O CEO do Santos, Pedro Martins, concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (15) após a demissão de Pedro Caixinha, oficializada na segunda-feira. No entanto, a confirmação de um novo técnico não foi o foco da conversa.
Em tom alinhado à realidade atual do clube, Martins reforçou que o próximo treinador não terá total autonomia nas decisões e que o trabalho será conduzido de forma colaborativa.
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“O Santos não entregará a chave ao novo treinador. Ele precisa vir, aceitar uma construção em conjunto conosco. Vamos analisar e conversar quantas vezes forem necessárias e possíveis para tomar a melhor decisão. Importante entender que todas as decisões para consertar o Santos demandam uma dose de humildade. Tem muito clube no Brasil fazendo melhor. Investindo e sendo mais organizado”, declarou Pedro.
Ao ser questionado sobre como tem apresentado o projeto do Santos aos interessados na vaga de treinador, Martins foi direto ao descrever o momento do clube.
“Da mesma maneira que falo a vocês da imprensa, eu falo a colaboradores e possíveis técnicos. O cenário é de reconstrução. Seria injusto contar mentira, dizer que o cenário é perfeito. O Santos não vive a mil maravilhas. Fazer muito com pouco. Dá para montar times competitivos, montar um estilo de jogo que dê prazer e orgulho mesmo sabendo da dificuldade no mercado.”
Responsável direto pela contratação de Caixinha no início da temporada, Pedro Martins classificou a demissão do treinador como uma derrota. O técnico português deixa o comando com 16 jogos disputados.
“A saída do Caixinha é uma derrota para nós, um passo atrás sobre o projeto para a instituição. Por isso vamos tomar o tempo necessário para escolher um novo comandante. Como eu disse, não é uma decisão fácil, nem que gostaríamos de tomar, mas achamos necessário para fazer o ajuste na competição. Adaptação de um novo treinador para atingir nossas metas, olhando o final da temporada. Por isso, optamos por tomar essa decisão”, afirmou.
Ainda durante a entrevista, o dirigente refletiu sobre a cultura de demissões no futebol brasileiro e defendeu responsabilidade coletiva pelos resultados.
“Uma demissão de treinador é uma derrota para a instituição. É muito bonito falar da vitória, compartilhar tudo que é feito de bom. Colocamos títulos como fruto de uma construção coletiva. E derrota também é. O fracasso é uma construção coletiva. Se queremos modificar essa cultura, que é tão ruim, de colocar a cabeça do treinador a prêmio na primeira sequência de insucessos, precisamos todos colocar a mão na consciência e entender o que fizemos de errado.”
Sem técnico anunciado, o Santos joga nesta quarta-feira (16), às 21h30, contra o Atlético-MG, na Vila Belmiro, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. César Sampaio comanda o time interinamente.