Com liderança mantida, Abel valoriza força mental do Palmeiras

O Palmeiras deu mais uma mostra da força do elenco e do equilíbrio mental que caracterizam a equipe sob o comando de Abel Ferreira. Mesmo com um time alternativo, o Verdão venceu o Juventude por 2 a 0, neste domingo, em Caxias do Sul, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, e manteve a liderança da competição, agora com 65 pontos, um a mais que o Flamengo, vice-líder e adversário da final da Libertadores.

Após a partida, Abel explicou por que poupou a maioria dos titulares e exaltou o comprometimento dos atletas que entraram em campo. Segundo o técnico, ele tomou a decisão não apenas pelo cansaço físico, mas também pelo desgaste emocional acumulado nas últimas partidas.

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“É jogo a jogo. Não vou alterar agora o discurso, é perceber como a equipe e os jogadores estão. Depois de um jogo tão intenso física e emocionalmente, muitos falam na fadiga periférica, eu falo da central, que vem da cabeça, do mental.”

O treinador português planejou a escolha pelo time alternativo para preservar o grupo e garantir intensidade nas rodadas decisivas.

“O último jogo nos levou a um desgaste mental muito forte. Eu tinha dito que ia ser um jogo de muita resiliência mental e tática pra cumprir o que tínhamos estabelecido em termos de tarefa. O foco era fundamental. Não tive dúvidas em trocar porque sabia que esses jogadores que também têm jogado […] o próprio Veiga, que não tem jogado sempre de início, mas tem jogado de forma regular.”

Confiança no grupo e sintonia com os titulares

Abel revelou ter conversado com os principais titulares antes da viagem a Caxias do Sul. O técnico garantiu que o plano tático e o descanso eram fundamentais para manter o time competitivo em todas as frentes.

“Disse aos que ficaram de fora que tinha a certeza que este era o melhor 11 pra iniciar esse jogo. Daquilo que foi o último jogo pelo desgaste físico, mental e apenas dois dias pra recuperar, era impossível que estivessem 100%. Podiam querer, mas as pernas e cabeça não iam deixar. É a vitória de uma equipe consistente, de uma equipe de maturidade emocional, vitória do todos somos um, do caráter, da responsabilidade.”

Relação com o clube e comparações

Durante a entrevista, o treinador também comentou sobre sua relação com o Palmeiras e rechaçou qualquer ideia de dívida entre as partes.

“Ninguém deve nada a ninguém. Tenho tudo em dia com o Palmeiras e o Palmeiras tem tudo em dia comigo. Minha missão é ser melhor todos os dias, provar a todas as pessoas que gostam e apostam em mim que mereço o lugar que ocupo. […] Não quero ser melhor que ninguém, quero ser melhor que eu mesmo.”

Ao ser questionado sobre comparações com Telê Santana, Abel foi direto:

“Abel Ferreira. Gosto muito dos dois, mas meu nome é Abel Ferreira. Não me comparo com ninguém. Mas é uma das pessoas que gosto da forma que ele falava, o que mais me cativou no Telê Santana eram os fundamentos.”

Disputa acirrada com o Flamengo

Na briga ponto a ponto pelo Brasileirão e pela Libertadores, o treinador reconheceu a pressão, mas valorizou o fato de o clube seguir competindo por títulos.

“Se não tivesse aqui a competir como temos feito nos últimos anos por títulos, uma boa parte de vocês estariam a trucidar-me como fizeram alguns depois do jogo pra LDU. Contente por poder discutir títulos como sempre fizemos e vamos continuar a fazer.”

O próximo compromisso do Palmeiras será na quinta-feira, às 21h30, no Allianz Parque, diante do Santos. Com a confiança elevada e o elenco unido, o Verdão entra na reta decisiva da temporada com o mesmo lema que guiou o time em Caxias do Sul: vencer com cabeça fria e alma quente.