A equipe do Red Bull Bragantino II venceu o Grêmio Prudente em partida muito movimentada, por 3×2. A partida ocorreu no último sábado (16), no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, pelo Paulistão Série A3. Poderia ter acabado ai, mas ao analisar a súmula do confronto, podemos ver o relato do árbitro da partida, Aparecido Pereira Bueno, sobre um suposto caso de racismo vindo das tribunas do Nabizão.
Fui informado pelo diretor de jogo, ‘ Vito Chiarella Neto’ que membros da torcida mandante, alegaram que um membro da diretoria visitante que se encontrava no camarote, fez um gesto racista (IMITANDO UM MACACO), para um torcedor.
O autor do gesto teria sido o filho de um dirigente do Prudente, que teve como vítima um torcedor da equipe de Bragança. Uma confusão foi instaurada após o ocorrido, envolvendo o pai do acusado, e dirigente do Grêmio.
É relatado que o acusado foi encaminhado para o Plantão Central da Polícia Civil de Bragança Paulista. Tendo sido registrado boletim de ocorrência de injúria racial – Lei n° 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito, que podem ser cometidos por intolerância racial, étnica, religiosa ou de nacionalidade. E também por lesão corporal. Sem flagrante.
O boletim ainda não foi disponibilizado, então não temos acesso aos depoimentos do ocorrido. Entretanto, conforme apurado pela reportagem do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, uma autoridade policial consultada relatou que as circunstâncias do ocorrido estão “nebulosas” e foram apresentados relatos divergentes. Houve ausência de testemunhas isentas e, por isto, optou-se pela liberação do acusado de racismo e o fato será melhor apurado através de inquérito policial.
REINCIDÊNCIA NA A3
É triste vermos mais um caso dessa gravidade no futebol paulista. Na estreia da A3, tivemos um caso de racismo relatado por um zagueiro do mesmo Grêmio Prudente. Guizão, de 20 anos, relatou em suas redes o abuso sofrido no Estádio Plínio Marin, em Votuporanga. Agora vemos o mesmo vindo da própria diretoria do Gavião Carcará. O que mostra que o racismo na América do Sul é por toda parte, e não exclusivo de nenhuma nacionalidade, cidade, local, situação.

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