 155 votos contra os 78 de Natel, além de um voto em branco.
A eleição desta sexta-feira (08) contará apenas com a participação dos membros do Conselho Deliberativo, atualmente composto por 254 pessoas. A reunião está marcada para as 17h30 e a votação será encerrada às 22h.
Em 2024, o São Paulo terá a oportunidade de disputar novamente a Libertadores, um torneio que já conquistou três vezes.
A próxima partida do São Paulo está marcada para o final de janeiro de 2024, quando o Campeonato Paulista terá início. O time foi sorteado no Grupo D, junto com São Bernardo, Botafogo-SP e Novorizontino.
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