Com o Palmeiras em Barueri, o Oeste não venceu mais

Por: Pedro Góes
2 anos atrás em 18 de março de 2024
Foto: Ricardo Moreira/Getty Images


No último sábado (16), após perder por 4×0 para o Juventus, no Brinco de Ouro, o Oeste terminou na 13ª posição e confirmou a sua não classificação para a fase de mata-mata. Se você acompanha o futebol paulista deve ter reparado em algo estranho no local do jogo, e o Palmeiras tem total influência nisso.


Desde o fim de janeiro, após a vitória contra o Capivariano por 3×2, o clube nunca mais jogou na Arena Barueri. Esse fato ocorre porque, ainda no ano passado, Leila Pereira – Presidente do Palmeiras e da Crefisa – adquiriu as licitações e a competência de gestão do local para sua empresa (Crefipar).


Mas o que tem a ver com o Oeste? Bom, para preservar o campo e ter um tempo maior de recuperação, a diretoria do Verdão “impediu” que o clube de Barueri atuasse no estádio. Desde então, em 5 jogos como mandante a equipe atuou 2 vezes no Novelli Júnior (Itu) e 3 no Brinco de Ouro (Campinas)


E o retrospecto não foi nada positivo. Foram 4 derrotas, marcando apenas 2 gols. Ainda que esses gols tenham vindo na vitória contra o Noroeste é muito pouco para um time que buscava estar entre os 8 melhores. A mudança, ao mesmo tempo que fez o time viajar mesmo sendo o mandante, ainda influenciou a reta final, em que perdeu os quatro jogos finais, sendo dois deles por 4×0. Mas essa história de mudança não é nova para o clube.


Oeste x Juventus

Rubrão teve queda de rendimento após sair de casa. Foto: @alinemartins.fotografias


O NÔMADE OESTE

O Oeste Esporte Clube surgiu em Itápolis, em 1921, idealizado por dois irmãos cariocas que foram morar na cidade. Mesmo que tenha tido hiatos em competições oficiais, a equipe sempre havia permanecido na cidade. 




A equipe teve sua ascensão no início dos anos 2010. A Onça Rubro-negra permaneceu na série B do brasileirão de 2014-2020, foram 8 anos com campanhas brigando contra o rebaixamento, com exceção de 2017 em que terminou em 6º lugar. 


A mudança de cidade ocorreu em 2017, quando o clube, após alegar impossibilidade de atuar no Estádio Municipal dos Amaros – que estava vetado pelo Corpo de Bombeiros pela falta de laudo e pelo não cumprimento das exigências adotadas pela CBF. Por sua vez, a prefeitura da cidade alegou que não disponibiliza de verbas para a reforma. Portanto, a equipe decidiu fazer as malas e ficar em definitivo em Barueri.


Os maiores problemas foram a perda da identidade, distanciamento de seus torcedores e dos laços das equipes que já estavam enraizados, e más gestões. Agora, o clube voltou a conviver com o fantasma da mudança e com uma grande queda livre. O time está na Série D, após duas quedas consecutivas, e não consegue ter uma média superior a 200 pessoas por jogo. É a 5ª pior média entre TODOS os clubes de divisões paulistas, à frente de Matonense (A3), EC São Bernardo (A3), Osasco Audax-SP (A4) e Joseense (A4).