Caso Kleiton Lima: técnico retorna às Sereias da Vila após denúncias de assédio
Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos
O Santos anunciou nesta terça-feira (02) o retorno do técnico Kleiton Lima ao comando das Sereias da Vila. O profissional volta ao clube após a demissão de Bruno Silva, que havia assumido o time feminino em setembro do ano passado após a saída de Kleiton.
Com duas passagens anteriores, Lima acumula mais de 300 partidas dirigindo as Sereias da Vila. No entanto, a última passagem do técnico pelo alvinegro durou pouco mais de um ano.
Em setembro de 2023, Kleiton Lima colocou o cargo à disposição após a divulgação de denúncias de assédio sexual e moral feitas por jogadoras contra ele.
Na época, foram divulgadas cartas, escritas à mão e de forma anônima, que atletas entregaram para a diretoria santista relatando diversas situações vividas com o treinador.
Entre as alegações feitas por 19 jogadoras constam situações de assédio moral, mas há também relatos de assédio sexual. As queixas, na maioria, são a respeito do comportamento do treinador. De acordo com as cartas, as atletas eram alvos de cobranças excessivas, constrangimentos, ameaças, e até mesmo de "toques indevidos".
Confira alguns trechos das cartas divulgadas:
“Estou cansada de seus comentários sobre nossos corpos de uma maneira desrespeitosa, cansada de seu toques de maneira indevida.”
"O treinador diariamente falta com respeito em sua fala constrangedora e desrespeitosa, como “x*recada” e “tetada”. Muitas das vezes o técnico não usa vestes adequadas no ambiente de trabalho, transparecendo o seu órgão genital causando desconforto no ambiente de trabalho".
"E com o passar do tempo, essas situações além de persistirem e se agravarem, abriu portas para agressões verbais, humilhações em público e de forma particular, atitudes de extremo desrespeito para com as atletas (como por exemplo treinos sem o uso de roupa íntima por baixo da calça por parte do treinador, causando assim desconforto em nós meninas)".
Apesar da saída de Kleiton do cargo após a divulgação das acusações, o caso não progrediu no âmbito judicial. Em janeiro deste ano, o treinador chegou a registrar uma denúncia de calúnia contra uma das jogadoras, junto à Polícia Civil, alegando que a mesma teria escrito as cartas que foram entregues à diretoria do Santos e à Justiça.
Para o seu retorno nesta temporada, o profissional contou com o apoio da diretoria. De acordo com o ‘ge’, Thais Picarte, gestora do futebol feminino do Santos, e o coordenador de futebol do clube, Alexandre Gallo, participaram da negociação.
A recontratação de Kleiton Lima pelo Santos foi alvo de críticas por boa parte da torcida. Através das redes sociais, várias manifestações contra a volta do técnico foram feitas no post do clube.
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Ademais, não só torcedores, profissionais do futebol feminino brasileiro também se manifestaram através das redes sociais.
“Mas tem gente que jura que é só ‘denunciar’”, escreveu Ary Borges, meio-campista da Seleção Brasileira e ex-Palmeiras.
Gi Fernandes, que na época das denúncias fazia parte do elenco santista, hoje no Corinthians, voltou a compartilhar um trecho do texto de quando se despediu do clube:
"Acredito que foi um ano dificil para todos do clube mas existem coisas que precisam melhorar no departamento, para que as coisas sigam em frente com a qualidade que o Santos merece. As Sereias, precisam de profissionais qualificados gerindo e honrando o futebol feminino desse clube grandioso." "Inacreditável", acrescentou ela.
“É sufocante!” e “É desgastante!”, escreveram Victória Albuquerque e Kemelli, jogadoras do Corinthians, próximo adversário do Santos no Brasileirão Feminino.
Com duas passagens anteriores, Lima acumula mais de 300 partidas dirigindo as Sereias da Vila. No entanto, a última passagem do técnico pelo alvinegro durou pouco mais de um ano.
Em setembro de 2023, Kleiton Lima colocou o cargo à disposição após a divulgação de denúncias de assédio sexual e moral feitas por jogadoras contra ele.
DENÚNCIAS DE ASSÉDIO
Na época, foram divulgadas cartas, escritas à mão e de forma anônima, que atletas entregaram para a diretoria santista relatando diversas situações vividas com o treinador.
Entre as alegações feitas por 19 jogadoras constam situações de assédio moral, mas há também relatos de assédio sexual. As queixas, na maioria, são a respeito do comportamento do treinador. De acordo com as cartas, as atletas eram alvos de cobranças excessivas, constrangimentos, ameaças, e até mesmo de "toques indevidos".
Confira alguns trechos das cartas divulgadas:
“Estou cansada de seus comentários sobre nossos corpos de uma maneira desrespeitosa, cansada de seu toques de maneira indevida.”
"O treinador diariamente falta com respeito em sua fala constrangedora e desrespeitosa, como “x*recada” e “tetada”. Muitas das vezes o técnico não usa vestes adequadas no ambiente de trabalho, transparecendo o seu órgão genital causando desconforto no ambiente de trabalho".
"E com o passar do tempo, essas situações além de persistirem e se agravarem, abriu portas para agressões verbais, humilhações em público e de forma particular, atitudes de extremo desrespeito para com as atletas (como por exemplo treinos sem o uso de roupa íntima por baixo da calça por parte do treinador, causando assim desconforto em nós meninas)".
Apesar da saída de Kleiton do cargo após a divulgação das acusações, o caso não progrediu no âmbito judicial. Em janeiro deste ano, o treinador chegou a registrar uma denúncia de calúnia contra uma das jogadoras, junto à Polícia Civil, alegando que a mesma teria escrito as cartas que foram entregues à diretoria do Santos e à Justiça.
Para o seu retorno nesta temporada, o profissional contou com o apoio da diretoria. De acordo com o ‘ge’, Thais Picarte, gestora do futebol feminino do Santos, e o coordenador de futebol do clube, Alexandre Gallo, participaram da negociação.
REPERCUSSÃO NEGATIVA
A recontratação de Kleiton Lima pelo Santos foi alvo de críticas por boa parte da torcida. Através das redes sociais, várias manifestações contra a volta do técnico foram feitas no post do clube.
[embed]https://twitter.com/SereiasDaVila/status/1775252097568534918?s=20[/embed]
Ademais, não só torcedores, profissionais do futebol feminino brasileiro também se manifestaram através das redes sociais.
“Mas tem gente que jura que é só ‘denunciar’”, escreveu Ary Borges, meio-campista da Seleção Brasileira e ex-Palmeiras.
Gi Fernandes, que na época das denúncias fazia parte do elenco santista, hoje no Corinthians, voltou a compartilhar um trecho do texto de quando se despediu do clube:
"Acredito que foi um ano dificil para todos do clube mas existem coisas que precisam melhorar no departamento, para que as coisas sigam em frente com a qualidade que o Santos merece. As Sereias, precisam de profissionais qualificados gerindo e honrando o futebol feminino desse clube grandioso." "Inacreditável", acrescentou ela.
“É sufocante!” e “É desgastante!”, escreveram Victória Albuquerque e Kemelli, jogadoras do Corinthians, próximo adversário do Santos no Brasileirão Feminino.
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